Hiroki's New Life - Chapter One: The Beginning

Hiroki's New Life: Meeting a New Friend.

Passaram-se três anos desde que Hiroki e Gael se conheceram. Hiroki adorava usar os poderes de Gael, mas sempre que o fazia, sentia uma vontade estranha de machucar os outros. Gael, por algum motivo, o incentivava a usar esses poderes para se vingar daqueles que o feriram.
No entanto, Hiroki nunca cedeu a essa sugestão. Ele usava os poderes apenas em casos de emergência.

Numa manhã comum, ao acordar, Hiroki foi até o banheiro, onde lavou o rosto com água fria. Observando-se no espelho, notava um olhar melancólico refletido de volta. Enquanto secava o rosto, Gael surgiu atrás dele. "Você está bem, Hiroki? Parece mais triste que o normal."

Hiroki suspirou e olhou para Gael, com olheiras devido à noite mal dormida. "Hoje é aniversário do meu pai. Sempre acendíamos velas e incensos para ele... mas agora minha mãe e minha irmã estão ocupadas demais com... você sabe." A voz de Hiroki soava melancólica.

Gael o observava com aparente compaixão, embora escondesse um sorriso de escárnio. "Não se preocupe, Hiroki. Podemos acender as velas e os incensos juntos."

Hiroki sorriu um pouco, mas logo recusou: "Não, obrigado. Isso é mais algo de família, entende?"

"Entendo perfeitamente." Gael sorriu, colocando as mãos nos ombros de Hiroki. "Você não precisa pedir desculpas. Afinal, é algo entre você e eles..." Ele abriu um sorriso malicioso e continuou: "Mas por que você não usa os poderes que lhe dei? Eles nunca mais iriam ignorá-lo ou zombar de voc—"

Irritado, Hiroki interrompeu Gael, tirando as mãos dele de seus ombros. "Não! Você sabe muito bem que só usarei esses poderes quando necessário. Posso lidar com isso sozinho."

Gael escondeu sua irritação ao ser negado. "Tudo bem, a decisão é sua," respondeu antes de desaparecer em forma de fumaça. Hiroki olhou para o vazio onde Gael estivera, terminou de se limpar e escovou os dentes. Após se arrumar, foi para a escola.

Ao chegar, ele caminhava tranquilamente pelos corredores até passar pela enfermaria, onde viu Kokujin, seu agressor, com um olho roxo e o nariz quebrado. Hiroki ficou surpreso com a cena, mas pensou que ele merecia até pior. Rapidamente afastou esses pensamentos e seguiu para sua sala.

No caminho, foi chamado pelo diretor, que o convidou a entrar. "Hiroki, preciso pedir um favor."

"Claro, sobre o que seria?" perguntou Hiroki, curioso.

"Um aluno da Inglaterra veio fazer intercâmbio na escola. Eu mesmo mostraria o lugar para ele, mas surgiu um imprevisto. Poderia apresentar a escola para ele?"

Hiroki suspirou, pensativo. "Tudo bem, eu mostro. Onde ele está?"

O diretor, aliviado, foi até a secretaria e voltou com um garoto de 14 anos, ruivo, de olhos verdes, que usava uma jaqueta rosada, uma camisa branca por baixo, um colar de rubi, calças brancas e botas militares. "Este é Abraham," apresentou o diretor.

Hiroki observou Abraham com curiosidade. Não podia negar que o novo aluno se destacava, com sua aparência exótica comparada aos demais. "Espero que vocês sejam bons amigos," disse o diretor antes de pedir que saíssem da sala.

Já do lado de fora, o diretor chamou Hiroki mais uma vez. "Hiroki, ele pode fazer algumas perguntas, então, por favor, seja paciente."

"Com certeza," respondeu Hiroki, assentindo. Ele começou a guiar Abraham pela escola, mostrando as salas de aula, a quadra, os banheiros e comentando sobre as atividades extracurriculares.

