SURVIVORS ᵖᵃⁿⁱᶜᵒ

04

Oliver caminha calmante em pela delegacia. As luzes frias das lâmpadas fluorescentes criam sombras nas paredes gastas do local, enquanto se aproxima do escritório de Jéssica, a morena está concentrada, lendo alguns arquivos, e não nota a presença de Oliver.

— Jéssica — Diz Oliver, quebrando o silêncio. A morena dá um pequeno pulo, assustada, levando uma de suas mãos ao peito. Seus olhos se arregalam por um segundo antes de relaxar.

— Oliver… Você quer me matar de susto? — Pergunta enquanto fecha os arquivos e os guarda em uma das gavetas da escrivaninha. 

— Não era minha intenção te assustar, mas tenho que admitir, isso é bem divertido. — A morena faz uma careta — Desculpe-me. Preciso da sua ajuda.

Jéssica arqueia as sobrancelhas, esperando uma explicação por uma explicação enquanto cruza os braços.

— Preciso da sua ajuda para conversar com os pais de Amanda.

— Oh… — Murmura a morena, sua expressão suavizando. — Tudo bem, vamos logo. 

Ela se levanta de sua cadeira, pegando sua bolsa. Oliver, ansioso, se vira em direção à porta, colocando a mão na maçaneta, pronto para sair.

XXX

Quando chegam à casa dos pais de Amanda, Jéssica sente o nervosismo de Oliver aumentar. Ele aparenta estar tenso, suas mãos suando, seus batimentos um pouco acelerados, seus olhos evitando a fachada da casa. O jardim é bem cuidado, mas a atmosfera é pesada, marcada pelo luto. Jéssica coloca a mão no ombro dele, oferecendo um gesto de conforto.  

Oliver, surpreso, olha para ela.

— Vai dar tudo certo. — Diz ela, tentando transmitir confiança.

— O quê? — Pergunta o detetive, parecendo perdido em seus próprios pensamentos.  

— Sei que está nervoso com isso. Sei que os pais dela nunca gostaram de você… E é evidente que, depois do que aconteceu, os sentimentos deles não mudaram. — Afirma Jéssica, com um tom honesto, mas ainda assim compassivo.

— Obrigado, Jéssica — Responde Oliver com um leve tom de sarcasmo.

— Eu apenas falei a verdade. Mas quero que saiba que estarei ao seu lado. Às vezes tenho vontade de socar a sua cara, mas também me importo com você — Ela responde, com um sorriso travesso.

— Ah, agora, sim, estou me sentindo o homem mais amado do mundo. — Oliver revira os olhos, mas sorri de canto, um pouco aliviado.

— Disponha. — Diz Jéssica, abrindo a porta do carro. Oliver a segue, tentando disfarçar seu nervosismo.

Os dois caminham lado a lado até a entrada da casa. Oliver hesita antes de tocar a campainha, enquanto Jéssica o observa, pronta para reconfortar o seu amigo. 

XXX

Após conversar com Andy, William decide investigar o lugar onde Luke passava a maioria do tempo. O policial chega ao depósito abandonado da antiga loja de Pietro Mayack, um prédio grande e decadente, cujas janelas estão sujas e cobertas de poeira. As paredes estão manchadas e desgastadas.