Capítulo 7

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As semanas que se seguiram à última comunicação entre as mulheres foram um verdadeiro teste de paciência. O contato entre as duas havia se tornado cada vez mais raro, e cada momento de silêncio deixava ambas aflitas. Narcisa, sempre sob o olhar atento de Lucius, mal tinha tempo de respirar sem sentir a sombra de seu marido pairando sobre ela,parecia sempre um passo à frente, como se soubesse que algo estava acontecendo. Narcisa sabia que ele suspeitava. O olhar penetrante e os questionamentos velados eram constantes. A vida na Mansão Malfoy estava sufocante, e a cada dia que passava, a esperança de escapar se tornava mais distante. Mesmo assim, ela se agarrava à promessa silenciosa que a jovem auror lhe fizera: elas encontrariam uma maneira.  

Ellie, por outro lado, estava cada vez mais imersa em suas obrigações como auror e na crescente tensão dentro de seu trabalho. A situação no Ministério da Magia estava em ebulição. As marcas negras estavam aparecendo com mais frequência em Londres e arredores, sinais inconfundíveis do retorno iminente de Voldemort. Mesmo assim, Cornelius Fudge, o Ministro da Magia, se recusava a reconhecer a gravidade da situação, insistindo que tudo não passava de rumores e histeria coletiva.

Na Sala de Reuniões do Ministério, o ar estava carregado de tensão. Os aurores estavam reunidos, suas expressões severas, enquanto Ellie se mantinha em pé ao fundo da sala, os punhos cerrados. Na cabeceira, Cornelius Fudge olhava para todos com desdém, como se a urgência nos olhos de seus subordinados fosse apenas um exagero.

— Não há nenhuma prova concreta de que Ele voltou! — Fudge exclamou, batendo com o punho na mesa. — Essas marcas negras são obra de seguidores desorientados! Fanáticos tentando semear o caos!

Ellie não conseguia mais se conter. Ela deu um passo à frente, seus olhos faiscando de raiva.

— "Obra de seguidores desorientados"? — repetiu, sua voz carregada de incredulidade. — Senhor Ministro, estamos lidando com ataques coordenados! A marca negra não é um símbolo qualquer, é um sinal claro de que os Comensais da Morte estão em movimento. O que mais precisa acontecer para que você entenda?

Fudge a encarou, sua expressão endurecendo.

— Senhorita Black,  você está deixando suas emoções nublarem seu julgamento. Até que tenhamos provas tangíveis do retorno de Voldemort, este Ministério não se dará ao luxo de causar pânico na comunidade bruxa. Isso é exatamente o que Ele quer — criar medo sem fundamento. — Ele se inclinou para frente, com o rosto vermelho de indignação. — E eu não permitirei que minha administração seja abalada por boatos e especulações!

Ellie sentiu o sangue subir à cabeça. Seus colegas aurores trocaram olhares de preocupação, mas ninguém parecia disposto a confrontar o ministro abertamente. O peso da negação de Fudge pairava sobre todos, como uma nuvem negra que ameaçava desabar.

— Boatos? — Ellie disparou, sua voz subindo. — Os aurores estão no campo, senhor. Estamos vendo com nossos próprios olhos! Os ataques estão aumentando, e as marcas negras estão sendo conjuradas em lugares estratégicos. Quantos mais terão que morrer antes que você reconheça o que está diante de você?

Fudge levantou-se bruscamente, batendo as mãos na mesa, o rosto contorcido de raiva.

— Isso é uma acusação séria, Senhorita Black! Você está insinuando que eu não estou fazendo meu trabalho?

Ellie respirou fundo, tentando manter o controle. Mas a frustração era avassaladora.

— Estou dizendo que sua inação está colocando todos em perigo — respondeu ela, os olhos fixos nos de Fudge. — Negar o que está acontecendo não vai impedir que Ele volte. Pelo contrário, está nos enfraquecendo. E quando o momento chegar, não estaremos preparados.

Nosso Jogo - Narcisa Malfoy e Ellie BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora