AFRODITE 11

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Afrodite

Eu estava afundando, afundando,

e quando o último suspiro parecia iminente,

algo me puxou para fora.

Era ela, Afrodite,

entre as árvores,

entre os templos sagrados.

Ela me envolveu em seus cabelos de fogo,

brasas no inverno.

Sua pele ardia em verdes e vermelhos.

Meu coração, em chamas por ela,

não era daqui.

Eu era de lugar nenhum, eu era dela.

Senti o gosto da labareda em minha carne,

queimava.

Havia sangue na ponta dos meus dedos.

Eu estava no purgatório,

e os poetas gregos esqueceram de me avisar.

Afrodite, eu gritava, me leve daqui.

Não sou daqui.

Sou sua e de lugar nenhum.

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