Durante o tour, Hiroki notou que Abraham era ingênuo, inocente e facilmente impressionável, quase como uma criança de 10 anos. Intrigado, perguntou: "Ei, por que você usa botas militares?"

Surpreso, Abraham riu antes de responder: "Elas me deixam mais alto. Na verdade, tenho só 1,59 m de altura."

Hiroki soltou uma risada, achando graça, e Abraham, envergonhado, exclamou: "Ei! Não tem graça!"

Ainda rindo, Hiroki disse: "Desculpe, não pude evitar. Vamos continuar?" Abraham, com as bochechas voltando ao normal, concordou. "Claro, vamos!"

Quando terminaram o tour, Hiroki olhou para o relógio. "Bom, é isso. As aulas do primeiro período vão começar. Eu vou para minha sala."

"Foi ótimo conhecer você, Hiroki. Espero que tenha um ótimo dia," disse Abraham, oferecendo um aperto de mão. Hiroki aceitou o gesto. "Obrigado, para você também." E ambos seguiram para suas respectivas salas.

Ao longo do dia, Hiroki percebeu o quanto aproveitava o momento, especialmente com a ausência de Kokujin o incomodando. Mas, ao mesmo tempo, lembrava-se com tristeza de que não conseguiria realizar a cerimônia de aniversário para seu pai naquele ano.

Na saída, ao olhar para o céu com melancolia, Abraham surgiu ao seu lado. "Ei, você parece triste. Se quiser, pode se abrir comigo."

Desconfiado, Hiroki hesitou. "Olha, nada contra, mas por que eu me abriria com alguém que conheço há apenas um dia?" Abraham riu suavemente. "Tem razão, mas é bom se abrir de vez em quando. Às vezes, encontramos apoio onde menos esperamos."

Sentindo que Abraham estava certo, Hiroki decidiu contar: "Hoje é aniversário do meu pai. Ele já faleceu, mas sempre acendíamos velas para ele. Minha mãe e minha irmã, porém, estão ocupadas com outras coisas..."

Abraham olhou para ele com empatia e, após pensar um pouco, retirou um pacote de velas de sua mochila. "Aqui, fique com isso." Surpreso, Hiroki perguntou: "Por que você carrega velas na mochila?"

"Sou cristão, e gosto de acender velas no início da semana para rezar. Não me importo em dar algumas para você, posso comprar mais."
Hiroki aceitou o pacote, agradecido. "Muito obrigado."

"Não há de quê. Bom, está ficando tarde. Tenha uma ótima noite." Após despedir-se de Abraham, Hiroki caminhou para casa, refletindo sobre o dia. Kokujin misteriosamente ferido, Gael insistindo em seus poderes, e o encontro inesperado com Abraham. Não podia negar que fora um dos melhores dias que tivera em três anos.

Em casa, Hiroki deixou sua mochila de lado e foi até o altar de seu pai. Enquanto acendia as velas, Gael reapareceu ao seu lado. "Hiroki, quem é o novo aluno com quem você fez amizade?"

Hiroki, desconfiado, respondeu: "O nome dele é Abraham, um garoto ruivo da Inglaterra. Por quê?" Ao ouvir o nome e a descrição, Gael teve um súbito flash de memórias, sentindo sua raiva crescer, mas controlou-se. "Não é nada. Desculpe por interromper." E desapareceu em uma nuvem de fumaça.

Mesmo desconfiado, Hiroki voltou a acender as velas e começou a orar por seu pai.Enquanto isso, no subconsciente de Hiroki, Gael explodia em fúria. "Aquele ruivo voltou?! Maldito!" Sua forma mudava, com cabelos e unhas crescendo.

Ele respirou fundo, acalmando-se. "Preciso manter a calma até o fim do meu plano," disse, olhando para a escuridão ao redor. "Quando me libertar, ele será o primeiro a morrer..."