Capítulo 1

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Elora Voss








Fazer parte da Tropa de Exploração era uma responsabilidade colossal, e o peso dessa obrigação pesava em meu peito. E se eu falhasse? E se não conseguisse proteger aqueles que amo? Essas perguntas ecoavam incessantemente em minha mente, como um tambor que nunca parava.

Eu deveria estar dormindo há horas, preparando-me para o alvorecer que traria nossa próxima missão. No entanto, o sono se esquivava de mim, como se estivesse ciente de que minha mente estava ocupada demais para encontrar descanso. A ansiedade pulsava em meu peito, uma corrente elétrica de pensamentos que não me deixava em paz.

Finalmente, após o que pareceu uma eternidade de inquietude, o cansaço começou a me vencer. Minhas pálpebras, pesadas como se carregassem o peso do mundo, finalmente se fecharam, e a escuridão envolveu meus pensamentos.

No entanto, os sonhos não eram um refúgio seguro. Eu me vi em um campo aberto, cercada por sombras que se moviam rapidamente. As figuras indistintas se aproximavam, e a sensação de desespero crescia. Tentava gritar, mas minha voz se perdia no vento. Então, uma figura familiar surgiu entre as sombras: Armin, com seu olhar determinado e uma aura de confiança.

— Elora! — ele chamou, estendendo a mão em minha direção.

— Armin! — gritei, mas o som não saiu. As sombras se fecharam ao meu redor, e uma onda de pavor tomou conta de mim.

Despertando com um sobressalto, minha respiração estava acelerada e meu coração batia descompassado. O quarto estava envolto em silêncio, mas a sensação de apreensão persistia.

Levantei-me e fui até a janela, precisando de ar fresco para acalmar minha mente. A luz da lua ainda iluminava a noite, mas uma inquietação tomava conta de mim. A missão se aproximava, e a incerteza pairava no ar como uma nuvem densa.

Decidi que precisava encontrar Armin. Ele sempre tinha uma maneira de trazer calma em meio ao caos, como um farol em meio à tempestade. Atravessando o corredor silencioso, me dirigi ao dormitório dele, meus passos ecoando suavemente pelo chão de madeira. Quando cheguei, bati levemente na porta, hesitante. Ouvi um resmungo abafado do outro lado, seguido pelo som de passos arrastados. Logo a porta foi aberta.

— Elora? Está tudo bem? — Armin apareceu, com seus cabelos loiros bagunçados e os olhos azuis tão profundos quanto o oceano. Mesmo com o cansaço estampado em seu rosto, ele mantinha aquela serenidade que sempre me confortava. Ele era meu melhor amigo, e mesmo em momentos como esse, ele conseguia transmitir tranquilidade.

— Desculpa te acordar no meio da madrugada — comecei, minha voz um pouco baixa, lutando contra a hesitação. — Eu só... não estou conseguindo dormir. Será que eu posso dormir com você?

Aquela pergunta era feita sem qualquer malícia, pois era algo natural entre nós. Sempre que um de nós não conseguia encontrar descanso, buscávamos conforto na presença do outro. Era um entendimento silencioso, uma amizade tão profunda que não exigia explicações.

Armin esboçou um sorriso suave, afastando-se para me deixar entrar.

— Claro, entra. Eu também não estava dormindo tão bem assim — ele disse, como se quisesse tirar o peso da situação.

Entrei no quarto, que estava escassamente iluminado pela luz fraca da lua que passava pelas janelas. O ar estava mais frio do que eu esperava, mas a sensação de estar perto de alguém que me entendia tão bem já começava a me acalmar. Nos acomodamos na cama, e o silêncio entre nós não era desconfortável, era reconfortante. Era o tipo de silêncio que só se tem com alguém em quem se confia plenamente.

Corações em BatalhaWhere stories live. Discover now