Emboscada
Sorian finalmente se move, saindo de seu transe, seu semblante antes desorientado e desiludido, se tornou apático e decidido, ele voltou para a casa do velho mago, entrou de supetão assustando Fenoglio e pondo Draken em alerta. Ainda na cozinha, chamou alto por Sadreen.
— Demônio, venha, vamos embora agora! Já nos demoramos demais por aqui. Devemos levar logo as cinzas, para que essas almas possam enfim descansar em paz.
O velho logo se manifestou, ele ainda tinha alguns estudos que gostaria de fazer com Draken.
— Vocês não precisam ir agora, fiquem. Ainda nem comeram, já vou começar a preparar o almoço. — Disse o elfo tentando convencer o anjo a adiar a partida.
Sorian se volta para ele com um olhar gélido, ele não entendia o motivo do mago querer que eles ficassem por mais tempo ali, queria ele desvalorizar mais um de seus propósitos?
— Não preciso comer, já lhe disse isso ontem. — Sorian o respondeu ríspido. — E o demônio já se acostumou a comer na estrada.
Fenoglio calou-se e recolheu-se para a dispensa.
— Sadreen! — Chamou de novo, claramente impaciente.
O demônio aparece na soleira com um livro na mão, tinha um ar sonolento porém irritado pela perturbação repentina de Sorian.
— O que você quer? Eu estava estudando. E desde quando tem essa moral toda para usar esse tom comigo?! — Contrariou ele marcando com a fita onde havia parado no livro.
— Vou sair agora e não pretendo esperar por você. — Respondeu Sorian mantendo o tom ríspido.
Sam nota algo diferente em Sorian, sua bondade e cordialidade haviam sido suprimidas, deixando apenas sua inflexibilidade aparente, neste momento Sorian tinha a mesma aura de um general tirânico e amargurado.
— O que aconteceu com você, hein? Você está ouvindo as merdas que você tá dizendo?! Destratando nosso anfitrião, que, lembrando, foi você mesmo que o salvou, e sendo grosseiro ao falar comigo. Você acha que pode simplesmente descontar suas merdas…?
Sorian avança mais rápido do que Sadreen pudesse perceber, parando com Sheron a centímetros do pescoço do demônio.
— Eu não me importo de arrancar a sua cabeça desprezível, então é melhor você pensar bem no que vai dizer.
Draken que já estava em alerta junto à mesa da cozinha, rosnou e caminhou desajeitado sobres as patas traseiras parando ao lado dos dois. Ele olha furioso para Sorian.
— Não pode matar Sam! — Draken grunhiu — Draken protege Sam! Draken ataca você!
Sorian desviou a espada de Sadreen apontando-a para o filhote.
— Ainda não me decidi sobre você, sendo um meio-dragão é quase tão desprezível quanto os demônios. — Sorian disse com escárnio.
Draken rosnou para Sorian.
— Você não estava com pressa? — interveio Sadreen. — Então pare de perder tempo e vamos, só vou pegar minha bolsa.
Sorian guarda a espada na bainha e Sadreen volta para dentro, Draken vai com ele. Impaciente, Sorian decide esperar lá fora, se o demônio não aparecesse em dois minutos partiria sem ele.
O demônio volta à cozinha com sua lança, Draken vestia a capa suja de Sam e também carregava a bolsa. O demônio se dirige para Fenoglio.
— Foi uma honra conhecê-lo, mestre Fenoglio. — Disse Sam abaixando a cabeça mostrando todo seu respeito pelo mago. — Muito obrigado pela estadia e pela refeição, adeus.
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A Última Esperança - Os Renegados
Fantasia🥈Segundo lugar no Concurso Dulce Morsum na categoria Fantasia ✨✵⊷⊶⊷❃ː·★•✵•★·ː❃⊶⊷⊶✵✨ Em meio a uma guerra celestial entre anjos e demônios, que está trazendo caos e ruína para o mundo, uma parceria improvável é criada: Sam, um demônio que teve seus...