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Deitei-me em teus braços e, ao fechar os olhos, toquei tua alma.
Vi além da carne, além das formas, onde o belo e o feio se encontram.
Amei o que há de luz, e acolhi tuas sombras,
pois entre as imperfeições, encontrei o mais puro de ti."

Yoongi se espreguiçou e fechou seu caderno de anotações, observando por um instante o porta-retrato ao seu lado. Nele, ele e seus dois namorados riam, carecas, após decidirem raspar o cabelo em uma noite qualquer de bebedeira. Cinco anos haviam se passado desde aquela tempestade no museu, o dia em que seus corações, assim como os trovões, se chocaram e se entrelaçaram.

— Hoseok, eu prefiro não dizer onde vou enfiar essa toalha. — O silêncio da manhã foi rompido pela voz familiar de Taehyung berrando. — Não tente fugir.

— Yoongi, seu namorado é doido. — Ele reclamou em tom de brincadeira e sorriu ao notar o sorriso que Yoongi lançava em sua direção. — Escrevendo de novo?.

— São só rascunhos. — Yoongi respondeu, mas, para ele, eram rascunhos do próprio coração. — Usou novamente as toalhas de rosto dele?.

— As duas são azuis. — Se justificou.

Antes que Yoongi pudesse responder, Taehyung surgiu, arremessando-se na direção de Hoseok com uma energia que só ele possuía.

— Te peguei. — Taehyung gritou, entre risos, pressionando a toalha no rosto do namorado. — Eu te avisei, Hoseok.

Enquanto os dois rolavam entre risadas e provocações, Yoongi observou a cena, absorvendo cada detalhe, cada som. Aprender a amar o caos era uma lição nova para ele, um pacto de aceitação.

A lembrança da primeira noite juntos veio à mente, como uma chama suave a aquecer a memória. Naquela época, Taehyung, ansioso e determinado, fez questão de reservar um restaurante caro. Hoseok, sempre galante, insistiu em pagar, e Yoongi, no papel de observador do universo, dirigiu-os até o hotel, onde as palavras perderam o sentido, e os sons falaram mais alto.

— Vocês acham estranho amar duas pessoas ao mesmo tempo? — Hoseok perguntou naquela madrugada, o vinho tingindo seus lábios de rubi sob a luz baixa do quarto.

Taehyung o olhou de soslaio e deu de ombros, como se a resposta fosse tão simples.

— Que julguem. — disse ele. — Que serei eu, o estranho, amando duas almas como se fossem a minha.

Yoongi sorriu, capturando o momento como faria com uma frase bonita em seus cadernos.

— Para onde vamos, não importa. No labirinto do nosso amor, estamos sempre passeando pelo abismo, e, se cairmos, caímos juntos.

As palavras de Yoongi ecoaram no quarto, um juramento sussurrado, mas firme. Hoseok o observava, a admiração brilhando em seus olhos como estrelas de uma constelação recém-descoberta.

— Isso é bonito, Yoongi. — Hoseok disse, sua voz carregada de reverência.

— Poeta, como sempre. — Taehyung riu, passando um braço ao redor dele. — E como é que você continua sempre achando novas palavras para descrever o mesmo amor?.

Yoongi o encarou e respondeu num sussurro que se dissipou como um sonho ao amanhecer.

— Porque cada dia com vocês é uma página nova.

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