𝑚𝑦 𝑓𝑎𝑣𝑜𝑟𝑖𝑡𝑒 𝑐𝑟𝑖𝑚𝑒

devolta a los Angeles 23



O cheiro de álcool gel e desinfetante era forte, mas a Kiria mal notava.  Seus olhos estavam fixos na Stromi, deitada na cama do hospital, com o rosto pálido e os olhos cansados.  A irmã mais nova parecia frágil, como um passarinho ferido.  A Kiria se sentia impotente, completamente incapaz de aliviar a dor da Stromi.

"Stromi, você está bem?", ela perguntou, a voz rouca de tanto segurar as lágrimas.

A Stromi abriu um sorriso fraco, tentando confortar a irmã.  "Estou melhor, Kiki.  É só um susto."

"Não me diga isso, Stromi.  Você está aqui no hospital, você está fraca.  Eu fiquei tão preocupada quando ouvi a notícia."

A Kiria se sentou na beira da cama, segurando a mão da Stromi.  Era quente, seca, como se toda a energia tivesse se esvaído dela.  A Kiria sentia um aperto no peito, uma mistura de medo e culpa.  Ela devia ter ficado mais perto, devia ter dado mais atenção à Stromi.  A distância, a correria da vida em Dubai, a havia cegado para o sofrimento da irmã.

"Não se preocupe, Kiki.  Eu estou bem.  A Mads, a Charli, a Avani e o Bryce cuidaram muito bem de mim.  Eles são ótimos amigos."

A Kiria sentiu um nó na garganta ao ouvir o nome do Bryce.  Ele havia sido um dos amigos que cuidaram da Stromi durante a sua ausência.  A Kiria se lembrava do tempo em que o Bryce era um amigo próximo, um confidente.  Mas, com a distância, a amizade havia se esfriado.  E ela não sabia se o Bryce ainda sentia o mesmo por ela.

"O Bryce está aqui?", ela perguntou, a voz quase inaudível.

"Sim, ele veio me visitar ontem.  Ele está bem.  Ele mandou um abraço para você."

A Kiria respirou fundo, tentando controlar a emoção.  Ela queria saber mais sobre o Bryce, sobre o que havia acontecido com ele, com a Stromi, durante a sua ausência.  Mas, por enquanto, ela precisava se concentrar na Stromi, na sua saúde, na sua recuperação.

"Stromi, eu vou ficar aqui com você.  Eu vou dormir aqui no hospital, do seu lado.  Eu não vou te deixar sozinha."

A Stromi sorriu, apertando a mão da Kiria.  "Obrigada, Kiki.  Eu te amo."

"Eu também te amo, Stromi.  Você é a minha melhor amiga, a minha irmã, a minha vida."

A Kiria se aninhou na cama do hospital, junto da Stromi, sentindo o cheiro familiar da irmã, a sua respiração leve e a sua presença reconfortante.  Ela fechou os olhos, desejando que tudo voltasse a ser como antes, que a vida voltasse a ser simples, que a distância e a correria não tivessem abalado a sua família.  Ela desejava que a Stromi estivesse bem, que ela se recuperasse logo, que a sua vida voltasse a ter cor.

Na manhã seguinte, a Stromi estava melhor.  As dores haviam diminuído, o rosto estava menos pálido, os olhos brilhavam com mais força.  O médico liberou a Stromi para ir para casa, e a Kiria sentiu um alívio imenso.

"Stromi, você está bem?  Você tem certeza que pode ir para casa?", ela perguntou, com a voz cheia de preocupação.

"Estou bem, Kiki.  Eu preciso ir para casa.  Eu preciso voltar para a minha vida, para os meus amigos, para a minha família."

A Kiria sorriu, sentindo um misto de felicidade e tristeza.  Ela estava feliz por ver a Stromi bem, mas triste por ter que se separar dela novamente.  Ela sabia que a vida em Los Angeles seria agitada, que a distância entre elas seria grande, mas ela prometeu a si mesma que nunca mais deixaria a Stromi sozinha.