O inferno na sala de reuniões

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Ele estava possesso de ódio.

A cada passo, a raiva queimava em seu peito como uma chama insuportável, tudo por ter deixado Angel em casa.

Sem uma palavra, ele se sentou em sua cadeira habitual, ignorando os olhares curiosos de Valentino, Vox, Velvet, Carmilla Carmine, Zestiel e Zeezie. Todos o observaram, esperando algum sinal da cordialidade habitual.

Mas tudo o que receberam foi silêncio.

Ele apenas se sentou, cruzando as pernas com elegância forçada, os dedos batendo levemente no braço da cadeira, uma tentativa fraca de manter algum autocontrole.

— Boa noite pra você também, Alastor — disse Lúcifer, sentado na cabeceira da grande mesa

Alastor torceu o nariz, sem dignar-se a responder.

— Como todos sabem, a invasão recente ao círculo do orgulho foi... inconveniente — começou Lúcifer, sua voz soando casual apesar do assunto sério — Os anjos infiltrados têm sido um problema recorrente, e precisamos...

Alastor sequer ouvia.

Seus pensamentos estavam distantes, presos em algo muito mais importante...

...Angel.

"Por que ele o deixara sozinho?"

"Será que ele está comendo o jantar que preparei?"

"Será que ele está confortável?"

Ele podia estar descansando ao lado de Angel, aproveitando a tranquilidade rara em sua vida, em vez de estar ali ouvindo Lúcifer falar sobre problemas triviais. Cada segundo longe de Angel parecia uma tortura.

— Alastor! — A voz autoritária de Lúcifer cortou seus pensamentos

Os olhos de Alastor voltaram para Lúcifer, sua expressão severa e irritada. Ele não estava de bom humor para ser interrompido. E Lúcifer sabia disso, mas, como sempre, adorava testar seus limites.

— O que foi agora? — Alastor respondeu, sua voz escorrendo sarcasmo, os olhos semicerrados em irritação — Alguma parte dessa conversa realmente precisa de mim? Ou você apenas gosta de ouvir sua própria voz?

Todos os olhos estavam nele, e a paciência de Lúcifer claramente estava se esgotando.

— Eu estava perguntando sua opinião sobre a situação dos anjos infiltrados. Afinal, você é quem tem lidado com muitos deles ultimamente — Lúcifer ergueu uma sobrancelha, claramente percebendo o mau humor de Alastor, mas sem se intimidar

— Apenas fiz meu trabalho — respondeu Alastor com sarcasmo, cruzando os braços e olhando diretamente nos olhos de Lúcifer — Precisa

Ninguém ousava falar com Lúcifer daquele jeito, exceto Alastor.

Lúcifer inclinou-se na cadeira, seus olhos fixos em Alastor, mas antes que pudesse responder, um som interrompeu o momento: o som de teclas sendo digitadas rapidamente.

Valentino, que estava com o rosto enfiado no celular e murmurava alguma coisa.. Vox, que estava ao lado dele, deu uma risadinha baixa.

— Valentino — Lúcifer disse com a voz irritada — O que é tão importante que você não pode largar o maldito telefone?

— A puta favorita dele desapareceu — Vox gargalhou, se inclinando para o lado de Valentino — E ninguém encontra a bonequinha dele em lugar nenhum

A raiva que Alastor estava tentando suprimir explodiu dentro dele naquele momento.

O sangue gelou em suas veias, mas seu rosto manteve-se impassível, exceto por um leve tremor no canto de seus lábios. Ele se lembrou com uma clareza angustiante, que não bloqueou Valentino do celular de Angel.

A obsessão de Alastor | RádioDustOnde histórias criam vida. Descubra agora