God Eater - When The Gods Turn Against Us

7. Vilarejo Vitalis (1)

Na manhã seguinte sinto alguém me cutucar algumas vezes, e começo a abrir meus olhos lentamente, até que quando finalmente acostumo com a luminosidade passando pela janela vejo Judy de pé me olhando.

"Acorda logo Milly." - Diz Judy com um tom impaciente.

Eu suspiro e me sento na cama, ainda sentindo meu corpo mole pela preguiça.

"Ta, ta.. ja vou." - Eu respondo bocejando. - "Onde é a missão?"

"Vilarejo Vitalis, só moram médicos lá." - Judy responde.

"Parece legal." - Eu falo animada

"Em breve você vai ver que não é. Vou te dar mais detalhes depois, fique pronta, vou te esperar lá embaixo." - Diz Judy saindo do quarto para eu me arrumar.

Eu então coloco minhas vestimentas que tinha usado anteriormente na última missão e pego o grimório de magias que Judy havia me dado, saindo do quarto e descendo as escadas logo em seguida.

"Estou pronta." - Eu falo me aproximando de Judy.

Ele apenas acena com a cabeça e me olha da cabeça aos pés, isso foi meio.. estranho, mas tudo bem. Nós saímos da guilda e subimos em uma carroça que começa a andar para nos levar até a vila dos médicos.

O sol matinal filtrava-se suavemente pelas copas das árvores, criando manchas douradas que dançavam sobre a terra coberta de musgo. A carroça de madeira rangia suavemente enquanto eu a conduzia por um caminho estreito, ladeado por árvores altas e majestosas, cujos troncos se erguiam como colunas de um antigo templo natural. As folhas, de um verde vibrante, sussurravam ao vento, enquanto pequenos raios de luz se espalhavam pelo chão, onde flores silvestres de cores mágicas cresciam entre raízes sinuosas.

Pássaros de plumagens cintilantes, quase como se fossem feitos de luz, voavam entre os galhos, soltando melodias suaves e etéreas. De tempos em tempos, criaturas pequenas e ágeis, como cervos com chifres de cristal ou coelhos com olhos brilhantes, apareciam brevemente nas clareiras antes de desaparecerem na vegetação. O ar era fresco, com um leve perfume de pinho e flores místicas.

À frente, o som de uma corrente de água cristalina se fazia ouvir, e ao lado do caminho, uma pequena cachoeira caía delicadamente sobre pedras lisas, formando uma piscina azulada onde peixes prateados nadavam em círculos. Cada aspecto da floresta parecia vivo e pulsante, como se a própria natureza carregasse uma magia ancestral, uma força que eu sentia vibrar ao meu redor enquanto continuava minha jornada pela floresta verdejante e encantada.

"Esse lugar é incrível.. não sabia que era assim.." - Eu falo boquiaberta ao ver a floresta em que passávamos.

"Você veio do sul não é? O Leste é bem mais bonito como você pode ver." - Judy responde - "Mas não se engane, aqui pode ser lindo mas ainda é um dos lugares mais perigosos. Quando chegarmos na vila você vai entender."

"Você ta me deixando com medo Judy.." - Eu falo olhando ao redor da floresta, nada parecia tão perigoso como Judy dizia

"A beleza da floresta serve pra enganar aventureiros iniciantes como você. Há monstros inimagináveis entre essas árvores, o único lugar "seguro" é a estrada." - Judy fala com seriedade - "E o medo vai te proteger."

O resto da viajem foi tomado por um silêncio constrangedor, me deixando ainda mais apreensiva a respeito dos monstros escondidos na floresta, até que de repente Judy fala:

"Pare a carroça."

Eu imediatamente paro a carroça e olho para Judy, que estava pegando seu arco em mãos e mirando para a floresta.

"O que foi?" - Eu falo assustada.

"Noctovíboras." - Ele diz atirando a flecha em direção a uma árvore, e assim que a flecha a atinge, um grunhido de dor consegue ser ouvido, e uma criatura que estava camuflada se revela, agora morta pela flecha de Judy.

"Que coisa é essa..?" - Eu pergunto a Judy com os olhos fixos na criatura

"São umas cobrinhas traiçoeiras que se escondem nas árvores, não é difícil para elas pularem na carroça, fique atenta ao som, elas balançam o guizo antes de atacar." - Judy diz guardando seu arco e se sentando novamente. - "Podemos continuar."

"Certo.. vou tomar cuidado." - Eu digo retomando o caminho com a carroça, agora atenta a qualquer barulho que eu pudesse ouvir.