Sweet Love | Livro 1

Capítulo 03

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Eu observava o vasto rio, que mais parecia o céu noturno, brilhar sob a luz da lua, meus pensamentos estavam tão acelerados quanto meus batimentos cardíacos, porém, tudo o que eu consegui fazer foi segurar o corrimão.
Eu teria coragem de fazer outra coisa? Sim teria, e é de minha total vontade sentir algo além da ventania em minha face. Foi aqui, nesse lugar, que minha vida inteira mudou.

Todos dizem que o rio Han é o símbolo que representa nossa nação, o emblema que convida a todos para a Coreia. Que ele é tão fundo quanto os outros rios, e lá dentro é tão escuro quanto uma rua sem poste de iluminação.

Eles não estão errados, para quem já esteve lá dentro, é um completo pesadelo.

Todo ano, uma vez no mês, eu venho aqui, tentar cumprir o que eu planejei há muito tempo, e lamentar o dia em que eu perdi as pessoas que eu mais amava. A dor lamentável da culpa me corrói por dentro. Eu queria poder voltar vinte e um anos atrás, queria estar no lugar deles mas infelizmente, por algum motivo que desconheço, Deus me mandou um anjo salvador.

E por mais que eu tente fazer o que eu sempre quis, algo sempre me impede. É como se eu não devesse pular, como se eu ainda tivesse alguma coisa pendente, uma pressa e agonia para encontrar algo, e mesmo que eu sempre a procure eu não consigo achá-la. E minha dor aumenta cada vez mais.

Tirando meus sapatos, eu aperto minhas mãos contra o corrimão, pensando em como estaria a temperatura da água.

Antes que eu pudesse ( tentar) fazer o que tanto desejava, sinto o vibrar de meu telefone, e vendo o nome na tela descubro ser Namjon, meu melhor amigo e advogado.

- O que foi? - Perguntei sem demoras - Eu estava ocupado.

- Sempre frio e direto, você não toma jeito.

Revirei os olhos, calçando meus sapatos novamente.

- Eu tenho coisas a terminar, diga logo o que quer.

Namjon e eu somos amigos desde a adolescência, ele foi como o irmão mais velho que eu sempre quis. Eu tenho um irmão mais novo, mas não é mesma coisa, Namjon me deu o conforto e carinho que eu não sabia aceitar dos outros parentes. E mesmo que eu seja grosseiro, ele sabe que não é por mal, é só algo ao qual me acostumei.

- Eu consegui convencer o juiz a não te levar ao tribunal, só irá precisar pagar a multa de quinhentos milhões de wons.— respirei fundo tentando controlar minha raiva— Eu só não garanto que a sua reputação de depravado deixará de ser espalhada.

Droga, eu estava tão imerso em minhas lamentações, que por um estante esqueci do maldito acontecimento. Eu deveria ter prestado mais atenção quando entrei no carro, ter colocado seguranças para vigiá-lo, ainda posso sentir o toque asqueroso do homem que pulou em cima de mim assim que entrei no automóvel. Eu deveria ter escutado meus instintos que diziam para eu não entrar no carro ou chamar um segurança para dirigir, mas eu não fiz isso.

Tenho certeza que isso foi obra dos malditos jornalistas a mando de alguém da minha família, muitos dos meus parentes invejosos querem roubar o que é meu, eu não duvido que eles tenham armado esse circo todo. Principalmente a pirralha que me odeia com todas as forças.

- Quero que você contrate o melhor investigador para cuidar da situação, se depender da polícia eu viro motivo de fofocas pelo o resto da vida. Merda, eu quero os malditos que fizeram isso.

Se somente as fofocas fossem espalhadas, eu não me importaria, mas a questão é que perdi diversos colaboradores e clientes muito importantes, e agora terei de trabalhar o dobro para superar as perdas.