𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐍𝐇𝐄𝐈𝐑𝐀, Alice Cullen

003.

— Você tem algum plano para hoje?

Era sábado de manhã. Claire estava se preparando para o trabalho e Adara estava sentada no sofá com uma xícara de chocolate quente, desenhando calmamente em seu caderno. Teve que encontrar um bom marcador para capturar o ouro naqueles olhos. Estava nevando lá fora. Seria um Natal branco.

— Esta tarde vou ao cinema com Bella. — ela finalmente respondeu sem tirar os olhos do desenho.

— Essa não é a filha do delegado? — sua mãe quis saber, tomando um gole de seu café quente demais. Adara não suportava cafeína, ela fazia com que sua habilidade ficasse fora de controle quando ela ficava nervosa, mas Claire era viciada nela.

— Uh-huh. — alguns segundos depois ela ergueu os olhos para olhar sua mãe com curiosidade. — Você conhece o chefe de polícia?

Clara encolheu os ombros.

— Ele veio ao hospital solicitar consulta psicológica para a filha. Mas ele acabou cancelando.

Adara franziu a testa com esta nova informação. Estava conhecendo Bella cada vez mais e sabia que isso era teimosia. Se ela não quisesse falar sobre seus problemas, ela não pediria isso.

— Acho que Bella está passando por um momento ruim. — ela finalmente confessou.

Claire suspirou do seu lugar no banco da cozinha. Os problemas dos adolescentes eram tão importantes quanto os dos adultos, mas poucas pessoas prestavam atenção a eles. Como médica, já viu muitas crianças colocando suas vidas ao limite para esquecer esses problemas e acabar no pronto-socorro. Ou em lugares piores.

— Charlie parecia genuinamente preocupado.

A ruiva ergueu ambas as sobrancelhas com um pequeno sorriso divertido nos lábios.

— Charlie?

Sua mãe corou ligeiramente.

— Bem, é chamado assim, certo? Nós apenas nos apresentamos. Você está naquela casa de vez em quando.

— Só fui três vezes, mãe. E eu já apareci no primeiro dia.

— Bem, o suficiente para ele querer me conhecer. — a mãe dele parou rapidamente — Ele é policial, quer saber quem coloca na casa dele, o que me parece bom porque é importante cuidar da família.

Adara observou sua mãe com atenção, ela ainda estava com um leve rubor nas bochechas e havia deixado o copo vazio para começar a folhear a correspondência com movimentos nervosos.

— Oh. Meu Deus. Você gosta do pai de Bella!

O leve rubor se transformou em um rubor profundo, quase no mesmo tom do cabelo da filha, que ria no sofá.

— Não fale bobagem! Só que acho uma boa característica ele se importar com a filha. Ele parece um bom homem. — ela passou as cartas tão rapidamente que Adara pensou que iria rasgar uma delas. Até que ela estendeu o braço para ela. Em sua mão havia um envelope. — Este é para você.