𝗠𝗢𝗥𝗗𝗜𝗗𝗔 - 𝗞𝗖

02 - dress

Se passaram alguns dias após minha experiência de quase morte e aquele momento com Klaus. As lembranças do dia vem martelando minha cabeça desde então.

Eu estava escutando um recado que Tyler deixou em meu celular, até escutar batidas na porta, andei e movi a maçaneta dourada, puxando a porta para trás. Não havia ninguém, apenas uma caixa de papelão com fitas brancas na parte superior. Peguei sentindo um peso e a levei até a minha cama, percebendo e abrindo um convite ao baile dos… Mikaelson? Eu não fazia ideia de quem eram os Mikaelson. Talvez uma familia fundadora desconhecida? Os pensamentos e as dúvidas foram justificados no momento em que eu olhei o verso do convite, no qual havia um breve bilhete.

“Guarde uma dança para mim. – Klaus.”

Aquilo me fez revirar o estômago, desde que tudo aquilo aconteceu, eu sinto algo confuso toda vez que vejo algo relacionado a Klaus. É simplesmente inexplicável, um misto de emoções totalmente diversas e opostas que parecem estar brigando entre si.

Eu então abri a caixa e me deparei com uma das coisas mais lindas que já havia visto. Era um vestido azul, com jóias prateadas cravejadas em partes específicas do abdômen. Mesmo sem pegá-lo, eu conseguia perceber as diversas camadas que haviam ali, eu estava sem reação alguma.

Eu fechei a caixa rápidamente sem ao menos observar o vestido mais de perto. Não, não, não! Aquilo era errado, muito errado.

Eu estava decidida, eu não iria comparecer ao baile, principalmente pelo fato de que o cara que matou a tia da minha amiga e fez um inferno na vida de todos nós era o mesmo que estava me convidando. Não entrava na minha cabeça que ele realmente estava sentindo alguma coisa por mim, ele é maluco, completamente maluco. No máximo deve ser alguma aposta que ele fez com os irmãos apostando que iria me foder sem me compelir.

Se passaram algumas horas e eu estava no Grill com a Elena, pelo visto ela também tinha recebido o convite para o tal baile, convidada exclusiva de Esther Mikaelson, ou a “Bruxa Má”, como Damon apelidou.

— Muito estranho. Os Originais vão dar um baile, um baile de verdade. — a morena disse, sentada do outro lado da mesa.

— Deve ser algum fetiche estranho estranho de Cinderela. E o que a “Bruxa Má” quer com você? —

— Não faço ideia, só há um jeito de saber. — Elena falou, dando a entender que ela iria comparecer ao baile.

— Eu achei que você tinha dito ao Damon e ao Stefan que não ia. —

— Eu disse, mais um motivo pra eu precisar de um guarda‐costas sem drama. —

— Olha, eu acho que um Salvatore ficaria melhor de smoking’, e eu tô falando do Stefan. — Não é que eu não gostasse do Damon, mas também não tinha nada a favor.

— Não posso lidar com nenhum dos Salvatore agora. O que o Stefan tá sentindo tá canalizando no Klaus, e o Damon… — Ela suspirou, olhando para baixo. — Não é uma boa ideia. —

— Por que? Porque se beijaram? — Falem em um impulso, era difícil fingir que não sabia de tudo o que havia acontecido quando estava perto da Elena. — Bonnie contou tudo. —

— Eu ia contar, mas é que depois do que aconteceu com seu pai… — Senti um aperto no peito no momento em que ela me lembrou, mas tentei manter a normalidade.

— Elena, quando você e o Matt se beijaram pela primeira vez, você me ligou no mesmo segundo! E eu só fico sabendo disso agora? Por outra pessoa?! — Eu estava com raiva, mas nada comparado a raiva que senti quando Bonnie me contou. Era sempre assim. Eu amava as minhas amigas, nossos momentos juntas eram incríveis, mas eu sempre sentia que a conexão que Elena e Bonnie tinham, era muito maior do que a conexão que elas tinham comigo, isso era notório.

— Me desculpe. É que… eu não sei bem como eu me sinto ainda. A única coisa que eu sei, é que antes era bem mais fácil. — Ela estava com um semblante triste, até ser interrompida por uma voz familiar vindo até nós. Rebekah.

— Cuidado Caroline, tudo vai bem até ela te apunhalar pelas costas. — Ela falou fuzilando Elena com os olhos. Entendo Rebekah, deve ser horrível sentir uma adaga de prata atravessar seu coração por uma humana mil anos mais nova que você.

— Tá fazendo o que aqui? Eu sei das regras da sua mãe, nada de assassinar os locais. —

— Cai na real, Elena. Você não é o centro de tudo. — Ela se virou e saiu, batendo os saltos com força no chão.

Elena se virou pra mim, e quando olhei para trás, vi Rebekah entregando um convite para o… O Matt? Como assim o Matt?

— Eu não acredito, ela tá chamando ele pro baile. — Me virei novamente, encarando Elena. — Por que ela tá convidando ele? —

— Provavelmente pra gente reagir. — Ela disse calma e sem tirar os olhos deles dois, e naquele momento, mesmo sem utilizar a audição vampirítica, eu percebi que Matt estaria presente, devido ao sorriso que Rebekah deu após o loiro responder. Eu me encostei na cadeira enquanto cruzava os braços, bufando.

— Que horas é a droga do baile? —