Sucedeu assim

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Como esperado, na noite anterior a mãe de Hoseok o recebeu com pedras na mão, questionando o motivo de sua demora. Hoseok, cansado após correr mais de três quadras a fim de chegar o mais breve possível em casa, não conseguiu responder, o suor caia em sua testa, e o moletom de crochê que estava usando, não ajudava seu corpo a esfriar.

Porém, a mais velha chamada Jung Ji-Ae, não queria saber. Cansada dos atrasos do filho, que parecia ter medo de relógios, a mulher praticamente surta, gritando com o garoto enquanto o ruivo caminhava até o quarto. Hoseok, por sua vez, não entendia o motivo para tal tratamento, a janta só iria demorar a sair, ao seu ver, era nada demais.

E realmente era nada demais, Ji-Ae que normalmente era um amor de mãe, só estava cansada após um dia estressante, acabando por jogar a culpa em seu filho. Hoseok sabia disso, e mesmo que se sentisse tristonho e enfurecido pela forma que sua mãe estava o tratando, decidiu não bater boca.

Como um adolescente no auge de sua rebeldia, o homem se trancou no quarto, precisando ficar sozinho. A porta atrás de si finalmente estava fechada, abafando os resmungos de sua mãe, que aos poucos voltava ao seu humor normal.

Hoseok respirou fundo, apalpando o bolso da calça em busca do chiclete que havia ganhado. Yoongi tinha razão, é claro que sua mãe estaria zangada e precisaria de um docinho para aliviar os nervos. Quando achou a embalagem rosada, a abriu, rapidamente jogando duas gomas em sua boca. Sentia o doce sabor da melancia artificial alegrando seus ânimos, o fazendo sorrir um pouco.

Enquanto se preparava para dormir, Hoseok agradeceu Yoongi mentalmente por essa ajuda. E novamente o homem apareceu em seus pensamentos, o tirando um leve suspiro. Assim como o moreno, o florista não fazia ideia se veria o engomadinho novamente. Aquilo o deixava um pouco chateado, pois Yoongi o causava curiosidade. Como era possível alguém ser tão fora da curva?

Ele conhecia muito bem o estereótipo corporativo que aquela região tinha, e mesmo lidando com tantas pessoas assim, nunca encontrou alguém como Yoongi. O homem não estava incomodado com a presença alheia em sua mente, para si aqueles pensamentos recorrentes, eram fruto de uma curiosidade, e talvez um desejo de ter Yoongi em sua lista de amigos. Poderia não parecer, mas Hoseok é incrivelmente solitário, não tinha nenhuma pessoa para chamar de amigo.

Ele tentava não pensar demais nisso, só que todas as vezes que achava alguém minimamente interessante, fazia de tudo para tê-lo como amigo, e com Yoongi não seria diferente.

E no outro dia que já havia chegado, os pensamentos sobre o moreno não tinham se mantido no travesseiro. A loja estava vazia, apenas duas pessoas entraram em busca de um belo buquê, normalmente Hoseok se sentiria incomodado pela falta de clientela, mas especificamente naquele dia, estava agradecendo a Deus.

O ruivo estava atrás do balcão, uma música aleatória tocava numa rádio aleatória. Sentado num banquinho, os dedos finos batucavam a perna em mais pura ansiedade. Hoseok queria ver Yoongi novamente.

Ele tinha esperança de ver Yoongi passar pela porta, em busca dos lírios brancos que ele tanto queria. Entretanto, as horas foram se passando, clientes entravam e saíam, mas nenhum deles era Yoongi.

Já estava na hora de fechar a floricultura para o almoço, resmungando, Hoseok pega uma rosa e tranca a porta. Normalmente, o homem almoça com seus pais, mas naquele dia, irá almoçar com uma pessoa extremamente especial para si.

Normalmente no horário de almoço, as pessoas costumam ir a um restaurante decente, perder metade da hora esperando a refeição, mas Hoseok não tinha esse tempo para perder. Marcou com a pessoa especial, de almoçar numa loja de conveniência bem próxima à floricultura e também do trabalho do acompanhante.

𝐑𝐨𝐮𝐭𝐢𝐧𝐞 | Sope, YoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora