capítulo 1.

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Notas da autora

Aos leitores antigos um lembrete e aos novos um aviso, sou carente de comentários e estrelinhas, é bom começar avisando que aqui é tudo na base da chantagem!

NARRADOR'S POV

Levou mais uma semana para que Harkness recebesse alta do hospital, os resultados de seus exames neurológicos não foram bons apesar de os médicos acreditarem serem temporários, mas não conseguia deixar de sentir um vazio que parecia estar relacionado a outra coisa.

Àquela altura, já havia descoberto o nome da mulher que a acompanha, mas não muito mais do que isso. Elas não conversavam muito, Rio apenas a observava num silêncio agonizante que faz a outra se questionar se a mulher realmente gosta dela ou algum grau de parentesco apenas a obriga a estar aqui.

O que ela não sabe é que na verdade a mais nova está completamente perdida sobre o que fazer e como agir, se Agatha não sabe quem é ela então também não se lembra de Nicholas. Se não se lembra de Nicholas, então não tem noção ainda do quão grave o acidente foi.

A garganta de Vidal se fecha e seus olhos ardem só de pensar na reação da mulher e o que mais a assusta é que ela não faz ideia de quando isso irá acontecer, a possibilidade de reviver toda a dor da perda, de ter que encarar aqueles olhos azuis e contá-la que perdeu o velório do próprio filho por estar em coma.

Rio prefere lidar com toda esta dor sozinha.

Então, por mais que lá no fundo, começa a desejar que a mulher não recupere a memória.

- Acabei. - a mais velha diz em voz alta ao terminar de fechar sua pequena mala com os pertences que usou na última semana, arrancando completamente a outra de seus pensamentos.

A morena pega a mala da mão da outra e começa a se retirar na frente, já Harkness apenas a segue, primeiro para fora do quarto e consequentemente para fora do hospital. A princípio achou que entrariam em algum dos táxis parados na entrada do local, porém sua companhia continuou andando.

A seguiu sem reclamar, mas a medida em que os minutos foram passando e seus músculos ainda não totalmente recuperados começam a doer, não consegue ficar quieta.

- Tenho certeza de que eu não deveria estar fazendo tanto esforço físico. - não tenta nem um pouco soar amigável, durante a última semana a mulher permaneceu praticamente em silêncio total, então, na cabeça de Agatha, não havia motivo nenhum que a impedisse de ser rude.

- Prefere entrar em um carro? - rebate igualmente ácida e deixa a mulher sem fala. - Pois é, imaginei. Nós vamos andando, não é longe.

O resto do caminho é novamente silencioso e os óculos de sol tampando parte do rosto de Vidal, deixa a outra mulher ainda mais estressada.

- O gato comeu a sua língua, por um acaso? - não recebe resposta, a mais nova apenas para de andar e a encara em silêncio.

- Chegamos, a chave está na sua bolsa. - estende a mão.

Olha em volta confusa, por algum motivo tinha achado que conseguiria reconhecer a própria casa quando a visse, mas não. Parecia como qualquer outra.

Coça a garganta e abre a pequena bolsa para pegar o chaveiro com um pingente de gato preto, também não sabia qual delas usar então joga bruscamente o objeto na mão da mulher que ri com a visível irritação.

Assim que Rio abre a primeira porta, é possível ver uma garagem grande, porém completamente vazia e um gramado bonito, também vazio. Ao pararem na frente da porta que daria realmente para dentro da casa em si, Harkness sente um frio na barriga, como uma ansiedade em voltar para algo familiar, mesmo que ainda não fizesse sentido.

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