1. Lilith Parks

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Lilith Parks:

Pode parecer estranho mas, eu não sinto a liberdade de poder ter muitas amizades, ou familiares por perto, por que me prendi em uma barreira que eu mesma criei com o mundo. Um abraço? Eu não sinto esta sensação a 4 anos inteiros, não que eu seja deprimida ou algo assim.. é só que eu não acho conveniente depois de tudo que já me acorreu. As marcas, as dores, e os cacos do meu coração estão todos aqui, ainda estão em mim.

- Hillary, você encontrou minha escova de cabelo? - perguntei, indo até a sala.

- Encontrei sim, estava do lado da minha cama. - ela disse vindo até mim e acariciando meus cabelos. - Seu cabelo já está bem longo, devíamos cortar?

- Ainda não, está ficando como eu pretendia. - digo sorrindo levemente.

Hillary e eu somos irmãs, nos mudamos da nossa cidade natal depois do que aconteceu e agora estamos em Chicago, ela é a única pessoa que acho conveniente tocar-me, mas abraços.. não. Em meus pensamentos, eu nao sou capaz, ...eu nao posso ter muito contato físico, então por isso evito todos ao meu redor, algumas das muitas vezes.

Até que eu o conheci.

Peter Salvatore:

O dia hoje parecia brilhante, um dia ótimo para sair talvez? *O telefone toca*

- mas que diabos, quem me liga a essa hora?

Ligação:

- Sim?

- Oi amor, não está lembrado de mim?... a gente dormiu juntos ontem.

- Estou ocupado, até mais.

Desliguei o celular e joguei ele no sofá. Meu humor já estava por um fio. Essas meninas... sempre acham que tem algo além. Mas não tem. Não pra mim.

Depois que terminei com minha ex-namorada a 1 ano atrás, não liguei mais pra nada e só me divirto as vezes.. com todas, o problema é que não consigo sentir paixão, são todas iguais. Não é que eu sinta falta dela, mas a forma como tudo acabou... isso ainda me assombra. Como você confia em alguém depois de ser traído de tal maneira?

Bem, hoje abriu uma biblioteca nova no centro de Chicago, e eu vou. Preciso de livros novos, exercitar a mente.

Lilith Parks:

- Lily, o que acha de nós sairmos? ‐ pergunta Hillary meio animada enquanto se jogava do outro lado do sofá.

- Mas aonde devíamos ir, não quero lugares cheios demais, ein. ‐ digo desligando a TV.

- O que acha da nova biblioteca que abriu hoje? - ela pensa um pouco. - melhor não, vai ter muitas pessoas , que é inauguração. Vamos num café então?

- Pedido aceito - brinco, subindo pro meu quarto.


Terminando de me arrumar, encontro a Hillary na sala.

- Vamos lá! - digo indo ao carro, faz tempo que sai de casa então estou um pouco animada.

Cheguei na cafeteria, encontro uma mesa vazia e puxo a Hillary pra sentar-se comigo.

- Escolhemos o dia certo pra vir, só tem alguns casais ali.

- Tem razão, apenas a paz do silêncio. - ela diz chamando a garçonete.

Fizemos o nosso pedido e ficamos conversando sobre coisas idiotas, como: "o que cê fez ontem?" Ou "Eu não gosto dele".

Peter Salvatore:

Antes de ir à biblioteca, passo em uma cafeteria já que não tomei nada antes de sair. Abri a porta e o cheiro de doces e cafés invadiam o ambiente, olho ao redor e uma jovem de cabelos pretos longos, me chama a atenção. Porém não olho muito já que ela pode pensar que sou louco, ela parecia diferente, olhar distante e o seu sorriso parecia ter magia.. quem será ela?


Me acomodei numa mesa perto do balcão, mas meus olhos continuavam voltando àquela mulher de olhos distantes. Algo nela parecia diferente, como se o mundo ao redor não pudesse tocá-la. Ela ria de leve com a garota ao seu lado, no qual eram bem parecidas. Mas havia uma distância no olhar, uma barreira invisível que me deixava curioso.

Por impulso, levantei e me aproximei. Eu já sabia que seria fácil, como sempre foi, mas, dessa vez, parecia mais um desafio.

- Oi, posso me sentar? - perguntei, com aquele sorriso que nunca falha.

A irmã dela, sorridente, me encarou. Já Lilith... seus olhos me atravessaram como se eu fosse feito de vidro. O sorriso dela sumiu e, em troca, recebi um olhar tão frio quanto gelo.

- Você pode falar comigo, pelo menos? - tentei brincar, me sentando sem esperar um convite.

- Eu... não sei o que você quer, mas estou bem ocupada, obrigada. - Lilith respondeu, seca.

Isso nunca acontece. Normalmente, as garotas ficam no mínimo interessadas, ainda mais depois de eu puxar conversa. Mas ela nem tentou disfarçar o desinteresse. Isso só me fez querer mais.

- Só achei que seria legal conversar, te vi daqui e pareceu... interessante. Posso pegar seu número? Talvez pra gente conversar depois. - insisti, lançando aquele olhar que sempre funciona.

Lilith me encarou por um segundo, seus olhos castanhos escuros pareciam ler cada centímetro do meu rosto. O silêncio dela foi tão intenso que quase fez meu sorriso vacilar.

- Não dou meu número pra estranhos. - disse ela, como se estivesse explicando algo óbvio.

Antes que eu pudesse responder, ela se levantou, pegou a bolsa e olhou pra irmã.

- Vou ao banheiro. - disse, e sem olhar pra trás, saiu da mesa.

A irmã, que até então estava calada, sorriu pra mim.

- Ela é sempre assim... mas toma, aqui está o número dela. E o nome dela é Lilith Parks. - sussurrou, deslizando um papel em minha direção.

Olhei para Hillary surpreso com a facilidade. Peguei o papel, dei um sorriso de canto e guardei no bolso.

- Obrigado. - falei, enquanto Lilith voltava para a mesa sem desconfiar de nada.

Querida, LilithOnde histórias criam vida. Descubra agora