Bakersfild parecia gigante para todos os visitantes e até mesmo outros moradores, porém, para Devon parecia pequena, apertada e pacata. Enjoada do seu cotidiano, a jovem planeja sair daquela cidade que à sufocava, sem contar que o que iria expandir...
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Se passaram dois dias desde que inventei meu namoro falso com Jean e, desde então, nós dois não paramos de nos falar.
Naquele domingo ele me deixou em casa, sem as gracinhas como foi prometido. Eu sinto que quanto mais eu conheço ele, mais aquele estereótipo de rockstar metido se desfaz entre meus dedos, afinal, eu tenho a sensação de ter ele em minhas mãos.
Meus amigos ficaram sabendo da história de um namoro falso, acharam loucura, mas nada fora do normal quando se trata das minhas idéias estupidamente idiotas. A banda nem sonhava na mentira, acreditaram fielmente que estávamos apenas "ficando" e nem se deram o trabalho de saber se era verdade. Os homens (tirando o Marco) são os mesmos em todos os lugares.
Suspirei ao terminar de secar meu cabelo com o secador. Me encarei no espelho, satisfeita com o resultado. Quando peguei o secador e comecei a enrolar o fio, senti meu celular vibrar no bolso do meu shorts, fazendo eu pegar ele.
— Kirstein está ligando... — Disse para mim, revirando os olhos e aceitando a chamada — Oi, Jean.
— Oi, Dev. Hora errada? — O tom de sarcasmo estava presente em sua fala e eu conseguia ver a provocação em seu rosto.
— 'Pra você, sempre — Brinquei — Anda, fala ai.
— Tá afim de ir 'pra Los Angeles?
Franzi o cenho, como se ele pudesse ver — Que história é essa?
— Vamos fazer um show lá amanhã, justamente quando você está de folga — Ele ironizou — Os meninos querem passar na praia, topa?
— Céus, Jean, agora são três da madrugada! Que horas vocês querem sair daqui?
— Umas onze — Ele murmurou — Vamos, vai ser legal e é um show um pouco maior! Eu te apresento no palco, gata.
Ri com sua fala, antes de prosseguir: — Você só pode estar maluco.
— Só se for por você — O tom sério em sua voz me fez revirar os olhos novamente, sempre com piadas tão sérias.
— Idiota, — Resmunguei — Acho que pode ser, não queria fica vegetando na minha folga.
— Isso é um sim?
— Besta — Disse, me deitando na minha cama — Como nos encontramos?
Eu poderia jurar que vi um sorriso no rosto do homem do outro lado da linha.
— Eu te busco, gata. Amanhã às onze, sem falta?
— Uhum — Bocejei, antes de dizer: — Agora me deixa dormir, não tenho tanto tempo.
Ele riu, sua voz também parecia cansada.
— Certo, boa noite e sonhe comigo.
— Misericórdia, quer que eu tenha pesadelos? — Disse de forma irônica.
