Capítulo 10

51 8 3
                                    

Voltamos para casa exaustos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Voltamos para casa exaustos. O dia havia sido intenso, desde a cerimônia de abertura, que foi simplesmente deslumbrante, até os momentos tensos com Jack e o treinador dele. Acredito que todos nós vamos guardar a beleza daquela celebração, mas também vai ficar marcado o desconforto que aquele desentendimento trouxe. Como se eu já não estivesse lidando com problemas o suficiente, mais essa situação caiu no meu colo. Se não fosse por mim e pelo resto da equipe, Gabriel teria batido em Jack, e com certeza isso traria consequências terríveis.

Gabriel sempre foi uma pessoa carinhosa, carismática e gentil, mas basta alguém mexer com quem ele ama que a fúria tomava conta. E, naquele momento, ele estava prestes a explodir. O problema é que isso não ajudaria em nada.

Com o cansaço acumulado, todos decidiram descansar. Amanhã seria um dia ainda mais desafiador — o primeiro dia de competição. As emoções do dia ficaram para trás, e o foco agora era no que realmente importava: o mar e as ondas que nos esperavam.

Me despedi da equipe e fui para o meu quarto, pronta para tomar um banho e tentar relaxar. A água quente escorrendo pelo meu corpo parecia a única coisa que me trazia algum alívio naquele momento. Fechei os olhos, respirei fundo e tentei afastar os pensamentos, mas era quase impossível. Minha mente, como de costume, trouxe à tona todos os meus medos, um por um, como se quisesse me lembrar de cada coisa que estava fora do meu controle.

A ameaça de Jessé pairava sobre mim, como uma sombra. A competição estava prestes a começar e Jack parecia determinado a nos desestabilizar. E, por fim, tinha o Gabriel. Ele estava tendo dificuldades para controlar o temperamento e parecia sempre à beira de explodir, como se fosse eu refletida nele. Era estranho perceber o quanto ele estava lidando com os próprios demônios, quase como eu com os meus.

Desde o dia em que Gabriel apareceu no meu quarto, se declarando, minha mente não parava de pensar nele. O desejo de tê-lo novamente, de sentir aquela conexão que tivemos por tanto tempo, era avassalador. Mas, ao mesmo tempo, o medo me travava. Eu sabia o que queria, sabia que o amava, mas... Será que esse era o momento certo? Será que, com tudo acontecendo ao nosso redor, estávamos prontos para nos entregar um ao outro de novo?

Enquanto a água caía sobre mim, esse turbilhão de emoções parecia impossível de controlar. Eu queria fugir, mas ao mesmo tempo, estava cansada de fugir dos meus sentimentos.

Tentei bloquear os pensamentos, pelo menos por agora. Eu só queria um momento de paz, um pouco de descanso. Desliguei o chuveiro e, enrolada na toalha, fui para o quarto. O calor no Taiti era sufocante, então optei pelo meu pijama mais leve: um top branco com corações vermelhos e um short combinando, curto o suficiente para subir um pouco e ficar no meio da minha bunda. Como não tinha planos de sair do quarto, não me importei. Quem iria me ver assim?

Passei meu hidratante corporal, sentindo a pele refrescar, e estava pronta para deitar, finalmente. Mas antes que pudesse relaxar completamente, ouvi uma batida na porta. Me assustei, o coração acelerando.

Sobre o Oceano - Weston Webb e MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora