Como se fosse a trilha sonora de sua vida, tocando em um volume ensurdecedor, o som de seu coração batendo em uma velocidade que não poderia ser saudável era tudo o que Beomgyu conseguia ouvir, pulsando contra seus ouvidos, um zumbido infinito que ofuscava todo o resto ao seu redor.
— Parabéns, seu idiota, você quebrou ele! – Yeonjun rosnou na direção de Huening Kai, recebendo um único revirar de olhos em resposta, apesar da preocupação evidente em sua expressão.
Os quatro estavam em pé agora, formando uma roda ao redor da mesa, Soobin acenando com uma mão na frente dos olhos de Beomgyu para tentar chamar sua atenção, mas o garoto parecia ter entrado em uma espécie de transe.
— Ele parece estar em choque – Soobin murmurou, preocupado. Tinha medo de tocar em Beomgyu e acabar piorando a situação, mas tudo o que queria naquele momento era guiá-lo até o sofá e tentar confortá-lo de alguma forma, com um abraço ou um cafuné, como ele costumava pedir nas noites frias depois de um dia cansativo de treinos. Seu instinto de líder estava gritando para que fizesse alguma coisa, além de... Outro instinto que guardava no fundo de seu âmago.
— Devemos chamar alguém? – Taehyun perguntou, frustrado. Queria mais do que tudo que pudessem ter aquele momento a sós, sem ninguém de fora por perto para atrapalhar, mas sabia que a saúde de Beomgyu era mais importante do que tudo aquilo.
— Não! – a resposta repentina os pegou de surpresa e Soobin chegou a pular para trás pelo susto, levando uma mão ao peito em uma expressão dramática. Beomgyu parecia ter recobrado os sentidos, apesar da vermelhidão atípica em suas bochechas e os olhos que se desviavam para qualquer ponto do cômodo a todo momento, evitando os olhares dos amigos. — Não precisa chamar ninguém, eu estou bem.
— Tem certeza? Você pode estar com a pressão baixa, não comeu nada ainda – Soobin se recompôs, voltando a se aproximar, demonstrando a preocupação típica de um líder, e nada mais. Ao menos era isso que ele tentava se convencer em momentos como aquele.
— Não acho que consigo comer agora – Beomgyu murmurou em resposta, sentindo-se ainda mais constrangido. Não queria dizer que sentia como se pudesse vomitar a qualquer momento mesmo sem ter comido nada, quem dirá se colocasse algum alimento para dentro.
— Eu sei que todos nós estamos querendo muito ouvir uma resposta agora, mas sua saúde é mais importante, Beomie – Soobin insistiu, os olhos transmitindo um brilho de carinho e preocupação ao encarar o garoto diante de si, acariciando seu braço com leveza e delicadeza para não assustá-lo. — Ontem nós passamos do ponto na bebida e você não comeu nada até agora, precisa forrar o estômago ou vai passar mal.
Bastou um único olhar do líder para que Taehyun pegasse algumas das frutas que estavam sobre a mesa, cortando em pequenos pedaços em um prato diante da cadeira onde Beomgyu estava encostado, ainda sem se sentar. Todo aquele mimo era o tipo de coisa que faria Beomgyu se derreter todo em um dia comum, e ele realmente se sentia um pouco assim, mas não poderia deixar de priorizar o sentimento de culpa por estar causando todo aquele transtorno aos seus amigos.
Estavam de folga, deveriam curtir aqueles dois dias da melhor maneira possível, aproveitar o pouco tempo livre que sua agenda lhes permitia e ele estava tirando isso deles com suas baboseiras sem sentido, com sentimentos idiotas e adolescentes que jamais seriam retribuídos e representavam uma bela perda de tempo.
Beomgyu tinha certeza de que a partir do momento em que finalmente contasse a eles a verdade, sua amizade estaria arruinada para sempre. Não existia a remota possibilidade de que o clima ou as relações fossem voltar ao que era antes.
Com todos os olhares sobre ele, assim que Taehyun terminou de preparar as frutas e empurrou o prato para mais perto de seu corpo, Beomgyu soube que não teria outra alternativa além de comer, principalmente pelo silêncio que se seguiu.
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The Chaos Chapter: Beomgyu's heart.
Hayran KurguBeomgyu estar apaixonado por seus quatro colegas de grupo sem ao menos entender como aquilo tinha começado não deveria ser um problema, contanto que ele conseguisse manter bem escondido à sete chaves dentro de seu pobre coraçãozinho. O problema foi...