ℳᴀɪᴛᴇ̂ 𝒟ᴇɴᴀʀᴏ,19/01/24,14:13 🤍
Hoje o dia na escola foi normal. Quer dizer, tão normal quanto pode ser quando você está tentando se acostumar a uma nova vida em uma cidade como São Paulo. Sabe, é tudo muito diferente de Brasília. Aqui, é muito mais barulhento, cheio de prédios e pessoas indo e vindo, parece que nunca para. Faz uma semana que comecei as aulas, e eu tô me adaptando, aos poucos.
A aula hoje foi legal, e depois dela, passei mais tempo com o pessoal. Conhecer o Lemos e seus amigos foi uma das melhores coisas que aconteceu até agora. Me aproximei bastante dos meninos. Talvez seja por causa do futebol, afinal, quem diria que uma menina corinthiana, fanática, ia se enturmar tão bem com eles? Futebol e vôlei sempre foram meus esportes favoritos. Acho que não conheci muitas meninas que compartilham essa paixão, então, acabei ficando mais próxima dos caras.
Aliás, ser corinthiana não é só gostar de um time, é uma parte enorme de quem eu sou. Quando era pequena, só usava roupas do Corinthians em casa. Literalmente, todo dia. Não existe nenhum outro time que chegue perto da energia do Corinthians. O estádio? Nenhum se compara ao nosso. E a torcida... ah, a Gaviões da Fiel é única, leal até o fim. Meu amor pelo Corinthians é algo que nunca vai morrer, porque, como dizem, a alma nunca morre. E meu amor pelo Corinthians é parte da minha alma.
Agora, estou me arrumando para ir para a quadra com o Lemos e os outros. Não posso dizer que são meus amigos ainda, nos conhecemos há apenas uma semana, mas estamos indo bem. Coloco minha camiseta preta do Corinthians, aquela com o símbolo dourado que eu amo. Uma calça jeans confortável e meus tênis Dunk pretos. Dou umas borrifadas do perfume Carolina Herrera e desço as escadas.
- Pra onde a senhorita acha que vai? - pergunta meu pai, com aquele olhar desconfiado.
- Pra quadra, pai. Eu comentei isso quando voltamos da escola, lembra?
- Ah, com o Lemos e os amigos dele, né? - ele sorri, relaxando um pouco.
- Isso! Só não volto tarde, prometo. Aliás, que horas vocês vão na Neo Química?
- Vamos mais tarde, antes das nove você tem que estar de volta, tá bom? - ele responde, sério, mas com um sorriso no rosto.
- Tá ótimo, pai! - digo, mal contendo a felicidade. Dou pulinhos de alegria.
Depois de distribuir beijos na família - um beijo na bochecha da minha mãe, outro no meu pai e um último na testa do Jorge - saio de casa. Fecho a porta e guardo a chave no bolso. Estou andando tranquila, aproveitando o frescor da tarde, até que esbarro em alguém.
- Ai, desculpa! - digo, sem nem olhar.
- Maitê? - uma voz que eu reconheceria em qualquer lugar.
Olho para cima e vejo... Lucas.
- Lucas? - minha voz sai meio tremida.
Esse foi o cara que eu namorei por dois anos e meio. No começo, ele era incrível. Meu melhor amigo na escola de Brasília. Mas depois que começamos a namorar, ele virou outra pessoa. Ciumento, controlador, tóxico. Nossa relação foi uma bagunça completa no final, e quando descobri que ele estava me traindo com a minha melhor amiga, foi como se meu mundo tivesse desabado. Nem consigo pensar naquele dia sem sentir um aperto no peito.
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A Filha Do Hariel
RomanceMaitê Denaro, filha do famoso cantor de funk Hariel, se muda para São Paulo com sua família devido à carreira do pai. No primeiro dia na nova escola, ela esbarra em um garoto misterioso que mudará sua vida para sempre. Entre desafios e descobertas...