Love, Han.

II: Um erro.

O último tempo de aulas era a parte favorita de Jisung; treino de basquete. Como ala-armador do time e com os campeonatos de meio de ano chegando, tudo o que Jisung mais gostava de fazer era se concentrar no esporte e descontar todas suas frustrações na quadra. O basquete sempre foi a terapia de Jisung, principalmente quando morava nos Estados Unidos, então imaginem como ele ficou feliz ao descobrir que o colégio para o qual foi transferido na Coreia do Sul também tinha um time de basquete.

Já com seu uniforme, Jisung se aproximou de Hyunjin que se aquecia no meio da quadra junto dos outros meninos.

— O que ele faz aqui?

Jisung olhou na direção que Hyunjin apontava e viu Minho. Sentado na arquibancada — onde haviam alguns outros alunos interessados em acompanhar o treino — o Lee usava o uniforme do time que parecia grande demais nele e batia uma bola no chão de forma distraída. Jisung nunca havia o visto daquela forma, ele estava leve e diferente, sem aquele ar de Edward Cullen excluído. Até que era meio atraente.

— O técnico pediu para que ele ficasse no lugar do Felix. Esqueceu que ele quebrou a mão? — Taehyun, o garoto baixinho o suficiente para não ser um jogador de basquete respondeu enquanto alongava os braços.

— Não sei por quê aquele idiota insiste em dançar em época de jogo. Ele é importante pro time — Huening Kai, o garoto de aparência fofa mas de língua afiada, se intrometeu na conversa.

Os meninos continuaram a fofocar entre si, mas Jisung nem ao menos se deu o trabalho de prestar atenção no conteúdo da conversa, pois estava concentrado demais em alongar o corpo enquanto encarava discretamente o Lee.

Poucos minutos depois o técnico se aproximou do time com Minho ao seu lado. Ele explicou para os meninos que ele substituiria Felix, fazendo murmúrios cobrirem o local.

— Fala sério, esse garoto não deve nem saber pegar na bola — zombou Yohan, o capitão do time. — Quer dizer, não em bolas de basquete.

Jisung rapidamente encarou o técnico, que assim como o Han pareceu não gostar nem um pouco do que havia escutado.

— Não pense que só porque é o capitão que eu não posso te deixar no banco a temporada inteira. Faça mais uma piada homofóbica e te vejo aqui ano que vem. você não quer isso, quer?

— Não — ele murmurou, abaixando a cabeça.

— E ao contrário do que você pensa, Minho é bom, aprenda a observar mais e falar menos. Você não é melhor que ninguém aqui.

Jisung, assim como os outros membros do time, seguraram as risadas, vendo como Yohan perdeu sua confiança em segundos, de forma merecida.

— Babaca — Jisung sussurrou para si mesmo, mas percebeu que Hyunjin havia escutado.

— Babaca — Hyunjin repetiu.

Ambos sorriram.

Depois daquilo, o jogo começou. Jisung se concentrou ao máximo para fazer o seu melhor e ele realmente era bom, mas em alguns momentos ficava difícil focar, já que Minho acabava por roubar quase toda sua atenção. O garoto driblava, pulava e marcava cestas quase como um jogador profissional. E as habilidades de Minho não chamaram a atenção apenas de Jisung, como de todo o time. Eles pareciam contentes demais por descobrir como ele era bom. O time já era forte, mas um talento como o de Minho era essencial para bater de frente com as equipes que eles enfrentariam em algumas semanas. Jisung até pensou em conversar com o garoto depois para convencê-lo a fazer parte da equipe, mas só pelos gritos entusiasmados do treinador, Jisung sabia que ele não perderia tempo ao tentar recrutar Minho.