Vicente

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Ao ver Kyara entrando no salão acompanhada de um dos sócios do meu pai, senti um enorme ciúmes dentro de mim. Ela estava linda, aquele vestido caía como luva em seu belo corpo e em seu pescoço estava o colar que eu havia dado.

Quando nossos olhos se encontram, ela pareceu se assustar, ao meu lado estava um amigo do Diego e da nossa família. Nos aproximamos para cumprimentar eles dois e ela ficou em silêncio até o momento em que correu para fora do salão.

- KYARA - Gritou Gabriel

Minha única reação foi correr atrás dela, nunca deixaria ela sozinha no frio e na chuva, o caminho até a casa dela era longe e perigoso.

- KYARA - Gritei ao vê-la caída no chão alguns metros do salão.

Ela estava desacordada, gelada e pálida. Logo Gabriel e Diego apareceram.

- Vou levar ela para a minha casa - Disse Gabriel - Meu motorista está próximo daqui e...

- Não! Não vou deixar que você leve ela.

- Vicente, ela queria ir embora assim que viu você.

- Não importa, não vou deixar ela ir com você.

- Gente, precisamos tirar ela daqui, você também Vicente, não pode ficar muito tempo na chuva - Disse Diego

- Ela vai ir comigo Gabriel.

- Tudo bem Vicente, não vou discutir com você, só cuide bem dela.

- Pode deixar.

Peguei ele no colo e a levei para o carro do Diego. Por que ela ficou tão assustada ao ver o Leandro? Por que ela queria ir embora quando me viu? Não consigo entender.

- Vicente? O que aconteceu lá?

- Não sei, vi ela com o Gabriel, eu e o Leandro fomos cumprimentar eles e ela correu.

- Deve ter acontecido alguma coisa, ela não iria correr sem nenhum motivo.

- Meu pai estava acordado quando você saiu?

- Sim, você sabe que quando tem essas reuniões, ele nunca dorme cedo.

- Ela está gelada Diego, muito gelada.

- Já estamos chegando, só mais uns minutos.

Chegamos na casa do meu pai, Diego abriu a porta para mim e me ajudou a sair do carro com a Kyara ainda desacordada, o choque em ver o Leandro foi tão grande que ela acabou desmaiando e até agora não acordou.

- PAI! - Gritei empurrando a porta

- Meu Deus, o que foi?

- Preciso que acorde ela, não importa como, só acorde ela.

- Quem é ela? Por que vocês estão molhados? O que aconteceu?

- Depois eu te conto - Disse Diego - Leva ela para o quarto Vicente.

- Troquem essas roupas molhadas por favor. Vicente, Deus me livre você ficar doente, deixa ela descansar e vai colocar uma roupa seca.

- Não deixa ela sozinha pai, eu já volto.

- Tá, vai logo.

Fui para o meu quarto, tomei um banho, coloquei uma roupa quente e voltei para onde a Kyara estava. A porta estava fechada e quando pensei em abrir, ouço a voz do Diego.

- Não Vicente, seu pai está com ela.

- Ela acordou?

- Sim, vem aqui Vicente, vamos conversar.

Segui ele até a sala e sentamos no sofá. Diego se levantou novamente, pegou dois copos e nos serviu.

- Qual o momento exato em ela correu? - Pergunta me entregando um copo

- Gabriel disse que ela já queria ir embora quando me viu, mas ela correu quando o Leandro falou com ela.

- Gabriel deve saber de alguma coisa.

- Ela ficou pálida quando viu ele, parecia que os dois já se conheciam.

- Quando for conversar com ela, tenta tocar no nome dele e veja como a Kyara vai reagir. Se ela entrar em desespero, já temos um culpado.

- Se eu conversar com o Gabriel, será que ele me conta alguma coisa?

- Eu não sei filho, é muito provável que não e parece que ela é muito especial para ele. Era só ter visto o jeito que ele estava quando encontramos ela desmaiada.

- Ela não deveria estar com ele.

- Por que não? Por que não Vicente?

- Porque ele não é confiável.

- Não confiável Vicente? Gabriel é um dos sócios do seu pai que mais nos ajudou, que comandou super bem os negócios quando eu e o seu pai estávamos fora para cuidar de você.

- Vai continuar jogando isso na minha cara?

- Nunca meu amor, nunca joguei isso na sua cara. Você estava doente, precisando da gente e nos afastamos de tudo justamente para nos dedicar cem por cento aos seus cuidados.

- A gente pode ir lá embaixo um pouco? Não quero que o meu pai escute nossa conversa.

- Claro meu anjo, vamos lá.

Descemos para o porão, meu pai e o Diego guardam coisas aqui que ninguém imagina, mas também é usado como uma academia para os seguranças e até mesmo para nós dois.

- O que aconteceu Vicente? Sobre o que você quer conversar?

- Sobre mim e você.

- O que tem eu e você?

- Desde quando a minha mãe foi embora e você chegou. Pra me defender, eu comecei a te atacar.

- Vicente, eu entendo, eu sei o que a partida dela causou em você, estive presente quando suas crises de ansiedade quase te mataram, cuidei de você quando estava no hospital e te considero e te amo como meu filho.

- Obrigado Diego, eu preciso te agradecer por tudo que fez e ainda faz por mim e pelo meu pai.

- Sempre estarei com vocês e quando precisar conversar, você sabe onde me encontrar.

Abracei ele e senti uma paz enorme no meu coração.

- Eu também te amo Diego.

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