A Herdeira de Mônaco - (Camila/You G!P)

CAPÍTULO XI

S/N MAJER GRIMALDI

Enquanto eu caminhava em direção ao escritório, com meu assistente real ao meu lado, tentei afastar o pensamento de Camila e do momento que quase aconteceu entre nós. Meu foco agora precisava ser o telefonema do Rei da Espanha, um dos líderes mais influentes da Europa. Mesmo assim, minha mente não podia deixar de vagar para o que quase aconteceu, para o calor que ainda sentia em minha pele onde ela estava tão próxima...

Chegando ao escritório, sentei-me em minha cadeira de couro, ajustando os óculos de sol que ainda pendiam na minha blusa. A tela do monitor já mostrava a ligação pronta para ser atendida. Respirei fundo e pressionei o botão para iniciar a videoconferência. O rosto imponente do Filipe VI da Espanha apareceu na tela, com uma expressão cordial, mas carregada de gravidade. Eu sabia que essa conversa não seria apenas uma troca de gentilezas.

— Alteza. — ele me cumprimentou, o tom formal, mas com uma ligeira inclinação de familiaridade. — Obrigado por atender tão prontamente.

— Majestade, é sempre uma honra. Como posso ajudá-lo? — respondi, cruzando os dedos sobre a mesa, mantendo minha postura firme.

Ele respirou fundo, os olhos avaliando-me por um breve momento antes de continuar.

— Como você bem sabe, Mônaco, apesar de sua independência, não possui um exército próprio. Desde o século XVII, vocês dependem da França para proteção militar. Seu pai e seu avô foram membros orgulhosos das forças armadas francesas, com contribuições notáveis.

Eu assenti, já sabendo onde aquela conversa iria parar. Meu avô, um herói de guerra, foi celebrado na França durante sua vida. E meu pai, embora um diplomata agora, também tinha um passado militar que o ligava ao exército francês. Ambos serviram com distinção, reforçando a aliança entre Mônaco e a França.

— O Presidente da França, Emmanuel Macron, conversou comigo recentemente... — o Rei continuou. — Ele sugeriu que, dado o peso da aliança histórica entre a França, a Espanha e Mônaco, seria apropriado que você, como herdeira do trono, assumisse um papel mais representativo nos deveres militares, especialmente com a situação geopolítica atual se tornando cada vez mais delicada. Eu sei que você tem servido no exército, embora suas aparições fardada tenham sido poucas. O trabalho que você faz é admirável, e tenho certeza de que suas habilidades e experiência poderiam ser valiosas em um papel mais proeminente.

Minhas sobrancelhas se arquearam levemente. Sabia que como monarca, ter uma conexão com as forças armadas francesas era algo importante, mas o que o Rei estava sugerindo soava como um passo maior do que eu esperava. Eu era militarmente ativa e amava servir.

— Ele sugeriu que você represente oficialmente o exército francês em algumas funções internacionais. — o Rei explicou, seu tom agora mais solene. — Não apenas em eventos cerimoniais, mas como um símbolo de união entre nossos países, considerando as alianças que temos na União Europeia, na OTAN e em outros acordos multilaterais.

Eu me recostei na cadeira, ponderando as implicações. Representar o exército francês não era uma pequena responsabilidade. Sabia que Mônaco, embora um país soberano, dependia profundamente da França para sua segurança. E essa conexão com o exército era uma forma de manter laços estreitos, especialmente em tempos de tensões crescentes na Europa.

— Entendo o que está dizendo, Majestade. — comecei, escolhendo as palavras com cuidado. — E claro, como minha família sempre serviu à França e à Mônaco, eu sinto uma forte responsabilidade em manter essa tradição. Mas devo admitir, é uma posição que exige muito preparo, tanto pessoal quanto político.