Capítulo 10 | Luna como sua musa

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• Luna

~ Em sábado qualquer

Era um sábado tranquilo, e eu havia aceitado encontrar meus melhores amigos, Ellen e Victor, em uma cafeteria aconchegante no centro da cidade. Como sempre, Ellen estava envolvida em uma conversa animada, enquanto Victor, com seu estilo único e cheio de bom humor, fazia piadas a cada minuto.

— E então, Luna, como foi aquele chá com o "Mister Derramador de Bebidas"? — Victor perguntou, piscando divertido.

Revirou os olhos, tentando não sorrir.

— Ele se chama Allan, e foi... — Ela parou, buscando as palavras. — Foi interessante.

Ellen se inclinou, interessada.

— Interessante como? Do tipo 'vamos nos ver de novo', ou do tipo 'foi legal, mas só isso'?

Abri a boca para responder, mas fui interrompida por uma voz familiar.

— Espero que seja do tipo 'vamos nos ver de novo'!

Nós três  viramos para ver Allan parado à entrada da cafeteria, com um sorriso confiante e casual. Eu senti o rosto esquentar imediatamente, enquanto Victor, sempre dramático, colocou a mão no peito como se fosse desmaiar.

— O-oh, meu Deus, ele é real! — Victor brincou, com os olhos arregalados. — Eu pensei que fosse uma invenção da sua cabeça, Luna!

Ellen deu uma risadinha e se levantou, estendendo a mão para Allan.

— Oi, eu sou Ellen, melhor amiga número um da Luna. — Ela disse, com um sorriso amigável.

Allan apertou a mão dela, ainda sorrindo.

— Prazer, Ellen. Já ouvi bastante sobre você. — Ele se virou para Victor, que estava examinando Allan da cabeça aos pés com uma expressão exageradamente crítica. — E você deve ser o Victor, certo?

Victor cruzou os braços, fingindo estar sério.

— Depende. Você trata bem nossa menina? Porque se não, eu sou o primeiro a... — Ele fez um gesto com as mãos, simulando um chute.

Allan riu, parecendo totalmente à vontade.

— Pode ficar tranquilo, eu prometo que só vou derramar chá nas pessoas de vez em quando.

Todos riram, e o clima ficou mais leve. Eu, apesar de estar um pouco envergonhada, percebi que a presença de Allan ao lado de meus amigos não era tão estranha quanto eu temia. Ele se encaixava ali, de uma forma surpreendente.

Nós quatro nós acomodamos na mesa, e Allan logo começou a se enturmar. Ele contou uma história sobre um evento literário desastroso que quase deu errado, fazendo com que Ellen gargalhasse e Victor comentasse algo sobre "homens charmosos e talentosos serem uma raridade".

Eu, por minha vez, apenas observava a interação. Era estranho ver Allan ali, tão à vontade, brincando com meus amigos como se já fizesse parte do grupo. Por um momento, eu sentiu uma onda de alívio — talvez essa coisa de abrir um pouco mais meu coração para alguém não fosse tão ruim assim.

Victor, no entanto, não resistiu a provocar:

— Então, Allan, você é persistente, né? O que te faz insistir tanto na nossa Luna, hein?

Allan sorriu de lado, encarando-me com um brilho no olhar.

— Acho que algumas pessoas simplesmente valem a pena. Não é todo dia que você encontra alguém que te faz rir e pensar ao mesmo tempo.

Ellen e Victor trocaram olhares cúmplices, e eu me pego sorrindo, tentando esconder o quanto aquele elogio tinha mexido comigo.

— soubemos que você é pintor, nos conte um pouco sobre isso.  Fala Ellen, apoiando os cotovelos em cima da mesa e as mãos no queixo. — estou vendo que ouviram muito sobre mim. Allan me olha sorrindo.

— sim, eu sou pintor, gosto de pintar tudo, principalmente algo que me atrai. Olha para mim e percebo os olhares cruzados dos meus amigos.

— Luna poderia algum dia ser sua musa, não é mesmo? Você disse tudo que atrai. Dou um olhar mortal para Ellen e ela sorrir. — quem sabe um dia terei essa honra.

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