50 - cicatrizes do adeus.

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Jimin acordou na manhã seguinte com o rosto inchado e dolorido, consequência das lágrimas que derramou durante a noite. Quando abriu os olhos, a lembrança do que havia acontecido o atingiu como uma onda esmagadora. Ele desejou poder fechar os olhos novamente, talvez voltar no tempo e impedir que tudo aquilo tivesse acontecido. Mas sabia que não havia como mudar o passado. O sentimento de abandono pesava em seu peito, quase o sufocando.

Ele olhou para o teto, sentindo as lágrimas ameaçarem escorrer novamente, mas se recusou a ceder tão facilmente. Não havia mais espaço para choro. Precisava ser forte, precisava se reerguer. Decidido a afastar pelo menos por um momento aquela dor, ele se levantou e foi para o banheiro. Abriu o chuveiro, ajustou a água para o mais frio possível e entrou, esperando que o frio afastasse os pensamentos obscuros que estavam consumindo sua mente.

Mas, enquanto a água gelada caía sobre ele, o vazio que sentia só aumentava. Era como se a ausência de Jungkook o oprimisse em todos os sentidos. O rosto, o cheiro, o toque do alfa... tudo ainda estava vivo em sua mente, e ele se perguntava como poderia viver sem isso. Como seria sua vida sem Jungkook ao seu lado?

Após o banho, Jimin se enrolou em uma toalha, sem a menor vontade de se arrumar ou de descer para tomar café da manhã. Não conseguia sequer pensar em sua rotina habitual - sua caminhada matinal, seu café fresco. Tudo parecia pequeno e insignificante comparado à dor que estava sentindo.

De volta à cama, ele se deitou, encarando o teto, tentando, em vão, tirar Jungkook de sua cabeça. Mas cada vez que fechava os olhos, o rosto do alfa aparecia em sua mente, como um fantasma que o assombrava. As memórias dos dois juntos eram tão vivas, tão presentes. E agora, tudo aquilo parecia distante, como se tivessem sido arrancados um do outro por uma força cruel e incontrolável.

"Droga..." Jimin murmurou para si mesmo, sentindo as lágrimas retornarem. Ele se virou de lado na cama, abraçando o travesseiro na esperança de sentir algum conforto. Mas era inútil.

Decidido a não passar o dia inteiro preso em sua dor, Jimin pegou o celular e, sem hesitar, ligou para Lisa. Ela era a única pessoa que ele sentia que poderia entender o que estava passando, a única que poderia dar a ele um pouco de consolo naquele momento de desespero.

"Alô?" A voz de Lisa ecoou do outro lado da linha.

"L-Lisa..." Jimin tentou controlar a voz, mas o tremor era evidente.

"Jimin? O que houve? Você está chorando?" Lisa perguntou, a preocupação evidente no tom dela.

Jimin engoliu em seco, sentindo o nó na garganta aumentar. "Eu... posso passar o dia com você?"

"É claro que pode! Você quer que eu vá até sua casa? Ou você vem pra cá?" Lisa respondeu, a urgência na voz dela mostrando que ela sabia que algo muito sério havia acontecido.

Jimin respirou fundo, tentando não desmoronar. "Eu... vou pra sua casa."

"Te espero aqui então, Jiminnie. E vou preparar o seu bolo favorito, ok?" Lisa tentou soar leve, mas Jimin podia sentir a preocupação dela.

Desligando o telefone, ele se levantou lentamente, vestindo qualquer roupa que encontrou pelo quarto. Enquanto se olhava no espelho, viu seus olhos inchados e o rosto pálido. Era como se todo o brilho tivesse sido drenado de sua pele.

Ele saiu da mansão Park sem se despedir de ninguém. Não tinha forças para fingir que estava bem, para encarar seu pai ou qualquer outra pessoa.

Assim que chegou à casa de Lisa, ela o recebeu com um abraço forte. "Jimin, me conta o que aconteceu. Você está um caco."

Jimin respirou fundo, tentando segurar as lágrimas, mas ao sentir o calor e a segurança nos braços de sua amiga, ele não conseguiu mais segurar o choro. As lágrimas voltaram com força total, e ele soluçou no ombro de Lisa.

elite • jjk + pjm (abo)Onde histórias criam vida. Descubra agora