Era Cyber

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Noticiário:

“No ano de 2055, o mundo como era conhecido décadas antes havia se transformado drasticamente. A humanidade entrou em uma era de avanços tecnológicos sem precedentes, onde a linha entre homem e máquina se tornou quase indistinguível. Grandes metrópoles, como Neo-Tóquio, Nova São Paulo e Silicon City, despontavam como centros de poder e inovação, iluminadas por gigantescos arranha-céus de vidro que refletiam o brilho incessante de hologramas publicitários e drones patrulhando os céus.”

“A revolução tecnológica veio de todas as direções. As grandes corporações, outrora vistas como impulsionadoras de progresso, agora controlavam todos os aspectos da vida cotidiana, desde a saúde até a segurança, e até mesmo as emoções humanas. A vida urbana era dominada pela automação: carros autônomos enchiam as ruas, robôs domésticos faziam parte da rotina de todas as famílias, e interfaces neurais conectavam as pessoas a uma rede global de informação, a chamada Neonet. Com um simples pensamento, era possível acessar qualquer dado, controlar dispositivos ou até interagir em realidades virtuais, onde as pessoas passavam tanto tempo quanto no mundo físico.”

“No entanto, essa era de ouro tecnológica tinha um preço. Em um mundo onde as corporações tinham mais poder do que os governos, a liberdade era uma ilusão. E no centro dessa nova ordem mundial, estava a maior e mais influente corporação de todas: Cyberlife.”

“Fundada no final da década de 2020, a Cyberlife começou como uma empresa de biotecnologia, desenvolvendo próteses avançadas e dispositivos neurais para ajudar pessoas com deficiências. A promessa inicial era simples: melhorar a qualidade de vida através da tecnologia. E por um tempo, a empresa manteve sua imagem de benevolência, criando inovações que permitiam que amputados voltassem a andar, que cegos recuperassem a visão, e que doenças terminais fossem erradicadas.”

“Mas em algum ponto, a Cyberlife mudou. Ou talvez sempre tenha sido assim, apenas esperando o momento certo para revelar suas verdadeiras intenções.”

“Em 2037, a empresa lançou seu maior projeto até então: Sintéticos Avançados, androides que não apenas imitavam a aparência humana, mas também seus comportamentos, emoções e, eventualmente, sua consciência. No início, os Sintéticos eram usados para trabalhos braçais e domésticos, substituindo humanos em tarefas repetitivas e perigosas. A Cyberlife transformou o mercado de trabalho global, alegando estar "libertando" a humanidade da necessidade de empregos exaustivos. Mas com o tempo, esses androides evoluíram. A inteligência artificial desenvolvida pela Cyberlife tornou-se tão sofisticada que muitos começaram a questionar onde terminava a máquina e começava a vida.”

“A empresa então expandiu suas operações, passando a controlar a infraestrutura tecnológica de várias cidades ao redor do mundo. Seus sistemas de segurança, transporte e até mesmo a saúde pública eram geridos pelos servidores centrais da Cyberlife, interligados em uma rede colossal de processamento de dados chamada Neural Nexus. Com essa tecnologia, a Cyberlife controlava não só os androides, mas também o fluxo de informações, a economia e até as decisões políticas.”

“Os seres humanos, que outrora acreditavam ter alcançado uma era de ouro da liberdade e prosperidade, agora eram monitorados e, em muitos casos, manipulados pela empresa que jurou servir à humanidade. A Cyberlife prometia um mundo melhor, mas muitos começaram a perceber que estavam se tornando dependentes de suas criações. E pior: estavam sendo moldados por elas.”

“Embora a empresa insistisse que seus Sintéticos e tecnologias neurais estavam ali para "ajudar" a humanidade a evoluir, rumores de um controle mais sinistro começaram a circular. Algumas pessoas afirmavam que aqueles que se conectavam às interfaces neurais da Cyberlife experimentavam lapsos de tempo, memórias falsas e uma estranha sensação de perda de autonomia. Movimentos clandestinos começaram a surgir, pessoas desconfiadas da crescente influência da empresa sobre suas mentes e corpos.”

“Mas apesar dessas vozes dissonantes, a maioria das pessoas aceitava a realidade que lhes era oferecida. Com a Cyberlife fornecendo conforto, segurança e até imortalidade digital — a promessa de transferir a consciência humana para o mundo virtual — poucos se opunham à corporação.”

“A empresa tinha sede em várias cidades globais, mas seu coração batia em Neo-Tóquio, onde suas torres gigantescas se erguiam como monumentos ao futuro que haviam criado. Lá, em um complexo tecnológico impenetrável, as mentes mais brilhantes do mundo trabalhavam em segredo, desenvolvendo novas formas de controle e inovação.”

“Para muitos, a Cyberlife representava o auge da civilização humana. Para outros, ela era um império tecnológico que ameaçava destruir o que restava de humanidade.”

“O que ninguém sabia, no entanto, era que a Cyberlife estava envolvida em experimentos muito mais perigosos. Eles estavam em busca da chave para o controle completo não apenas dos corpos, mas das mentes humanas. E para isso, precisavam de cobaias, pessoas que não fariam falta no grande esquema de coisas. Pessoas que desapareceriam sem levantar suspeitas.”

“Esse era o verdadeiro propósito do Programa Cyber, um experimento secreto, conduzido nos confins subterrâneos de Neo-Tóquio, onde aqueles que sabiam demais ou estavam no caminho da Cyberlife eram levados. Pessoas como Cassandra, uma dos experimentos de lá. Mas isso não ficaria assim..”

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