Sob outros olhos - Histórias não contadas

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O jantar com Nathan

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O jantar com Nathan

Estive planejando esse encontro há quase duas semanas. Era um dos poucos bons restaurantes da cidade. Nada do estilo do restaurante de tia Lúcia. Ela e Aline que não me ouvissem, mas faltava requinte no lugar delas. Mesas de vidro, design moderno, iluminação quente indireta, cozinheiro cercado por paredes de vidro, que permitiam a todos o ver trabalhando. Um lugar adequado. Digno.

Mamãe sempre me disse que a aparência é sua carta de entrada. Nessa mentalidade, ela garantiu que eu, desde nova, sempre entrasse nos melhores espaços, tivesse as melhores companhias e participasse dos eventos mais elitizados.

Por esse mesmo motivo, por anos, ela era a pessoa mais contra minha amizade com Angel quando éramos crianças. O pai da minha melhor amiga, dizem as más línguas, era louco e mamãe tinha medo de ela se tornar igual. Porém, papai, sendo a pessoa mais sensata que já conheci, podou essa opinião dela e foi o maior defensor da minha amizade com quem hoje era a líder do grupo. Se ele tivesse, ao menos, a menor ideia do quanto foi importante o apoio dela depois da morte...

– Princesa, você se superou hoje. – Nathan me olhava sob o cardápio. Vesti-me do meu sorriso mais malicioso, trazendo toda minha atenção apenas para ele.

Dei meu melhor, usando um vestido preto justo e apenas um batom vermelho. O favorito dele. Meu namorado se esforçou tal qual. Até usava o perfume que eu lhe dera de aniversário. Odiava aquele cheiro de floresta e menta que ele insistia em usar, me dava náuseas.

– Tudo por você, príncipe.

O jantar foi como o planejado. Conversamos sobre o concurso de beleza que teve no final de junho. Devido a ferida que Katerine me proporcionou, não fiquei entre as finalistas. A minha mentora inclusive mencionou que, se eu não resolvesse essa situação, poderia dar adeus a minha carreira no mercado de beleza. Estava recorrendo às pomadas com propriedades quase mágicas de Rheyk, torcendo pelo melhor.

– Posso perguntar uma coisa? No dia depois que Enny chegou. Qual foi a história que você contou que te fez rir tanto? – Usava meu tom mais sedutor.

Ele então começou a mencionar sobre uma tentativa de furto frustrada na padaria. Uma missão dada pelo falecido general anterior, o que indicou Nate para a vaga. Fiquei rindo sem graça, não esperava que fosse mais uma vez algo de Rheyk. Queria esquecer por um minuto da outra dimensão. Era bacana ajudar os outros – e a vontade de retribuir os ataques de Katerine era um potencializador do meu desejo de participar. Mas acabava nisso.

– Bem grotesca sua história. – Falei rigidamente e ele parou de rir. – Ser feito de capacho por um padeiro para limpar um estábulo... Não vejo nada demais.

Nate contraiu os lábios e concordou. Que bosta! Fui grossa novamente. Ele pediu a conta e eu fui ao banheiro, dando-lhe espaço para não ficar constrangido ao pagar. Uns quinze minutos depois, estávamos no carro. Eu lhe fazia cafuné e falava que era para repetirmos mais noites como essas.

Os Segredos de Rheyk - VERSÃO BETAOnde histórias criam vida. Descubra agora