MATEO
Fazia tempo que não me sentia bem daquela forma. Eu e meu irmão estávamos na casa de uma antiga amiga de minha mãe, Fátima, que estava costurando o paletó azul claro de Heitor, este que andava de um lado ao outro.
– Será que você pode aquietar um pouco? - O direcionei até o banco.
– Deixa ele, Mateo, é um dia importante.
– É só uma formatura, importante foi o último dia de aula, e nem isso.
– A culpa não é minha que você não dá importância pra nada, e não é só uma formatura...
– O que você quer dizer?
– Ele vai passar pra próxima etapa.
– Tia!
– Não entendi. E porque ela sabe mais que eu?
– Não é nada demais...
– Se você não quiser contar não conta então...
– É que... eu vou pedir o garoto que eu gosto em namoro.
– O que?! É sério?
– Hum...
– Eu nem sabia que você tava gostando de alguém...
– Não é que eu não quisesse te contar.
– Eu entendo, depois do que eu fiz eu também não contaria.
– Não tem nada haver! Isso já faz mais de 2 anos, eu já disse que te perdoei. É só que você não gosta muito desses assuntos de amor e eu não tinha muita certeza do que sentia.
– Então... me fala um pouco dele, eu adoraria ouvir.
– Sério?! - Ele sorriu de uma forma doce, se animando - Ele é muito fofo, mais novo mas numa idade ok, você não deve conhecer ele, cabelo cacheado, sardinhas por todo rosto...
– Foi isso que te conquistou?
– Não, foi o sorriso, ele tem um sorriso mágico e um sotaque fofinho.
– Ele não é do Brasil?
– Eu não sei, eu tento adivinhar de onde veio esse sotaque desde que a gente se conheceu, mas como eu nunca acertei ele implica comigo e não me conta.
– É meio irritante como você fala dele.
– Por que?
– É fofo, mas muito açúcar pra mim. Me pergunto se algum dia também vou gostar de alguém assim...
– Claro que vai. Até os carrancudos merecem um pouco de amor.
– Nossa, obrigada pelo consolo.
– Não há de que.
E lá estávamos nós, rindo como se nossa vida não tivesse sido uma enorme confusão nos últimos anos. Nós finalmente estávamos em bons termos. E apenas algumas horas depois, tudo mudou. A vida daquele garoto gentil e sonhador foi ceifada de uma forma cruel e inimaginável.
Nossa festa de formatura foi mais animada do que eu esperava, e tudo corria bem, eu estava sentado sozinho quando Felipe se aproximou de mim, me entregando um copo de suco.
– O que está fazendo aqui isolado?
– É meu jeitinho. - Felipe riu.
– Eu posso te fazer uma pergunta?
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OSDD
RomanceHistória em processo de desenvolvimento (sem tratamento) O que é o amor? Um questionamento tão comum, mas e se a gente mudar um pouco a pergunta? Até onde o amor pode ir? Considere o certo e o errado, isso depende mesmo do ponto de vista? Até que po...