Almas Em Conflito- dark romance +18

Capítulo 2: O Jogo Começa

Atenção esse capítulo contém cenas +18

Clara:

Eu acordei com uma dor latejante ao lado da minha cintura, e por um momento, tudo parecia confuso. O teto do carro se mesclava com o céu escuro lá fora, e eu sentia o balanço suave do veículo movendo-se pelas ruas.

Eu mal conseguia focar, mas então percebi: Matteo. Ele estava sentado ao meu lado, dirigindo em silêncio, os dedos firmes no volante. O cheiro de couro e perfume me atingiu, e uma sensação de pânico tomou conta de mim. Eu queria gritar, perguntar o que estava acontecendo, mas a dor e o medo eram sufocantes.

- "Onde você está me levando?" .
Minha voz soou mais baixa do que eu imaginava.

Ele não desviou o olhar da estrada. Matteo tinha essa calma assustadora, como se nada o abalasse. Quando finalmente respondeu, a voz dele era baixa, quase indiferente.

- "Você está segura... por enquanto."

Segura? Segura de quê? De quem?
Eu queria gritar, mas tudo que consegui foi soltar um gemido de dor quando mexi o corpo e senti o sangue escorrer pela lateral da minha cintura. Segura?Ele estava brincando com a minha vida. Eu havia presenciado ele matar alguém, e agora estava presa naquele carro com ele. Mas de alguma forma, mesmo com o medo crescendo dentro de mim, havia algo em Matteo que me atraía de forma incontrolável. Era perigoso, mas também era... tentador.

- "Você me colocou nessa situação!Eu não pedi por isso!"

Dessa vez, ele me olhou, olhou com leve sorriso de sarcástico. O olhar frio e intenso dele encontrou o meu, e eu senti um calafrio percorrer minha espinha.

- "Você voltou, Clara. Você não tinha que voltar,agora, não há como escapar."

Eu sabia que ele estava certo. Eu voltei para aquela maldita porta do restaurante. Eu voltei porque achei que tinha esquecido minha bolsa. E agora, por causa dessa decisão estúpida, minha vida estava virada do avesso.

Depois do que pareceram horas, Matteo parou o carro em frente a um prédio elegante e discreto. Ele saiu, abriu a porta para mim e estendeu a mão. Eu hesitei, mas a dor na minha cintura não me deu outra opção. Aceitei a ajuda dele, embora tudo em mim gritasse para fugir.

Ele me guiou para dentro do prédio. Cada passo que eu dava era controlado pela dor e pela incerteza do que estava por vir. Quem era Matteo de verdade?
Eu sabia que ele não era apenas um mafioso. Ele tinha poder, tinha controle. E, de alguma forma, isso o tornava ainda mais perigoso... e ainda mais irresistível.

Subimos em silêncio no elevador, o ar entre nós pesado de tensão. Quando chegamos ao apartamento, tudo parecia impecável. Era um espaço moderno, mas havia uma escuridão ali, algo que refletia a própria personalidade de Matteo. Ele me pegou com firmeza e me colocou sentada no balcão da cozinha.

- "Preciso cuidar desse ferimento, tem sorte que a bala pegou só de raspão." ele disse, saindo por um momento e voltando com um kit de primeiros socorros.

Eu senti as mãos grandes dele rasgando o tecido da minha camisa com facilidade, expondo o ferimento na minha lateral. A dor latejava, mas o toque firme dele e a proximidade eram quase hipnóticos. Cada movimento seu me deixava mais consciente do calor entre nós, e por mais que eu soubesse o perigo que ele representava, o desejo de agarrá-lo só crescia dentro de mim.
Como eu tinha ido parar nessa situação? Eu estava em um encontro há algumas horas, e agora... estava sendo cuidada por um homem que, há minutos, havia matado alguém sem piedade.