Heroless

Compressão

CAPÍTULO 6

​

COMPRESSÃO 

(Compression)

No subsolo de Washington...

          Dois cientistas caminhavam pelo extenso corredor iluminado por lâmpadas florescentes compridas.

          Carregando suas pranchetas, tentavam em um curto espaço de tempo do intervalo colocar os assuntos em dias impossíveis de manter na sala de trabalho.

— Larry, tem algo aqui no seu jaleco, cara. — indicou apontando o local no seu próprio corpo enquanto mordia batatas fritas.

— Ah, droga! Foi o catchup lá na cantina. Deve ter espirrado sem eu ver, vou ter que mandar pra lavanderia. 

— Estou te dizendo cara, o segundo melhor papel de John Travolta foi em "Pulp Fiction". Não que ele seja meu predileto, mas tenho que dar o braço a torcer. — continuou com um tom de recuperação do assunto.

— Ainda assim prefiro ver ele em "Embalos de Sábado á Noite" — argumentou com sarcasmo e finalizando rindo.

— Você tá de brincadeira né? Aquele filme de dancinha? Prefiro o bom e velho trash de "Mad Max" com Mel Gibson.

— Quem tem bom gosto é você cara, eu não! Você é um cinéfilo, eu sou apenas quem assiste coisas pra matar o tempo. — mordeu o pequeno pedaço de hambúrguer.

          A conversação foi interrompida pelo doutor Darkavouli que cruzou com os homens em sentido oposto.

— Doutor Darkavouli! — cumprimentou um deles.

— Olá, senhores! Spike, não esqueça dos cilindros de oxigênio pra mais tarde. — lembrou ao cientista ajeitando seu óculos.

— Pode deixar, senhor!

          Ao se distanciar dos homens, Darkavouli chegou na sala da Doze carregando uma caixa larga embaixo de um dos braços e uma sacola de papel na outra mão.

          Digitou a numeração de acesso no painel de controle e após passar pela porta presenciou a garota ocupada em algo de longe um tanto estranho.

— Doze? Estou atrapalhando alguma coisa? — indagou com voz sorrateira e gentil.

— Não. 

          Ela estava sentada no chão de costas para o Darkavouli, cercada por mais quatro crianças de frente para o que parecia ser uma mesa com um bolo de aniversário.

          Os pais biológicos dela também estavam presentes ao seu lado. Juntos cantavam a canção tradicional de aniversariante.

— Está curtindo o novo brinquedo? — Darkavouli puxou uma cadeira pequena para se sentar observando tudo com um sorriso sútil.

— É legal... Um pouco complicado, às vezes! — explicou com uma voz afinada e abafada tentando ser receptiva.

          Doze continuou usar um aparelho em suas mãos semelhante a um cilindro robótico.