Capítulo 4

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    De novo, um silêncio ficou. Ninguém gostava de conversar, igual a mim. Pelo menos isso me fez ter foco para poder pensar, gostava de poder ficar imaginando o que estaria acontecendo. Mesmo assim eu estava nervosa, fiquei com medo de estar indo morrer, ser torturada ou ficarmos nessa carruagem para todo o sempre até morrermos de fome e sede.
    Tentei pensar em coisas boas, talvez tivessem nos levando para um paraíso, ou para um lugar bonito. Qualquer coisa boa eu pensara para passar a ansiedade. Mas eu não me aguentava direito, ficava tremendo e engolindo em seco a cada segundo que passava, eu não quero estar exagerando, mas aquilo me apavorou. Os outros também estavam inquietos, dava pra ver pelo rosto o desespero.
    Mais tarde, a carruagem aparentemente tinha parado, nos olhamos como quem procurava algo. Parece o loiro tinha achado o que queria. A porta para a saída. Ele começou empurrando de leve, mas não conseguiu, então decidiu dar um empurro mais forte com o braço., não abriu, tentou dar um chute mas não conseguiu, em troca, ficou gemendo de dor enquanto passava a mão na perna.
    A carruagem começou a andar de novo, parecia ficar mais rápida, mas logo deu uma parada brusca, o que fez todo mundo quase desequilibrar e cair um por cima do outro. Graças a Deus, não. No final das contas, o aloirado estava certo, era ali que estava porta, pois ela abriu um pouquinho depois da parada. Ele foi o primeiro a empurrar com a mão, inclinamos para ver o que nos aguardava lá fora. Vimos de pouco: a luz laranja do pôr do Sol batendo em nossos rostos, grama, flores azuis e roxas, um banco branco muito talvez feito do mesmo material que aqueles pilares da Grécia, e, o que mais chamou atenção, uma enorme placa dizendo "Estrada do jardim 45."
    Descemos em sequência, quando todos saíram, ficamos olhando ao redores tentando avistar alguma construção ou talvez alguém,  mas parecia impossível, era totalmente desértico e tudo que víamos eram flores, banquinhos e tudo que eu tinha dito antes. A garota veio em meu ombro e disse:
    — Acho que sei onde estamos.
    Arregalei meus olhos.
    — Então onde estamos?
    — É um lugar mágico. — Ela fechou os olhos — Bem mágico.
    De primeira achei que ela estivesse doente da cabeça, mas ela fechou os olhos com tanta leveza e ainda veio até pertinho de mim para falar... Isto é, aquilo me convenceu, e muito.
    — Talvez seja uma boa ideia nos apresentarmos, não é? — O moreno falou em um tom alto — Sou Rudolph Dazzn.
    O outro garoto revirou o olhar.
    — Lirian Etóileclair...
    — Sou Clara Raymondine! — Ela disse enquanto virava-se e mantinha um sorriso doce
    — Meu nome é Madelyne O'Hara.
   Os olhos do tal Lirian brilharam quando terminei de falar meu nome.
    — O'Hara?
    — Sim? — Respondi
    — Seu pai é o Romero O'Hara. Estou certo?
    — An... É? Que tipo de pergunta é essa?
    Lirian deu uma encarada em meu rosto
    — É. Você é filha dele mesmo.
    Revirei os olhos em indignação. Eu tinha achado ele meio esquisito, mas relevei e fingi que essa conversa não existiu.
    Seguimos andando para o lado esquerdo do jardim, eu rezava para que fosse o caminho certo e que não eu não iria morrer dessa forma. A estrada por aquele direção era de pedra, tinha um gramado bem verde e mesmo ainda não sendo tarde da noite, tinha vários vagalumes iluminando cada passo que dávamos.
    Já exaustos, vimos que a estrada escureceu totalmente. Os vagalumes foram embora e não víamos absolutamente nada, foi quase a mesma coisa que aconteceu quando eu fui da sala de aula para cá. Quando tentei andar devagar pela escuridão, senti uma presença atrás de mim, virei para trás e vi um rosto iluminado de um homem. Arregalei meus olhos e dei um grito que nunca esqueceram.

    

Mistérios da Magia: Espada enfraquecida Onde histórias criam vida. Descubra agora