Convite de Casamento

Capítulo 01

- A gente morou e cresceu na mesma rua - O albino disse para o amigo, começando a explicar a situação. -
Como se fosse o sol e a lua
Dividindo o mesmo céu.

- Eu lembro, vocês andam juntos desde pequenos, ou melhor, você não desgrudava dela. - Brincou tentando fazer o amigo rir, o mesmo apenas levantou os lábios momentaneamente e voltou a face mórbida.

- Sempre foi tão bom estar perto dela. - Sua mente divagou ao pensar sorriso da ruiva que não mudou em todos esses anos. - Eu sempre admirei esse jeito dela, então, me só que a mãe dela é meu não se davam muito bem, eu nunca deixei que a gente se afastasse.

- Ah, que fofo, lembra a mim mesmo quando não conseguia falar com o Sanji... - Suspirou lembrando se sua própria situação, mas voltou a dar atenção ao mais velho.

- Eu a vi desabrochar, ser desejada - O de sardas soltou um riso anasalado pela escolha de palavras. - Uma joia cobiçada
O mais lindo dos troféus.

- Realmente, a Nami é um absurdo de linda, o sanji até tinha uma paixonite por ela antigamente, acho que até eu teria se não tivesse nascido gay. - Foi a vez do mais alto sorrir da cara do moreno

- Eu fui seu guardião - Voltou a fixar sério. - Eu fui seu anjo amigo

- Sim, sim, eu lembro quando você parou de jogar comigo para dar atenção a Nami porque ela tinha terminado um namoro. - Cruzou os braços demonstrando sua frustração. - Não se troca amigo por mulher, cuzão!

- Eu sei, eu sempre ajudei ela com todo início e fim de relacionamento. - levou a mão a nuca apertando de leve o local para diminuir a tensão. - Mas não sabia que comigo
Por ela carregava uma paixão.

- Espera, está falando sério? - Um sorriso iluminou o rosto do moreno e o mais alto assentiu constrangido. - Eu sabia, eu sempre soube que você era apaixonado por ela Yamato, tão tão na cara. - Ele riu a alegre, mas logo limpou a garganta tentando se manter sério. - Desculpe, Continuar.

- Eu a vi se aconchegar em outros braços - Disse entendendo agora o porquê de sempre se sentir desconfortável quando via tal situação.
E saí contando os passos
Me sentindo tão sozinho

- Conheço essa se cacao, amigo, não foi com um amor, foi com meu irmão, mas acho que é parecido. - Falou franzindo o cenho ao comparar as situações, o albino bufou se forçando a não sorrir.

- No corpo, o sabor amargo do ciúme. - Falou apertando a camisa no local acima do peito, o coração batia rapidamente de nervosismo.

- A gente quando não se assume
Fica chorando sem carinho - Dessa vez foi o moreno quem disse, sério, sabia bem o gosto que subia a boca quando o ciúme tomava o corpo, foi uma luta interna para conseguir ser amigo de Zoro.

- O tempo passou e eu sofri calado - Disse deixando os olhos se enxerem de lágrimas, Ace entendeu a situação e se sentou ao lado do mais velho passando a mão por suas costas para acalmá-lo. -
Não deu pra tirar ela do pensamento.

- Eu sei que deve doer e que pode ser difícil, mas já pensou em falar seus sentimentos?

- Eu ia dizer que estava apaixonado. - Respondeu e o moreno levantou a sobrancelha não entendendo o que tinha acontecido de errado, o mais alto pegou um envelope no bolso e colocou nas mão de Ace.

- O que é isso? - Falou analisando a carta bonita destinada ao albino que estava ao seu lado.

- Recebi o convite do seu casamento. - Explicou apontando para a carta, o mais novo levou alguns segundos para processar e arregalou os olhos.

Ace permaneceu mudo por alguns segundos, até abriu a boca duas ou três vezes para tentar responder, mas nada saiu, por fim ele só abraçou o maior imaginando o quão doido deve ser a situação para o mesmo.

- Com letras douradas, num papel bonito
Chorei de emoção quando acabei de ler - Se forçou a falar limpando a lágrima que começava a cair no canto do olho.

- Deixa, não precisa mais explicar, só respira, vai dar tudo certo. - Falou tentando consolar o melhor amigo. O mais alto, mais uma vez sem falar pegou o envelope e o abriu e entregou novamente para o menor.

- Num cantinho rabiscado no verso - Apontou para o local e o de sardas aproximou os olhos das palavras feitas a mão para que enxergasse melhor. -
Ela disse: "Meu amor, eu confesso
Estou casando, mas o grande amor da minha vida é você".

- Ah... Isso não é ótimo?! - Perguntou confuso ao ver o amigo ainda choroso.

- Sim, quer dizer não... Ela ainda vai se casar. - Falou levantando o rosto para impedir as lágrimas de escorrerem por seu rosto.

- Mas ela te ama, então esse relacionamento não deve durar muito. - Pontuou.

- Eu não quero ter que esperar e sempre lembrar do fato de que eu não vou ser o primeiro homem que coçou um anel no dedo dela. - Exclamou aborrecido.

- Então eu já sei. - Ele desceu da mureta onde estavam sentados e puxou o maior para que também se pusesse de pé. - Escolha sua melhor roupa, Yamato. Nós vamos a esse casamento.

- E o que vamos fazer, eu vou ficar chorando do começo ao fim. - Disse limpando a parte traseira da calça.

- Vamos causar um surto de amor. - Sorriu e puxou o albino para dentro da casa em passos apressados, Sanji até mesmo se assustou brigando com Ace por estar sendo tão escandaloso do nada. - Desculpe amor, é por uma boa causa.

- Esses dois sempre que se juntam me arrumam algum problema. - Bufou já sentindo o estresse antecipadamente, mas sorriu soprado logo em seguida. - Mas dessa vez... Estou com um bom pressentimento.

- Pensando agora, Yamato. - O moreno falou alto do andar de cima. - Essa nossa conversa daria uma boa música. - Sanji riu novamente, logo voltando a ler seu livro.