Se não sou eu, quem vai me fazer feliz?

capítulo 18

Ela se sentiu culpada no mesmo instante em que esses pensamentos invadiram sua mente. Como você poderia desejar uma coisa dessa? Deus ensina a perdoar, e é isso que faria, perdoaria Jack por tudo o que tinha feito, e rezaria pela sua recuperação.

- Me perdoe Senhor, por esses pensamentos egoístas - rezou baixinho.Após comer e se sentir melhor, pegou um táxi e foi pra casa, primeiro se recompor.

Parada a porta de entrada da casa onde viveu por longos anos, sentiu que ali não era mais seu lugar, não era mais seu lar, não sentiu a sensação de conforto que outrora sentira, era um lugar estranho e que proporcionava-lhe sensação de dor, arrependimento e tristeza. Atravessando a porta, poderia observar o estrago deixado para trás há dois dias.

Cadeira quebrada.

Mesa revirada.

Cheiro de bebida.

Cacos de vidro.

Sangue...

Elle suspira, cansada. Ignora tudo ao seu redor e caminha até o quarto, jogando-se na cama, encarando o teto do cômodo, sente as lágrimas querendo se formar em seus olhos, então os fecha e expira profundamente, inspirando em seguida, repete o processo mais algumas vezes , e logo adormecendo, estava exausta, não dormia decentemente desde o triste ocorrido, e seu corpo precisava de um tempo para recuperar as energias. Algumas horas depois, Elle acorda e nota que se passou mais tempo do que gostaria, ela chegou a sua casa por volta das 3: 00h e já eram quase 20h, Elle prontamente se levanta da cama e dirige-se até o banheiro com uma toalha, toma uma ducha e escova os dentes, vai até o guarda-roupas e escolhe uma calça jeans azul marinho e uma blusa polo branca, pentea os cabelos os deixando soltos, se olhando no espelho vê que o ferimento em seu rosto estava sequinho e cicatrizando bem. 

Suspira.

Pega sua bolsa com a carteira e documentos, dela e de Jack, pega também o celular de Jack, que estava usando desde ligou para a ambulância, liga para uma agência e solicita um táxi de volta ao hospital.

Chegando lá, cumprimenta a recepcionista e vai direto para o quarto de Jack, lá chegando encontra Mike, o interno, verificando e anotando sobre o estado do Jack.

- Boa noite - cumprimenta se aproximando da cama.

- Boa noite sra Bridget. A senhora parece bem melhor.

- Sim, eu resolvi seguir o conselho do Dr Alex, e fui pra casa tomar um banho e dormir um pouco.

- Fez muito bem, não pensamos direito quando estamos cansados.

Elle acena com a cabeça, olhando pra Jack, ela pergunta para si mesma, se não deve ao menos tentar falar com alguém sobre ela e Jack, Alex talvez esteja certo...

- Doutor...- começa exitante.

- Pode me chamar de Mike.

- Dr. Mike. .. aquela psiquiatra que o dr Alex sugeriu...Mike acena devagar e Elle nota em seu olhar o que ela menos queria... pena - Não vai ser necessário e gostaria de pedir para você informar ao Dr Alex que não quero mais tocar nesse assunto - não teve coragem.

Elle pôde ver a decepção no olhar dele.

- Tá certo, como a sra desejar, seu marido está estável - fala em um tom mais ríspido do que esperava e encaminha-se em direção a porta, mas antes de chegar la, vira pra Elle novamente - eu achei que você seria mais corajosa, essa seria sua chance de fazer algo, e se quer saber sra Bridget, você estaria melhor sem ele, ele não merece você - fala frustrado e sai do quarto.

Elle continua, por alguns segundos, olhando para a porta que ele passou, depois dirige-se a poltrona ao lado da cama e senta-se.

- Talvez ele esteja certo, sou uma covarde, mesmo você nesse estado, sem poder fazer nada contra mim, eu tenho medo de fazer qualquer coisa contra você, você se tornou o meu inferno, Jack, você me tornou uma covarde. Com você eu me sentia segura e estar com você era meu lar, não importa onde estivéssemos, e agora, estar com você é uma tortura - diz com a voz carregada de ressentimento.