𝖔𝖗𝖌𝖚𝖑𝖍𝖔.

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orgulho é uma armadura brilhante, forjada em conquistas e admiração. Para Giovanna, essa armadura era seu símbolo de status; cada aplauso, cada elogio, construía uma muralha impenetrável ao seu redor. Desde pequena, ela aprendeu a se destacar em meio à multidão, a transformar cada olhar em uma adoração silenciosa. O poder que sentia ao ser notada, ao ser a protagonista de sua própria história, a envolvia como um véu precioso, aquecendo seu ego e alimentando sua ambição.

Contudo, por trás desse brilho resplandecente, havia um medo sutil — o temor de ser vista como frágil, como qualquer outra garota comum. Giovanna observava seus colegas, confortáveis em sua simplicidade, e não conseguia compreender como podiam viver em um mundo onde o reconhecimento era uma miragem. Para ela, a vida deveria ser um espetáculo, e a plateia tinha que ovacioná-la de pé. "Não há espaço para fraquezas", pensava, enquanto se admirava no espelho, buscando cada imperfeição que pudesse ameaçar sua imagem de grandeza.

Mas o orgulho, com sua natureza volúvel, era também uma prisão. A constante necessidade de validação a mantinha em um ciclo interminável de comparação e competição. A ideia de que poderia falhar, de que um dia não seria mais a favorita da plateia, a fazia sentir-se cada vez mais sozinha. Ela se perguntava se a imagem que projetava era realmente quem ela era ou apenas um reflexo do que os outros esperavam que fosse. O orgulho, que deveria ser seu maior trunfo, tornava-se um fardo, carregando o peso das expectativas não apenas dela mesma, mas de todos ao seu redor.

 O orgulho, que deveria ser seu maior trunfo, tornava-se um fardo, carregando o peso das expectativas não apenas dela mesma, mas de todos ao seu redor

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Lucas sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao ver o sorriso de Giovanna se abrir diante dele. Era como se cada movimento dela carregasse uma promessa silenciosa, algo que ele não conseguia decifrar, mas que despertava todos os seus sentidos de uma só vez. O ar ao redor parecia mais denso, carregado de uma tensão que ele nunca havia experimentado.

Ela parou a poucos passos de distância, seus olhos claros e afiados focados nele, analisando-o. Lucas desviou o olhar por um segundo, mas logo se forçou a voltar a encará-la. Não queria parecer fraco, apesar de cada fibra do seu ser gritar para ele fugir dessa sensação desconhecida que o dominava.

— Você mora aqui? — Ela perguntou, a voz suave, mas com um toque de provocação que o fez sentir um leve desconforto.

— Sim — ele respondeu de forma breve, quase abafada, a garganta seca. — Você... você é a sobrinha dos donos, certo?

Giovanna soltou uma leve risada, algo entre diversão e desdém.
— Isso mesmo. — Ela inclinou a cabeça, como se estivesse decidindo o que fazer com ele. — Achei que fosse encontrar meus tios aqui, mas parece que estou sozinha.

Lucas sentiu o sangue correr rápido em suas veias. A palavra "sozinha" ecoou em sua mente, fazendo-o imaginar o que significava estar sozinho com alguém como ela. Ele tentou se concentrar, forçando-se a manter a compostura.

— Sim, eles saíram... devem voltar em alguns dias. — ele murmurou, envergonhado de sua própria falta de confiança. — Posso ajudá-la com algo? — Giovanna deu mais um passo à frente, o suficiente para que Lucas sentisse o perfume leve e inebriante que ela exalava. Seus olhos estavam fixos nos dele, desafiando-o de uma maneira que ele nunca havia experimentado antes.  — Você parece gostar de ficar sozinho aqui — disse ela, olhando para o lago atrás dele. — É bonito... tranquilo.

Lucas acenou com a cabeça, sem conseguir formular uma resposta melhor. O coração batia forte contra seu peito, e ele sentia a tensão no ar aumentar com cada segundo que passava.

— Tranquilo demais. — ela continuou, um brilho malicioso surgindo em seus olhos. — Acha que isso pode mudar?

Lucas engoliu seco. Não sabia como responder. Havia algo no jeito que Giovanna falava, algo carregado de uma insinuação que o deixava nervoso e curioso ao mesmo tempo. Antes que pudesse pensar em uma resposta, ela se aproximou ainda mais, as pontas dos dedos dela roçando levemente o braço dele. Um toque breve, quase casual, mas que fez o corpo de Lucas reagir como se tivesse sido eletrocutado.

— Às vezes, o silêncio pode ser... entediante — ela sussurrou, seus olhos queimando nele. — Você não acha?"

Ele prendeu a respiração. O que estava acontecendo? Ela estava brincando com ele? Tentando provocar? De repente, todo o treinamento que ele tinha para lidar com situações comuns do dia a dia no sítio parecia inútil diante dela. Giovanna era como um furacão que ameaçava varrer tudo que ele conhecia.

— Eu... não sei o que você quer dizer — ele respondeu com dificuldade, as palavras quase tropeçando em sua boca.

Ela sorriu, inclinando a cabeça um pouco mais, os olhos dele presos nos lábios dela.
— Acho que sabe, Lucas. — A forma como ela pronunciou seu nome o fez estremecer por dentro. Era como se ela soubesse exatamente o efeito que tinha sobre ele.

Antes que ele pudesse responder, Giovanna se afastou um pouco, como se tivesse terminado de brincar com ele por enquanto. Ela caminhou até a beira do lago, observando o reflexo do sol sobre as águas calmas, enquanto Lucas permanecia congelado no lugar, tentando processar o que acabara de acontecer.

— Eu gosto daqui — disse ela de repente, sem olhar para ele. — É um bom lugar para... explorar.

A palavra flutuou entre eles, carregada de segundas intenções que Lucas não sabia como lidar. Ele a observou enquanto ela tocava a superfície da água com os dedos, criando ondulações suaves que se espalhavam lentamente.

O que ela estava realmente fazendo ali? E por que ele sentia que, de alguma forma, estava prestes a ser arrastado para algo muito maior do que podia controlar?

Giovanna olhou para ele por sobre o ombro, o sol do fim de tarde refletindo em seus olhos.
— Vai me mostrar os segredos deste lugar, Lucas? — Ela perguntou, o tom de desafio e sedução presente em cada palavra.

Lucas engoliu em seco mais uma vez. Ele sabia que estava à beira de algo perigoso, mas, ao mesmo tempo, não conseguia resistir àquela aura irresistível que a cercava. Havia algo nela que o puxava, como se estivesse preso em uma teia invisível.

— Eu... eu posso tentar — ele respondeu, a voz trêmula, mas com um toque de curiosidade que ele não conseguia esconder.

Giovanna sorriu de canto, como se soubesse que já o tinha em suas mãos.

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⏰ Última atualização: Oct 10 ⏰

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