Apenas uma virgula...

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Escuto barulho na sala, mais um dia respiro fundo e pego o celular, vejo que são 8:30. Tomo um pouco de água e procuro coragem para sair do quarto, como sempre quem fala comigo é minha filha, meu filho só olha quieto, o marido nem olha. Só mais um dia normal, minha menina conta como foi sua noite enquanto toma seu café, uma manhã comum em todas as casas. Bem, eu espero que seja assim pois seria injustiça ser só a minha onde o marido nem olha para você, minha menina vai trabalhar, meu filho assiste televisão e adivinha? vou para o quarto novamente e me tranco, ao colocar a cabeça no travesseiro fico pensando na garotinha de ontem , nos medos e em seus olhos molhados de lágrimas, sinto um aperto no meu coração, e vejo que os medos ainda estão a onde não deveriam estar.
Nem percebo quando adormeço.
Voltei naquele dia onde meu trauma de altura aconteceu. Moravámos em uma casa que tinha uma escada, estou na cozinha e vejo minha mãe sentada na cadeira me chamando enquanto meu irmão brinca no chão. Tinha estado enjoada nesse dia e tive febre. Minha mãe me deu dramin. Ela olha em minha direção sinto um frio na barriga, mas ela não me vê, como sempre nunca me vê. Não entende e nem procura entender, ela fica brava e grita novamente e vejo a garotinha vindo correndo, ela para e olha para mim e sorri "você voltou?" Eu sorrio para ela.
"Vem aqui! anda, vamos catar esses piolhos antes que passe para seu irmão.. "
A garotinha vira o olhar com uma raiva - "eu não vou"
Ela vai tentar ir para o quintal eu tento impedir mas a garotinha não olha para mim, ela vai descer, eu grito "não", tentando segurar- lá mas é tarde demais, ela caí da escada, o irmão grita, a mãe sai correndo e lá está eu, caída no chão meio desacordada. Tem tanto sangue! os choros são fortes minha mãe coloca meu dente na boca me pega no colo tentando ver o estrago. E começa a brigar, já era para meu pai está em casa não sei se é sorte ou azar, mas minha mãe vai até a vizinha e liga para meu padrinho, lembro desse dia terrível. Meu pai está no bar bêbado não demorou muito para ele chegar -

"o que você estava fazendo que não cuidou de seus filhos, e um monte de palavrão sai de sua boca fedendo a álcool e cigarro, a garotinha me olha com tanto medo e choro enquanto eles brigam, me ajoelho perto dela seu rosto está raspado no cimento, sua boca muito  inchada, dente quebrado e joelho e mãos esfolados.
Eu, eu ( um suspiro) , foi minha culpa eles estão brigando de novo, sempre e minha culpa.
Eu olho para ela, entendendo sua dor, desculpa, ela me olha não entendendo,
Me perdoa garotinha, me perdoe por favor, eu choro como não tivesse fim, ela me olha e sorri,
Olha não está doendo , eu estou bem, eu sou forte não tenho medo, e me olha sorrindo, então agora não chora, você é grande para chorar. Eu a abraço , observando como ela é forte mesmo que a dor esteja insuportável pois vendo ela assim me lembro dessa dor terrível, ela ainda tenta anima, depois do dentista, minha mãe foi fala com meu pai, eu iria precisar de um canal para segura o dente réplantado, mas meu pai com nível de ciúme alto que tem proíbe , o dentista e um ex colega de sala da minha mãe é mas uma briga renincia,
Estou num canto da sala observando de longe a briga e como esse homem fala com a pequena garotinha, você não cansa de da problema é gasto? Não basta ter vendido todos os presente de casamento para cuida da sua saúde quando pequena agora mas gasto com seu dente.
Uma irá entra no meu ser e eu grito
NAO E CULPA DELA, ELA E INOCENTE,
a pequena garota olha para mim e sorri e abaixa a cabeça, seu pai larga seu braço e vai brincar com seu irmão  , sua mãe vai esquenta a comida e a garotinha pega sua única boneca e vem até mim, vamos brinca esse e o Felipão, um boneco de plástico que custa 1,99 .
Que lindo seu bebê!
Ela sorri, eu amo ele e meu filho, ele é feliz olha o sorriso, eu falo e sim, ela pega minha mão e leva para trás do sofá, só não podemos fazer barulho para não acorda meu pai, mas brinca comigo, brincamos bastante, e percebo que ela que fala algo mas fica quieta,
Pode fala, o que é?
Posso falar?
Pode
Você acha mesmo que não fiz nada de errado?
Eu digo não fez, você estava doente, e como país eles tinham a obrigação de cuida de você, você é uma garotinha bem forte, você sempre vai fica bem, você não tem culpa,
Mas ele sempre joga na minha cara que eu sou culpada dos gastos, mas eu tento não gastar, tomo café na mamadeira e não reclamo para o meu irmão tomar nescau, como muitas vezes depois que meu irmão come para eu pega o restante da comida que ele larga, mesmo não enxergando nada na escola não reclamo, mas sou sempre a errada,
Meu estômago vira com um enjoou forte,sinto que estou afundando, e a garotinha percebe e me pede desculpa
Respiro fundo, não precisa se desculpa, você é incrível tão pequena e já faz tudo isso, vem aqui ela senta no meu colo e eu a abraço e escuto ela soluçar, pergunto se apertei demais e ela diz obrigado, aqui e tão quentinho eu gosto de abraço
Derrepente acordo no meu quarto e me abraço forte.. Você é amada garotinha, você é amada  ...

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⏰ Última atualização: Oct 01 ⏰

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Para a Garotinha, Com AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora