Capítulo 29

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- o Juliano só era maldoso com nós quando o Rodrigo estava perto, você lembra que ele só tratava nos mal, o Juliano ele tratava como um príncipe e nós como lixo, segundo ele nossa mãe era uma puta, vagabunda, cadela, prostituta - ela fala levantando os dedos e contando os xingamentos

- eu lembro dessas palavras, ele sempre repetia os mesmos xingamentos - falo dando um sorriso irônico

- exatamente, ele falava que nunca uma mulher como aquela iria ter filhas que prestem, que o Juliano era o único filho dele, pois o Juliano era o homem da casa assim como ele, que o Juliano era o orgulho, que o Juliano era pra trata nos que nem lixo por que nos eramos pior que isso e outras mais, resumindo se o Juliano tratasse nos bem na frente do Rodrigo ele que apanhava, que nos deviamos ser gratas por estarmos vivas pois ele só nos tinha deixado vivas por que ele queria mais dinheiro e queria alguém pra limpa a casa, e por isso você podia ir pra escola por que iriam estranhar você trabalhando sendo que não frequentava a escola e poderiam querer chamar o conselho tutelar, e como poucas pessoas sabiam da minha existência ele podia tranquilamente me proibir de ir pra escola e apenas ficar em casa limpando - ela para um pouco para tomar um gole da sua garrafa de água que estava no criado mudo do lado da cama

- eu acho meio difícil de acreditar, eu me lembro do Juliano sempre tratar nos mal  - falo me mexendo desconfortável na cama

- é que você raramente estava em casa, ou você estava na escola ou você estava trabalhando, aí quando estava em casa era ao mesmo tempo que o Rodrigo

- pra mim ainda nao faz sentido isso

- eu nao queria tocar nesse assunto pois foi algo que me traumatizou mais teve uma vez que o Rodrigo estava devendo pra um homem e falou que eu iria ser o pagamento dele, que por eu ser virgem eu valia muito, eu estava sozinha em casa quando aquele homem chegou batendo na porta e dizendo que tinha vindo pegar o pagamento que o Rodrigo estava devendo pra ele, eu tinha apenas 12 anos - ela soluça e lacrimeja enquanto fala - se não fosse pelo Juliano teria acontecido algo muito pior comigo, o homem já chegou puxando meu braço e me levando pra sala, eu me debatia e gritava e mesmo assim ele não me largava, ele me jogou no sofá e veio por cima de mim, eu gritei e dei um tapa na cara dele e ele me deu um soco na barriga e empurrou com força meu rosto contra o sofá eu não conseguia mais falar nada só chorar, foi quando o Juliano entrou rápido dentro de casa e puxou aquele homem com força fazendo ele cair no chão, eu estava paralisada não conseguia me mexer e mal conseguia respirar, o Juliano foi pra cima do cara e começou a encher a cara dele de soco, o homem tentava falar e empurrar o Juliano mais ele não sai de cima e muito menos parava de bater, ele só parou quando o homem não se mexia mais, e só dava pra ouvi o meu choro baixo e os som dos socos que o Juliano dava na cara do homem, ele ficou irreconhecível com o rosto cheio de sangue e quebrado, o Juliano literalmente matou um homem no soco só pra me proteger - ela limpa as lágrimas que corriam pela sua bochecha - depois o Juliano pediu pra uns garotos tacarem fogo no corpo, e como ele era melhor amigo do filho do dono do morro ninguém perguntou nada só obedeceram

- não acredito nisso Lívia - falo e abraço ela - aquele dia quando cheguei em casa achei que você estava mal pelo Rodrigo ter te batido de novo, por que você nunca me contou isso? Eu podia ter te ajudado - me afasto do abraço é enchugo as lágrimas dela

- eu só quero que você entenda e se lembre que o Juliano sempre tentou ajudar nos, graças a ele conseguimos fugir do morro anos atrás

- foi ele que pediu pro Alemão liberar nos?

- sim, ele disse que iria falar com o alemão que nos iríamos fazer uma "viagem" - ela faz aspas com os dedos

- eu estranhei naquela época o dono do morro ajudando a gente, mais estava tão desesperada que não quis questionar

- poise foi tudo graças ao Juliano ele também me deu um pouco de dinheiro por que ficou com medo de passarmos necessidades

- eu estou muito mal de ter tratado o Juliano daquele jeito - falo e abaixo a cabeça - eu só guardava coisas ruins dele, eu me lembro de relance algumas vossas boas que ele fazia pra nós, mais acha que talvez fosse coisa da minha cabeça querendo imaginar que nosso irmão não era tão mal assim

- amanhã vamos passar lá na casa dele, podemos todos conversar, quero conhecer minha sobrinha, quero conhecer minha cunhada, quero saber mais da vida do Juliano, quero saber oque aconteceu enquanto estávamos fora, quero saber tudo - ela fala tudo muito rápido ficando sem fôlego

- respira mulher, vamos com calma, não esquece que somos da máfia, e seria perigoso envolver o Juliano nisso, por mais que ele é do morro também mais isso está bem abaixo de nós

- ele já sabe que somos da máfia, não tem mais oque esconder só as outras pessoas que não podem saber que nos somos as irmãs dele que fugiram do morro a anos atrás - do nada ela sorri de orelha a orelha - fico tão feliz pensando como seria lindo ver meus 3 sobrinhos brincando junto

- aí Lívia - dou um tapa de leve no braço dela e sorrio imaginando também, a Lorena e o Lorenzo sempre sozinhos, apenas os dois

De nerd a MafiosaOnde histórias criam vida. Descubra agora