Epílogo

80 6 30
                                    

Madara Uchiha:

Meu corpo tremia de medo, meus olhos nublados pelas lágrimas duvidavam do que via em minha frente. Os três, as pessoas mais importantes e que faziam maior falta em minha vida. Izuna estava sério, de braços cruzados, ao seu lado esquerdo nossa mãe, seu rosto pálido, de olheiras, com o semblante triste, e ao lado direito nosso pai, o grande Tajima com os ombros caídos, cansado.

-Izuna: Você é o culpado... por causa de você morremos, que seja amaldiçoado Madara!
As palavras saíram ríspidas fazendo minhas pernas falharem.

-Tajima: Os outros advogados rejeitaram defendê-la, todos sabiam do perigo, todos eles lavaram suas mãos na propina , mas você teve que ser o herói da história da menina, mas saiba...

- Você é o vilão da nossa...
Disseram em uníssono terminando com o ar em meu peito.

-Madara: Me perdoem... por favor... me perdoem.
Sussurrei com o pouco fôlego que restava.

-S/n: Madara! Está tudo bem, é um sonho. - aquela voz suave, apaziguando o desespero. - Eles te perdoaram, eles nunca te odiaram...

Então Izuna sorriu, descruzou os braços e veio em minha direção me abraçando, logo os braços da minha mãe e os fortes do meu pai me envolveram e eu quebrei. Chorei como criança no abraço deles, sentindo finalmente uma paz ao sonhar com eles. Destoando dos outros sonhos onde eu via sangue, tortura e morte.

Quando meus olhos abriram e constatei mesmo se tratar de um sonho me deixei embalar pelo choro baixo e controlado. Pela visão embaçada enxergava apenas o vulto da mulher de cabelos loiros, sentia suas mãos pelo meu rosto, numa carícia gostosa, tentando trazer conforto.

-S/n: Vai ficar tudo bem. - seus lábios beijaram cada pálpebra.
Rolei na cama ficando sobre ela, afundando o rosto em seu pescoço, sentindo suas mãos em meus cabelos.

-Madara: Obrigado.

-S/n: Está melhor?
Acenei confirmando. Fiquei em seus braços até que minhas lágrimas silenciosas cessassem por completo.

As seguintes noites foram piores. Acordava durante a noite suando e tremendo então fugia para a sala e descarregava toda a aflição em lágrimas silenciosas para não acordá-la. Eu sentia ódio por ser fraco, porque enquanto eu definhava pelo choro, o homem responsável por tudo está no porão da minha organização. Eu devia fazê-lo pagar pelo que fez, e é isso que vou fazer.

Autora:

A morte de um inimigo não consola a perda de quem amamos! A vingança não traz paz ao coração destroçado, apenas traz o sentimento de honra por vingar, algo passageiro, que não vai aliviar a dor que sente ou desfazer o que aconteceu. Mas é compreensível o sentimento de vingança, afinal "olho por olho, dente por dente".

Mesmo sabendo que nada mudaria em seu passado e que a morte de Danzou não faria aquela dor passar, Madara adentrou o porão com um notebook em mãos. O Shimura iria sofrer como nunca sofreu antes, Madara teria o prazer de vê-lo suplicar pela vida ou pela morte rápida.

Danzou levantou o rosto quando ouviu passos, seu olhar se chocou com o negro intenso de Madara que o encarava com um olhar assassino, o Shimura sabia que a partir de hoje ele não sairia vivo. Madara passou uma semana se recuperando, desde seu físico ao emocional, e sua raiva, seu ódio foi cada dia ganhando força, sendo nutrido por cada noite em claro que passava, por cada noite que acordava gritando, se debatendo pedindo por socorro e sendo consolado por S/n, e apenas adormecendo tempo depois estando em seus braços.

-Danzo:Boa... tarde?
Desdenhou, naquela escuridão que estava o porão não conseguia distinguir se era dia, tarde ou noite.

-Madara:Noite, e não diria que será... boa.
Madara sorriu, pegou uma mesa e colocou em frente ao Shimura, colocando o notebook em cima.

Broken Heart (Imagine Madara)Onde histórias criam vida. Descubra agora