𝙏𝙝𝙚 𝙙𝙖𝙮.

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Acordei novamente com o som suave do despertador, a luz da manhã filtrando-se pelas cortinas da minha mansão. Como em todos os dias da semana, a rotina se estabelecia de forma quase monótona. Levantei-me e fiz minha corrida matinal pelo quintal, mas, ao contrário da vibrante energia que costumava sentir, hoje havia um peso no ar.

A vida de atriz, por mais glamourosa que fosse, tornara-se entediante. O mesmo ciclo repetitivo — ensaios, gravações, reuniões — começava a me dar uma sensação de claustrofobia criativa. Uma rotina de trabalho que, embora intensamente desafiadora em algumas partes, acabava por se transformar em um eco constante de dias iguais.

Despenquei para o banho, tentando me despertar, enquanto a água quente escorria pelo meu corpo. "Hoje é mais um dia de trabalhar. Mais algumas cenas para gravar. E mais um dia para atuar como se tudo estivesse perfeitamente em ordem," pensei, mal humorada. A monotonia do cotidiano me deixava inquieta.

Após me arrumar, preparei um café da manhã simples, mas nutritivo. Enquanto comia, olhei para o espelho, tentando encontrar um pouco da paixão que uma vez sentira. "Você ama isso, não é?" perguntei a mim mesma, mas a resposta foi apenas um eco de dúvidas.

Depois de metade do meu ritual diário, finalmente saí de casa e entrei no carro que me levaria ao estúdio. O tráfego estava pesado, como sempre, e o relógio parecia se arrastar. Quando finalmente cheguei ao set, a adrenalina começou a crescer e a ansiedade se dissipou um pouco.

O estúdio estava cheio de atividade — câmeras sendo ajustadas, técnicos conversando, e o cheiro familiar de café e tinta para maquiagem no ar. Porém, assim que atravessava o set, vi Bill do outro lado, lendo seu roteiro em uma das cadeiras. A visão dele fez meu coração disparar e, apesar de todo o tédio que vinha sentindo, uma onda de animação repentina me atravessou.

Ele estava lá, completamente imerso no papel, e não pude evitar: "Gente, esse homem realmente existe? Seu corpo parece que foi feito pelos deuses!" pensei, admirando sua postura confiante. "O rosto dele é tão... perfeitamente esculpido, como se tivesse saído de uma pintura." Meu olhar continuou a vagar por ele, absorvendo cada detalhe.

Mas, assim que essas ideias de admiração começaram a florescer, uma voz interna me repreendeu. "Pare com isso, Scarlett! O que você está fazendo? Isso não é você!" Lutei contra o impulso de me deixar levar por essa admiração crescente. Era um pensamento perigoso, um desvio do meu foco, e não era isso que eu precisava.

Suspirando, tentei me concentrar na rotina que me aguardava. A equipe estava se preparando para começar, e eu sabia que deveria me acalmar e entrar na mentalidade da cena que viria. A monotonia dos outros dias começou a dar lugar a algo mais, mas não queria deixar que isso me distraísse. Afinal, o trabalho vinha em primeiro lugar.

"Vamos lá, Scarlett," pensei, reunindo minha determinação. "Apenas mais um dia, mais um ensaio, mais uma cena. Você consegue." E, ao mesmo tempo, eu sabia que a tensão sob a superfície crescia a cada dia que passava, e eu estava prestes a descobrir até onde essa tensão poderia me levar.

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Enquanto o set se preparava para filmar, o ritmo frenético ao meu redor começava a se estabilizar. A equipe se movia de maneira apressada, os sons de câmeras e sussurros preenchiam o ar. Mas, quando vi Bill se aproximando, meu coração disparou de uma forma que eu não conseguia controlar.

Ele era tudo que eu imaginava e mais: atraente, carismático e intimidante. A maneira como caminhava, com confiança e propósito, fazia qualquer um perceber sua presença instantaneamente. - Oi, Scarlett - ele disse, seu sorriso casual e descontraído. - Pronta para mais um dia de filmagens? -

When The Light Goes Out - Bill SkarsgardOnde histórias criam vida. Descubra agora