The Red Means I Love You

Possível fuga¿🍏

Sexta-feira, 23:50

O silêncio no quarto era pesado, quase sufocante. Rarity segurava o telefone com força enquanto ouvia os sussurros distantes de Applejack, provavelmente conversando com alguém no andar de baixo. O coração de Rarity disparou ao pensar em quem poderia ser. Talvez fosse alguém envolvido com essa estranha transformação de sua noiva ou... talvez fosse apenas paranoia. A mensagem para Sunset e Fluttershy tinha sido enviada, mas agora ela estava em uma encruzilhada. Sabia que não podia ficar ali por muito tempo. Applejack eventualmente notaria sua ausência, e o tempo estava contra ela.

Rarity escutou o leve rangido de passos. Seu corpo congelou debaixo da cama, e o som dos passos ficando cada vez mais próximos fez seu sangue gelar. A porta do quarto se abriu lentamente, e Rarity prendeu a respiração, tentando se convencer de que estava bem escondida.

— Rarity...? — Applejack chamou, sua voz carregada de uma doçura sinistra que Rarity não reconhecia mais. — Sei que está aqui.

O silêncio tomou conta da sala enquanto os passos de Applejack pararam próximos à cama. Rarity podia ver os pés descalços de sua noiva pelo pequeno espaço entre o chão e a cama. Applejack estava parada ali, imóvel, como se estivesse ouvindo algo. Rarity tentou não se mexer, mal respirando, esperando que Applejack desistisse e fosse embora.

— Eu sei que está assustada. — A voz de Applejack soava mais rouca agora, carregada de algo que Rarity não sabia como descrever. — Mas eu estou fazendo isso por nós. Para que tudo seja perfeito.

Rarity fechou os olhos com força, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. Essa não era a Applejack que ela conhecia. Algo, ou alguém, havia feito isso com ela. Mas o quê? E por quê?

Enquanto seus pensamentos corriam, o telefone em suas mãos vibrou silenciosamente. Uma nova mensagem. Ela arriscou um olhar rápido.

Gada de nerd: A polícia já está a caminho. Vamos chegar em 10 minutos.

Dez minutos. Ela só precisava sobreviver por mais dez minutos. Mas, com Applejack ali, a centímetros de distância, esses dez minutos pareciam uma eternidade. De repente, Applejack se virou, seus passos ecoando pelo chão enquanto ela saía do quarto. Rarity soltou um suspiro silencioso de alívio, mas sabia que essa era apenas uma pequena vitória.

Porém, o que Rarity não esperava era que Applejack se enfiasse junto com ela debaixo da cama.

— Rarity, você realmente achou que poderia fugir de mim? — Ela se virou e viu Applejack.

Rarity não sabia o que fazer naquele momento. Sua respiração estava ofegante, e sua cabeça só conseguiu processar o impulso de segurar o celular e se lançar para fora debaixo da cama.

Rarity mal teve tempo de pensar. O medo que corria por suas veias lhe deu uma força desesperada, e, em um movimento rápido e desajeitado, ela empurrou-se com toda a força para fora de debaixo da cama, sentindo o ar frio da noite bater contra sua pele suada. O som de seus movimentos bruscos pareceu amplificado no quarto silencioso.

Ela caiu no chão com um baque surdo, o celular escorregando de suas mãos. Antes que pudesse processar o que havia acabado de fazer, ouviu Applejack rindo debaixo da cama, uma risada baixa e perturbadora.

— Ah, Rarity... sempre tão dramática... — A voz de Applejack soava próxima demais, como se ela pudesse alcançá-la a qualquer momento.

Rarity, com os músculos tremendo e o coração batendo descontrolado, se arrastou até a porta. Sabia que não poderia esperar os dez minutos. Não com Applejack tão perto, não com aquela risada preenchendo o quarto.

Segurando a maçaneta da porta com mãos trêmulas, Rarity a girou e correu pelo corredor. Atrás dela, podia ouvir os passos apressados de Applejack.

— Isso é inútil, amor! — Applejack gritou, sua voz ecoando pelas paredes da casa. — Eu sempre vou te encontrar!

O coração de Rarity parecia prestes a explodir. Ela desceu as escadas correndo, quase tropeçando nos degraus. Ao chegar ao andar de baixo, sua mente procurava por algum lugar seguro, algum objeto que pudesse usar para se defender, qualquer coisa que a ajudasse a ganhar tempo.

Ela tentou abrir a porta do porão, mas foi inútil. Correu para a porta principal, mas também estava trancada. Não sabia por onde sair, mas pensou em escapar pela janela. Talvez não desse tempo, mas não podia descartar essa opção. Correu até a janela e tentou abri-la, mas sem sucesso.

Nem teve tempo pra pensar. Agarrou o telefone e considerou uma possível rota, mas, em meio ao caos, ouviu um barulho vindo da porta do porão. Mesmo assim, Rarity ignorou o som e resolveu ir até a cozinha pegar algo para se defender.

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