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A investigação tomou um rumo mais profundo com o desaparecimento da mãe da última vítima. Alguns dias se passaram, e Evan foi o primeiro a notar sua ausência. Ele foi até o novo local de trabalho dela e recebeu a resposta esperada: ela não aparecia desde o velório. Decidido a encontrá-la, questionou o pai e o irmão, mas ambos estavam tão ocupados que não perceberam sua ausência. Um sentimento de desprezo queimava em seu peito: "Ela perdeu a filha, e eles estão brincando de casinha juntos?!"
Sem mais respostas, decidiu ir até a casa do filho de Adriana. E, bem... encontrou mais uma cena de crime. O sangue o assustava; ele não conseguia parar de tremer ao vê-la como as outras vítimas. Parecia que as pessoas que lhe eram queridas estavam morrendo aos poucos, como se o assassino estivesse atrás dele.
De repente, avistou algo no fundo do corredor: uma criatura distorcida, começando a consumir o espaço ao seu redor, assim como a enorme culpa que sentia por tudo o que estava acontecendo. Mas talvez essa culpa fosse por ainda estar vivo, mesmo não querendo, enquanto via aqueles que desejavam viver sendo levados. Ele congelou ao encarar aquilo. Seria real aquele monstro grotesco ou sua mente estava tão perturbada a ponto de criar uma ilusão, ou talvez a esquizofrenia.
A criatura começou a crescer mais. Ele precisava fugir, ou seria devorado! Viu as escadas de emergência e correu por sua vida. Contudo, a coisa ainda estava lá, perseguindo-o incansavelmente. Quando olhou para trás, em meio ao desespero, não viu mais a criatura; ela havia sumido. Tentou se recuperar do que acabara de vivenciar e se recompor, quando ouviu algo o chamar, uma voz doce e calma, era a voz de Alice. Ao olhar para trás novamente, lá estava ela, a linda menina de cabelos castanhos. Ao se aproximar para abraçá-la, a jovem tomou a forma da criatura. Ao tentar fugir outra vez, ele tropeçou e caiu pelas escadas.
Quando acharam ele, o levaram direto pro hospital...o porteiro foi até o apartamento ver o que tinha acontecido, se deparou com a mesma cena, o fez vomitar, a geladeira aberta com o corpo...e a mulher na bancada, com o interior exposto.
Local foi isolado, e a perícia já estava trabalhando com vigor... uma coisa muito importante foi achada, um diário de Miranda.
Começava como algo normal... uma jovem falando sobre seu dia a dia, escola, amigos, família, uma paixão, relatos de suas aulas de ballet, relatos íntimos, suas dores, e os assassinatos que seu amado cometia... vamos do começo... quando ela fez 17 anos, e recebeu o caderno, ali ela conta com calma sobre sua vida, seus familiares, e às vezes que saia escondida, tudo aparentemente normal, a partir de janeiro fica tudo estranho, ela começava a falar de um cara mais velho, ela não falava o nome dele, apenas o chamava de "príncipe", a mesma comentou por cima que ele queria fazer algo marcante, no final do mesmo mês ela relata que ele havia matado pela primeira vez, mas entrou em pânico, e se livrou do corpo, o acolhimento dela acabou em relações sexuais... e continuaram, como os assassinatos... então chegamos em 1 de março de 1988 quando ela descobre que está grávida. Tão jovem, e com uma carreira de bailarina a preservar, ela não podia ter a criança.
Então ela deu um jeito de tirar o bebê... queria contar ao homem, mas ele havia começado um "trabalho" inspirado por Victor, ele pegou Ana Torres, e levou até seu ateliê, quando Miranda chegou lá se deparou com ele preparando o corpo, ela fala como via uma alegria gigante em seus olhos... não podia estragar contando do que em suas palavras... era um verme, tudo estava ótimo, ela voltou a relatar como o homem fazia com suas vítimas, e como o ajudava. O diário dela também contava o que houve com o irmão da mesma, um dia, ela e seu amado foram até a casa, pois sempre ficava vazia... estavam tendo as relações normalmente, mas o irmão dela chegou bem hora, ambos não viram ele entrando, os pegou no ato, e quando tentou brigar com Miranda por aquilo, o homem partiu para a cima dele, e o fim da história já sabemos.
Atlas sentiu tanta repulsa após ler aquelas coisas, tão grotescas, aquilo era pior do que imaginava, mas pelos menos tinha mais informações sobre o que estava acontecendo.
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Pov: Evan...
Acordei no hospital com a cabeça latejando, uma dor pulsante que parecia atravessar o crânio. Meus pensamentos estavam confusos, embaralhados, e por um momento não consegui me lembrar do que havia acontecido. Foi só quando avistei a parceira de Atlas na porta que as coisas começaram a se encaixar. Assim que ela notou que eu estava acordado, veio rapidamente na minha direção.
- Como está se sentindo, Evan? - perguntou, com um tom que mesclava preocupação e alívio.
- Ótimo... adoro hospitais - murmurei, tentando forçar um sorriso sarcástico, mas o esforço só fez a dor de cabeça piorar.
Ela arqueou uma sobrancelha, como se estivesse considerando se deveria ignorar meu sarcasmo ou não. - Fico feliz que esteja "gostando". Bem, você se lembra de ter visto alguma coisa anormal no apartamento?
- Além de dois cadáveres? - revirei os olhos e tentei pensar com mais clareza. - Tinha... alguma coisa... mas não era real...
Ela hesitou por um instante, e então a expressão em seu rosto mudou, tornando-se mais séria. - O Atlas provavelmente vai querer falar com você. Vamos recomendar que consulte um psicólogo por algumas semanas. O que você viu... não é algo fácil de lidar. E, se por acaso você for "especial" como seu pai... isso pode complicar nossa investigação.
Minha garganta apertou. Eu já sabia aonde essa conversa ia chegar, e não estava disposto a aceitar. - Vou dar um jeito sozinho, sem ter que me abrir pra um desconhecido. Não sou maluco!
- Não estou dizendo que é - rebateu ela, com um tom suave, mas firme. - Mas talvez fosse bom falar com alguém. Só para... entender melhor o que aconteceu. De toda forma, espero que não seja como ele... e que possa nos ajudar com isso.
As palavras dela ficaram ecoando na minha cabeça. "Como ele..." Aquela comparação me irritava e me assustava na mesma medida. Eu não era meu pai. Não podia ser.
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Sombras De Ti
HorrorUm rapaz solitário, conhece aquela que seria a mulher mais amada por ele, no momento mais inesperado possível, e ao mesmo tempo um assassino em série volta às ruas de São Paulo ameaçando a vida da jovem, trilhando um caminho mais sombrio, Evan faria...