︶ ̇ ̟ ෆ ‿︵‿୨♡୧‿‿ ෆ ̟ ̇ ︶꒷Muito tempo se passou desde o último assassinato, e as manchetes sombrias sobre a família de Miranda continuaram. O peso daqueles dias sombrios ainda pairava sobre a cidade, como uma nuvem carregada prestes a desabar. As pessoas não esqueciam, especialmente as famílias das vítimas, que se reuniam em protestos fervorosos diante da prefeitura, exigindo justiça para suas filhas. Para os Salvatore, a vida precisava continuar, mesmo com o espectro do passado sempre presente, manchando cada passo.
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Pov: Evan
Desde que tudo aconteceu, era como se eu estivesse preso em um mar de escuridão, sendo puxado para o fundo, sem ar. A sensação de estar perdido em meio ao vazio era constante, e a dúvida sobre a minha própria sanidade me acompanhava como uma sombra insistente. As pessoas sussurravam pelas minhas costas, achando que eu não ouvia, "Ele vai acabar como o pai." e cada palavra sussurrada parecia corroer um pedaço da minha alma. Os investigadores, em sua insistência mecânica, me obrigaram a fazer terapia para "lidar com o trauma". Mas eu sabia que não havia cura para o que eu sentia, apenas sobrevivência.
Era cedo, oito da manhã, embora o cansaço me fizesse sentir como se ainda fosse madrugada. A sessão de terapia seria às dez, e Atlas viria me buscar pessoalmente. Não havia como escapar, Lutei para me erguer da cama, mas o calor dos lençóis era um convite quase irresistível para permanecer ali, onde tudo parecia seguro e distante. Enrolei-me no cobertor como se ele pudesse me proteger do mundo lá fora e segui para a cozinha, em busca de cafeína, a única coisa que iria me levantar.
Preparei o café da manhã com a mesma lentidão de uma criança relutante em ir para a escola. Era estranho encontrar conforto nesse gesto tão banal, mas havia algo reconfortante na rotina. Olhei para a cama e vi Salem, já aninhado no lugar que eu acabara de deixar. Queria me juntar a ele, esquecer o dia, os compromissos e a dor que parecia nunca me abandonar. Mas, mesmo no meu desejo de me esconder, eu sabia que precisava me preparar, precisava encontrar algo para dizer ao psicólogo que não soasse como se eu fosse maluco, Eu não queria acabar em um hospício.
Deixei o noticiário ligado na TV, a voz dos âncoras abafada pela minha mente que vagava. O tempo parecia escorrer lentamente e, ainda assim, quando olhei novamente, já eram nove horas. Arrastei-me até o banheiro, liguei o chuveiro e deixei a água fria correr enquanto me despia. Quando olhei no espelho, vi algo que sempre evitava. As cicatrizes em meu corpo, marcas do tempo em que me ferir a era a única forma de sentir qualquer coisa. Com um esforço doloroso, tentei ver as marcas nas costas, mas o espelho logo começou a embaçar, e talvez fosse melhor assim. Talvez fosse melhor fingir que o passado não estava ali, colado na minha pele.
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Sombras De Ti
رعبUm rapaz solitário, conhece aquela que seria a mulher mais amada por ele, no momento mais inesperado possível, e ao mesmo tempo um assassino em série volta às ruas de São Paulo ameaçando a vida da jovem, trilhando um caminho mais sombrio, Evan faria...