veneno narcótico.

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*playlist recomendada para a leitura do capítulo.

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Rio de Janeiro, RJ.
20 de Julho de 2024.

         O constrangimento perante a companhia de uma terapeuta de casal ainda era, de certa forma, presente nos comportamentos de Rosamaria e Gabriela. Após o fatídico dia em que a sulista viu-se tentando livrar do compromisso do casamento, Gabi conseguiu convencê-la de tentar uma última vez antes de finalizar a história, mesmo que Rosamaria não achasse que iria funcionar, o fez pela sua esposa, não pelo seu casamento. Estavam sentadas em um sofá em frente à uma senhora há alguns minutos, e apesar de ser a terceira vez ali, as mulheres continuavam a sentir relutância em compartilhar a vida como casal.

── Quando foi a última vez em que tiveram relações sexuais? ─ A terapeuta, com o olhar por cima do óculos, perguntou.

"Há sete meses", foi a primeira coisa que Gabriela pensou. Depois da morte de Ravi, nenhum dos bons costumes que faziam parte da rotina se mantiveram, em muitas das poucas vezes em que tentaram manter uma certa atividade sexual, ambas se viram presas por um receio que impedia quaisquer ações que pudessem vir a revelarem-se.

── Dois meses. ─ Rosamaria, com a voz insegura, respondeu.

Sentia falta dos momentos de intimidade com Gabriela. Dos corpos testemunhando a carência do domínio sobre o contato, buscando atender aos quereres libidinosos. Tinham o sexo como um deus que lhes agraciava com a saciação da sede pelos profundos prazeres, até que caíram nas trevas e nem mesmo o adorado traria a salvação novamente.

── O sexo pode ser uma grande ajuda nestas questões. Se vocês costumavam ter uma vida sexual ativa no passado, esse corte de frequência pode resultar em oscilações no relacionamento.

── E se não quisermos manter relações sexuais? ─ Gabriela tomou a vez de fala.

── Não queremos? ─ Rosamaria indagou.

── Vocês não são obrigadas a fazer nada que não querem.

Então, o silêncio se instalou por entre as quatro paredes. O único motivo pelo qual não tinham relações há tanto, se limitava à relutância da mais loira perante ao assunto, então para Gabriela, o que restavam eram as memórias de tempos que contavam a falsa verdade de serem eternos.
Quando menos esperavam, mais uma sessão de terapia havia chegado ao fim, deixando apenas a dúvida sobre a sexualidade inexplorada. Dentro do veículo tingido pelo tom mais escuro, apenas o leniente murmúrio das narrativas de Marina Lima, com a música "Veneno", eram presentes no ambiente, tornando a quietude ainda mais detestável pela sulista, que observava, pela janela, a movimentação das ruas do grande Rio. O olhar perdido buscava a resposta para tamanha indignação que fora causada devido à uma simples pergunta.

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⏰ Última atualização: Oct 22 ⏰

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⠀冫𝒇ractura. ⠀ ꒰ rosabi ꒱Onde histórias criam vida. Descubra agora