Capítulo 7

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    Olhei para o lado e descobri de onde vinha o grunhido estranho. Um homem estava no centro de um palco que ficava logo em frente a última mesa. Eu mal podia ver seu rosto, porém, consegui ver sua forma, ele era gordo e estava usando um terno preto com uma gravata borboleta, que tinha uma cor de ametista.
    Ele conseguiu calar o salão inteiro apenas com um grito meio nervoso. Eu até ia comentar algo com Clara, mas ela estava muito concentrada, então fiquei com vergonha de conversar com ela. O homem limpou a garganta e pegou um manuscrito de seu paletó.
    — Alu... Alunuos! Alunos! Seja bem-vindos a Academia de Luminae! — Ele parou por alguns instantes para ler o papel — É uma honra poder. O que? Ah! É uma honra poder ter a presença de to-todos vocês!
    Aquele senhor era todo atrapalhado na hora de falar. Sua voz estava trêmula e ele batalhava para poder entender o que estava escrito no papel.
    Algumas pessoas estavam murmurando palavras, comentando baixinho com seus colegas. Eu não sabia o que pensar sobre aquilo, apenas estava aceitando essa loucura toda. Francamente, eu só queria voltar pra minha casa e dormir. Eu não aguentava mais ter que ficar. O que era pra ser isso? Magia? Escola de magia? Era confuso, eu diria. Tudo que eu estava querendo era chorar.
    Segurei a minha tristeza e ergui a cabeça. Eu já estava lá mesmo, não tinha mais nenhum lugar para onde eu poderia fugir. Espiei os rostos das pessoas que estavam do meu lado e aparentemente todos estavam pensando o mesmo que eu naquela hora. Me assustei quando o homem começou a falar novamente:
    — Isto é tudo. Deixarei as explicações para o professor Horatio.
    O homem gordo lentamente se afastou do centro do palco e deixou passagem para um outro homem. Ele era bem alto, usava um terno bem formal e tinha um bigode. Mas ele era desfigurado. Vejamos, tudo que consegui identificar foi um rosto bem queimado com uma carne viva ainda a mostra. Ele parecia um pouco mais confiante, mas ainda mantinha um certo andar meio tímido. Ele pegou uma varinha da manga de seu paletó e colocou em sua garganta, limpando a garganta para ver se sua voz estava alta o bastante.
    — Muito prazer em conhecer a todos vocês. Me chamo Alexander Horatio, mas serei conhecido como o professor Horatio. Muitos de vocês, ou todos, devem estar confusos e perdidos com tudo isso, porém, eu explicarei.
    Sua voz era rouca e as vezes dava leves paradas para poder recuperar o tom. E resumindo suas explicações, basicamente, a Academia de Luminae é uma escola de magia feito exclusivamente para aqueles que nasceram com as maldições antigas das bruxas. Bom, não são maldições ruins (na maioria), mas se a pessoa não aprender a lidar com o poder, ele irá falecer de tanto acumular energia dentro de seu próprio coração.
    Sendo sincera, não prestei atenção sobre o que é essa energia, apenas ouvi que ela era igual um veneno feito por nós mesmos, mas se usarmos precocemente, ela é regulada.  É interessante, talvez, mas eu estava preocupada pensando em como a minha mãe devia estar preocupada.
    Todo o discurso acabou e o professor Horatio nos dispensou para irmos até os dormitórios. Algumas senhoras orientaram cada fileira até os aposentos compartilhados,  eu fiquei com 5 garotas barulhentas, que pareciam uns porcos sendo abatidos enquanto reclamavam e pareciam estar cuspindo veneno. Eu nem tirei minha roupa para poder dormir, apenas me joguei na cama e fiquei chorando até cair no sono. Não me julguem, eu estava fantasiando em como eu poderia calar a boca dessas meninas irritantes do meu quarto, era como se pequemos demônios estivessem fazendo o trabalho de me atormentar em meu adormecer.
    Clara me chacoalhau para que eu acordasse, eu obviamente arrepiei de susto e eu despertei. Desse momento, apenas me lembro dela dizendo para eu acompanhar ela e que me procurou em todos os quartos possíveis antes de me achar. A Clara me puxou pelo braço com força e me levou correndo até algum "lugarzinho secreto" como ela mesmo disse.
    Olha, tenho que ser sincera, aquele lugar era quase que insalubre. As empregadas eram um tanto nojentas, algumas baratas ficavam andando pelas paredes e parece que ninguém de lá tomava banho. Eu fiquei enojada e eu sentia meu estômago sair pela garganta, porém, Clara finalmente me soltou e parou. Lá estava Lirian e Rudolph, sentados enquanto esfregavam o rosto com água de um balde de madeira.
    — Madelyne, a gente acha melhor sairmos daqui. Este lugar é horrível! Trataram a gente como vermes! — A Clara segurou minhas duas mãos e deu aquele sorriso meio frouxo para mim.
    — Eu acho que já me sinto como um pequeno verme e animalzinho neste lugar. —  Lirian disse sarcasticamente, não levando a sério a situação.
    Eu queria entender melhor aquilo. Eles estavam sendo descuidados ou realmente estavam tratando eles mal? Ok, isso pareceu um tipo de pergunta que minha mãe faria, então eu não vou perguntar.
    — Vocês pelo menos sabem como sair daqui? — Eu perguntei
    Rudolph se levantou e veio até mim
    — Nós sabemos onde fica a saída.
    — Então onde fica?
    — Temos que fazer os guardas deixarem a gente sair primeiro. Mas fica bem perto do quarto em que você dormiu.
    Ok. Despistar guardas e fugir. Eu achei que era ridículo tentar, mas o pior que poderia acontecer seria se eles falassem isso para alguém importante.
    — Tudo bem, vamos tentar. — Eu concordei




















Notas: Desculpa por não trazer nenhum capítulo por UM MÊS INTEIRO. Eu tava sem vontade de escrever e eu sentia que eu tinha que melhorar, mas eu acho que eu não preciso ter que desistir pra poder continuar a escrever a minha história, talvez eu evolua enquanto termino Mistérios da Magia e eu possa algum dia trazer alguma continuação ou uma história diferente

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⏰ Última atualização: Oct 05 ⏰

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