É errado, é proibido.

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Depois disso entrei no quarto tremendo demais. Quando ela se virou e foi sumindo, quase a chamei para voltar. Eu estou ficando louca. Cadê a Wanda não cometia erros? Eu não sei! Aquela Wanda não é a mesma que acabou de deixar ser beijada por alguém, por uma mulher, pela madre! E pior, aquela Wanda teria fugido, essa ficou e ainda quer mais! Coloquei minha mão encima do peito, sentindo meu coração bater feito louco e respirei fundo tentando me acalmar. Ela confessou que fica me vigiando toda noite, ela confessou e eu quero ela venha essa madrugada, mas que entre e me toque. Isso é uma extrema loucura!

Depois de mais alguns minutos, consegui me acalmar. E se o povo descobrir? O que vão fazer? Somos duas mulheres, e freiras! Eu devia me preocupar com isso? Eu não deveria me preocupar em evitar qualquer contato com ela? Mesmo que seja difícil? NÃO! Minha mente gritou. Que loucura.

No meio de tantos pensamentos, depois de ter deitado em minha cama, acabei dormindo. Nessa madrugada ela não veio me vigiar, mas invadiu os meus sonhos. Me deixando nervosa e trêmula nele.

"Eu estava dormindo quando senti algo subindo pelas minhas pernas expostas. Quando abri os olhos, eu a vi. Seus olhos esverdeados, exalando desejo. Aquilo me arrepiou. Ela olhou para os meus olhos, olhou para os meus lábios e depois para o meu decote. Passando a língua pelos lábios umidecendo-os, abaixou a cabeça e começou a beijar e dar leves sugadas em meu pescoço, me fazendo tremer. Quanto mais ela descia, mais nervosa eu ficava. Erguendo a cabeça, olhou novamente para o meu decote. Tirando as mãos de minhas pernas, as levou para o meu vestido de dormir, puxando-o para baixo.

Meus seios expostos refletiram em seus olhos, fazendo minha vagina pulsar e apertar a carne contra o nada. Ela olhou para mim mais uma vez, como se estivesse pedindo permissão para devorá-los, eu prontamente assenti. Eu não me reconhecia. Agia por instinto. Ela abaixou a cabeça e abocanhou um, me fazendo gemer alto. Quando sua mão tocou o outro e apertou, eu acordei."

Acordei suada e com a respiração ofegante. Tinha sido tão real. O que a Madre está fazendo com a minha cabeça? Já não basta me despertar coisas quando estou acordada, agora invade até os meus sonhos, me fazendo querer cumprir cada vez mais com a minha promessa? Me sinto cada vez mais perdida.

Me levantei indo em direção a janela. Agora não conseguiria mais dormir.

Quando deu a hora das freiras levantarem, vesti minha meu paramento e saí do quarto. Precisava de água. Minha garganta estava seca desde a hora em que acordei. Desci as escadas indo em direção a cozinha, observando às outras freiras começarem com os afazeres. Seria uma longa semana.

Passei o dia inteiro sem vê-la. No café da manhã, ela não apareceu. No almoço, nem sinal. No café da tarde, apareceu apenas para pegar uma xícara de café, cumprimentando às outras irmãs e como sempre, me ignorando. A noite, quando entrei na sala de jantar, ela já estava lá. Mas dessa vez ficou me olhando como se pedisse para eu me sentar ao seu lado, quando dei por mim, estava com os braços e pernas encostados nos dela, sentada com a cabeça baixa ao seu lado.

Começamos a nos servir, algumas freiras que estavam sentadas em nossa mesa começaram a puxar assunto comigo. Quando comecei a me soltar e conversar sem medo que ela me mandasse ficar calada, senti sua mão pousando em minha coxa esquerda. No mesmo momento travei.

- Aconteceu algo, irmã Wanda? - Perguntou uma das freiras mais velhas com o cenho franzido.

- Na-não. Apenas senti algo passando pelas minhas pernas, acho que foi impressão minha. Sou meio medrosa. - Sorri fraco.

A freira balançou a cabeça e voltou a falar. Eu nem conseguia prestar atenção, a mão da madre continuava lá, e dessa vez apertando. Coloquei a minha sobre a sua na intenção de tirá-la de lá, mas ela continuou, pouco se importando. Comecei a respirar forte.

- Controle-se, minha noviça. Não fique nervosa, elas vão perceber de volta. - Falou baixou, apenas para eu escutar. - Estou apenas com a mão em sua coxa, nada demais. Espero que não seja assim quando eu estiver com as mãos em outro lugar, que eu sei que é quente e molhado, e tenho certeza que guloso. - Abaixei a cabeça arregalando os olhos. Como ela tem coragem de falar esse tipo de coisa com freiras em volta podendo escutar?

- Você sabe que eu não vou visitar seus aposentos esta semana, me deixe aproveitar um pouquinho. Eu sei que você gosta.

- Isso é errado, Madre. - Falei no mesmo tom dela.

- É errado, é proibido, mas é o que torna tudo gostoso e instigante. Daqui um tempo você não vai mais pensar desta maneira. Vai rezar toda noite para que eu a visite no meio da madrugada e lhe devore.

Não aguentando mais aquilo, me levantei, tentando não transparecer meu nervosismo. Pude escutar ela dando uma risadinha. Estava se divertindo com a minha situação. Que tipo de madre ela é? Está mais para uma pervertida.

Ao invés de subir às escadas, fui ao jardim. Estava calor e eu precisava de ar. Minha cabeça cada vez mais confusa. A luxúria vencendo a castidade. Eu estava tentando resistir, mas não estava conseguindo. Depois de praticamente uma hora no jardim, olhei em volta, esse convento ao invés de me trazer paz, traz coisas totalmente opostas. Continuei olhando em volta, até parar na janela do escritório. E ela estava ela, me olhando. Desviei rapidamente meus olhos dela e entrei para dentro indo em direção ao meu sótão. Estava me sentindo esgotada, precisava de um banho e uma boa noite de sono. E de preferência sem sonhos que me despertem e não em deixem dormir o resto da madrugada.

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Eitaa

Madre Superiora | WantashaOnde histórias criam vida. Descubra agora