Hotel

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Oi, LGTVS povo animado!

"Como diabos essa merda aconteceu? Oh baby... Bêbados de amor, nós ficamos a noite toda..."

Simone Biles queria chorar... ou gritar, ou chorar gritando.Quando acordou aquela manhã intuitivamente sabia que não seria um dia bom mas, por Deus, não esperava que a noite terminasse com Rebeca bêbada vomitando em cima dela.

O cheiro ácido do vômito invadia seus sentidos enquanto ela se apoiava na pia do banheiro e seu reflexo no espelho mostrava o desastre que ela não sabia como consertar. Ela juntou algumas toalhas de papel e o seu estomago revirou enquanto praguejava Rebeca tentando dar inutilmente um jeito na sua blusa arruinada.

Ela se virou para xingar Rebeca mas a brasileira estava em seu próprio mundo e sua palavras  saíam da sua boca como se ela não tivesse controle:

- Simone... Simone, você é tão linda, puxa, como você é bonita! - Andrade a encarava com os olhos marejados, como se estivesse a adorando.

Simone prendeu a respiração. Nunca tinha ouvido Rebeca a elogiá-la dessa maneira. Alias Rebeca nunca apalpou seus seios como fizera minutos antes. Eram tantas novidades para assimilar que Simone precisava de um tempo sozinha para organizar seus pensamentos mas o momento pedia mais ação. Sem perder tempo e segurando uma Rebeca grogue ela saiu pelos fundos do bar e a levou para o carro. Ela abriu todas as janelas e apertou bem os cintos de segurança de Rebeca que agora se debatia como uma criança hiperativa.

A estrada de volta ao hotel de Rebeca parecia interminável e o carro cheirava a vômito. Simone segurava o volante firme mantendo os olhos no caminho enquanto Rebeca inquieta cantarolava em português ao lado dela:

- Simone Biles, Simone Bailes, Simone Bares... Um beijo seu e eu mandaria tudo pelos ares... – Simone não entendeu uma palavra se quer.

Quando finalmente chegaram, Simone olhou para Rebeca que agora estava inconsciente no banco do passageiro.

- Droga! Como vou deixar essa mulher sozinha nesse estado? – Lamentou não ter o contato de nenhuma outra ginasta brasileira para ligar.

Não tinha escolha. Jonathan ainda não havia respondido sua mensagem explicando a situação então sem pensar muito decidiu que dormiria ali com Rebeca pelo menos até ela estar melhor. Estacionou o carro, tirou o cinto de segurança de Rebeca e a carregou até o quarto do hotel com dificuldade quase arrastando como se fosse um cadáver e deu graças a Deus por não a ver nenhum fotógrafo por perto para registrar aquela cena absurda.

Chegando na pequena suíte, Simone olhou para Rebeca deitada sobre a cama de qualquer jeito com o cheiro do vômito ainda impregnado nas duas. Ela  sabia que não podia simplesmente deixar ela naquele estado, ela e Rebeca precisavam de um banho.

Simone então arrastou uma Rebeca apagada para o banheiro e ligou o chuveiro. Enquanto removia as roupas sujas, Rebeca acordou e um lampejo de consciência brilhou em seus olhos. Ela se aproximou de Simone como fizera no banheiro do bar mas não a atacou.  A proximidade... aquela proximidade... Rebeca a deixava uma bagunça.

Simone finalmente entrou debaixo da água junto com Rebeca e era como se o mundo tivesse desaparecido. Havia algo quase íntimo naquela situação que fazia seu coração acelerar e seu rosto esquentar de vergonha. Ela tentava focar apenas em limpar sua rival que se deixava conduzir sem protestar mas não podia evitar olhar parao corpo nu de Rebeca. Tudo nela parecia tão... escultural e perfeito. O brilho da água sobre sua pele, os contornos dos músculos que tanto admirava... era uma deusa grega.

Simone desviou os olhos rapidamente. Não era hora para pensamentos assim.

Depois do banho, Simone vestiu Rebeca com uma camiseta larga de vôlei que havia encontrado em suas coisas e a colocou na cama. Rebeca se mexeu um pouco, os olhos abrindo por breves instantes mas fechando logo em seguida. Ela murmurou algo e Simone observou por um momento. A ginasta brasileira estava tão vulnerável que fazia o peito de Biles apertar.

Enquanto Rebeca dormia, Simone foi até a cozinha pequena da suíte e começou a preparar algo para comer. Seus pensamentos voltaram imediatamente para Alice. A menina havia mexido com ela de uma maneira que ela não conseguia ignorar. O que faria agora? Simone fechou os olhos, tentando afastar a confusão de sua mente engolindo o resto de sanduíche.

Quando voltou ao quarto, notou que Rebeca ainda se mexia inquieta, as mãos agarrando os lençóis, como se estivesse lutando com algo em seus sonhos. Uma parte de Simone sentia raiva e outra parte inesperadamente sentia vontade de niná-la como um bebê.

Chegando mais perto, Simone ajeitou o cobertor sobre Rebeca e seu dedo indicador tocou suavemente a ponta do nariz de Rebeca.

- Você me tira do sério, sabia? - murmurou, quase com afeto. E foi aí que se assustou com o próprio tom de voz. Não era rancor, era... algo diferente.

Ela se afastou rapidamente caminhando até o sofá e se jogando nele, cobrindo o rosto com as mãos. Queria desesperadamente que aquele dia acabasse. Tudo parecia um caos dentro de sua cabeça.

 Simone não conseguia dormir. Seus pensamentos voltavam para Alice e para Rebeca. O relógio marcava 2 horas da manhã e Simone se virava no sofá tentando, sem sucesso, encontrar uma posição confortável. Então, como se tivesse sido puxada para isto, Biles se levantou e se dirigiu para o quarto onde Rebeca dormia profundamente.

Simone hesitou antes de se ajeitar do lado da garota que ela mais odiava no mundo mas por fim acabou ocupando um lado da cama. Assim que deitou a cabeça no travesseiro Rebeca como se soubesse institivamente que ela estava ali se virou para o seu lado e a abraçou. Simone não se moveu, não a afastou, não era desagradável. Ela fechou os olhos e finalmente conseguiu dormir com Rebeca ressonando sobre si.

Mães de Menina (Rebiles)Onde histórias criam vida. Descubra agora