Kyara

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Eu acordei num quarto estranho e vi um homem sentado na cadeira ao lado, tentei lembrar do que tinha acontecido e como eu tinha ido parar naquele lugar estranho.

- Kyara? - Ouço a voz doce daquele homem me chamando

- O que aconteceu? - Perguntei tentando me levantar e senti uma pontada na minha cabeça - Droga!

- Fica deitadinha, você pegou chuva, corre o risco de ficar doente.

Quando ele falou chuva, foi aí que eu lembrei do que tinha acontecido.

- Onde está o Gabriel? Por que eu não estou com o Gabriel?

- Eu sinto muito por isso, na cabeça do meu filho, você estaria mais segura aqui.

- Quem... Quem é o seu filho?

- Vicente.

Então lembrei da maldita reunião, ele olhando no fundo dos meus olhos e falando o meu nome como se ele tivesse esquecido de todo trauma que me causou.

- Você conhece ele? - Perguntei me encolhendo na cama com medo - Conhece meu pai? Ele está aqui?

- Não meu anjo não, pode ficar tranquila que aqui ninguém vai entrar.

- Será que você ligar para o Gabriel? Me desculpa, mas eu não posso ficar aqui.

- Está tudo bem, o importante é você ir pra onde se sentir segura.

Ele sorriu e vi muitas semelhanças dele no Vicente, os dois eram muito parecidos.

- Obrigado.

- Eu já volto.

Ele saiu do quarto deixando a porta encostada. Minutos depois comecei a ouvir passos e o Vicente apareceu.

- Você não pode sair daqui! Não vou deixar!

- Você não manda em mim, eu não gosto de você e não vou ficar no mesmo ambiente que você - Falei me levantando da cama

Quando dei um passo para frente, senti meu corpo todo amolecer e cai sentindo apenas os braços de alguém me segurando.

[...]

- Ela vai comigo sim! Não vou deixar que você decida o que ela já decidiu - Ouço Gabriel falar

Sentei na cama e no canto do quarto, vi o pai do Vicente sentado no chão com as mãos nos ouvidos. Eu me vi nele, me vi no meu quarto ensanguentada tampando meus ouvidos tentando abafar os barulhos que vinham da cozinha.

Ele ergueu a cabeça e me viu, seus olhos estavam vermelhos e um leve sorriso apareceu em seu rosto.

- Me desculpa - Falou baixo - Estou tendo uma crise e o barulho não está ajudando

Corri para fechar a porta, peguei uma almofada e me sentei na frente dele.

- Me dê suas mãos - Falei esticando meus braços

Ele tirou as mãos dos ouvidos, elas estavam trêmulas quando seguraram as minhas.

- Eu não me apresentei direito, me chamo Kyara, trabalho como acompanhante de Luxo e foi assim que conheci o seu filho.

- Eu sei - Disse apertando de leve as minhas mãos - Ele me contou

- Agora é a sua vez

- Me chamo Lucca, sou dono principal de uma rede de boates noturnas e minha segunda profissão é ser pai.

- Vicente é o seu sucessor?

- Sim, eu me afastei de tudo quando descobri que estava doente, então ele e o Diego cuidam dos negócios juntamente com os sócios.

- Doente?

- Ansiedade, Diego sempre me ajuda, mas ele não está aqui.

- O que ele é seu?

- É o amor da minha vida.

Vi seus olhos brilhando e um sorriso enorme aparecendo em seu rosto ao falar sobre o Diego, suas mãos pararam de tremer e sua respiração estava tranquila.

- Obrigado por ter me acalmado.

- Eu sei o que é ter uma crise de ansiedade, sei o quão é horrível sentir o ar se esvaindo dos nossos pulmões, eu sei o que você sente.

- LUCCA! - Ouvimos alguém gritar e logo a porta do quarto foi aberta - Meu amor, você está bem? Vim correndo quando vi sua mensagem

Eu me levantei do chão e me afastei deles.

- Estou bem Diego, a Kyara me ajudou.

- Obrigado - Disse Diego

- Por nada.

Logo Gabriel apareceu na porta do quarto e veio me abraçar.

- Como você está meu bem?

- Estou bem, só quero ir pra casa.

- Vamos lá, vou te levar pra minha casa, Kaiky está doido pra te ver.

- Eu quero muito ver ele também.

- Diego, Lucca, muito obrigado e se precisarem é só ligar.

- Você também Gabriel.

Ele colocou seu casaco nos meus ombros e saímos da casa deles. Gabriel abriu a porta do carro pra mim e logo após entrou.

- Eu quero pedir desculpas por ter te deixado.

- Está tudo bem Gabriel, preciso de um banho urgentemente e dormir um pouco.

- Você vai fazer tudo isso na minha casa, quando estiver bem descansada, te levo pra sua.

- Obrigado.

- Nós podemos conversar sobre o que aconteceu?

- Sim, mas não agora.

- Quando estivermos no quarto, depois que você tomar banho, a gente conversa.

Seguimos em silêncio para a casa dele, mas uma coisa não saia da minha cabeça. Como eles conheciam o meu pai? E Gabriel era o único que podia me responder.

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