Emma Stirling é completamente apaixonada por William Ashford. Desde o primeiro dia em que o viu andando pelos corredores da residência Ashford, ela sabia que ele era o grande amor da sua vida.
Emma sempre foi uma figura presente na família dele, sempre esteve enfornada dentro daquela casa como se fosse a sua. Afinal, seus melhores amigos moravam lá, e de uma forma ou outra, ela se sentia parte daquela família. E talvez seja por isso que sua paixão por William tenha nascido e se intensificado ao decorrer dos anos, os dois praticamente cresceram juntos, sempre um ao lado do outro. A não ser em suas viagens, que demoravam longos períodos de tempo e que deixavam Emma a ponto de um infarto. Ela sabia que havia chegado em um ponto que seu ser precisava dele por perto, de que seu corpo correspondia ao dele. Mas as coisas nem sempre seguem da forma de queremos.
Amar William trouxe um desafio: saber que ele provavelmente nunca retribuiria este sentimento. E não era por mal, Emma sabia disso. Mas assim como o restante de sua família, William a via como seu braço direito, sua melhor amiga... não sua alma gêmea. E isso sempre foi o maior obstáculo que a mulher teve que enfrentar durante os anos, sabendo que o amava mas jamais poderia ser amada por ele. E mesmo assim, Emma nunca desistiu, nem mesmo agora após anos sendo considerada a chacota de Londres.
Olhar para si mesma no reflexo do espelho era como encarar uma pessoa completamente diferente. Sua aparência havia mudado drasticamente nesse último ano, seu cabelo cacheado havia crescido, e agora completavam ondas perfeitas. Seu corpo encolheu e sua pele afinou por causa do emagrecimento, as maçãs do seu rosto marcavam sua pele como ela nunca imaginou que marcaria. Aquele reflexo tinha um significado, não era apenas a transformação na aparência, e sim o começo de uma nova transformação. Emma não era a mesma garotinha de antes, e estava disposta a provar isto para toda a alta sociedade.
— O que você acha, mamãe? — Emma pergunta assim que a figura baixa de sua mãe surge atrás dela. Hazel Stirling era a cópia da filha, principalmente agora, os cabelos idênticos e a pele bronzeada na mesma intensidade.
— Você está magnífica, minha filha. — Hazel se aproxima, se apoiando nos ombros da filha enquanto a admira dos pés a cabeça pelo reflexo do espelho. — Uma pena você não poder mais concorrer ao título de diamante, tenho certeza que venceria.
Uma pena mesmo, conseguir ganhar um título como este seria um belo impulso para Emma provar a todos que estavam enganados sobre ela durante todo esse tempo. A mulher observa a mãe ajeitar a barra de seu vestido vermelho claro, um dos mais belos que Emma havia visto até então. Madame Luxia tinha ele reservado para caso de emergências, e assim que Emma colou seus olhos nele, não conseguiu resistir.
— Vamos, então? Acredito que todos estejam chegando no palácio real, e nós ainda estamos aqui. — a pressa era necessária, afinal a apresentação a rainha aconteceria hoje, e Emma estava ansiosa para ver as novas jovens que irão concorrer ao título.
— Claro! Vamos, então. — Emma segue a mãe para fora de seu quarto, fechando o cômodo assim que sai para o corredor. A residência dos Stirling tinha um aspecto antigo, como se por fora fosse apenas mais uma residência luxuosa de Londres, mas por dentro fosse um castelo medieval.
As duas mulheres descem delicadamente o lance de escadas e logo se vêem no salão principal, percorrendo o grande cômodo em direção a porta dupla que dava para fora da casa. Assim que as portas se abrem, a luz intensa do sol invade a visão de Emma como um raio veloz. O dia está extremamente quente, o vento despareceu para não ter que ajudar os moradores da cidade com alguma brisa fresca.
— Ainda bem que vocês chegaram! — Emma abre os olhos e percebe que já consegue mantê-los abertos mesmo na luz forte, e logo a sua frente enxerga seu pai parado na frente da carruagem da família. O veículo era de um cinza amadeirado, com as letras SG estampadas na porta. — Pensei que deixariam o velhote aqui morrer derretido.
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𝑺𝑬𝑫𝑼𝑪𝑨𝑶 𝑬 𝑪𝑶𝑵𝑭𝑰𝑨𝑵𝑪𝑨 | 𝐎𝐒 𝐀𝐒𝐇𝐅𝐎𝐑𝐃 - 𝟐
Romance| "Talvez este sentimento fosse algo maior que a amizade que existia entre eles. Talvez os arrepios, o frio na barriga e essa sensação que o persegue fossem a prova que o que ele sentia por ela era algo muito além da amizade." | 𝐀𝐏𝐎𝐒 𝐔𝐌𝐀...