A beira do caos

4 1 0
                                    

O som de passos ecoava pelo templo enquanto Eleanor e Dyana andavam com cuidado, os sentidos de ambas estavam em alerta máximo, prontos para o que quer que estivesse nas sombras. A escuridão ali dentro parecia quase viva, sufocante, como se o ar ao redor estivesse impregnado com uma magia antiga e sombria.

Dyana podia sentir a tensão em seus músculos, cada parte de seu corpo se preparando para a possível batalha que estava por vir. Ao lado dela, Eleanor mantinha a postura firme e os olhos atentos. Por mais que detestasse admitir, a vampira tinha uma calma impressionante. Não era apenas frieza emocional, era algo muito mais profundo, um controle absoluto sobre si mesma que Dyana, com toda sua impulsividade, não conseguia compreender.

As duas se moveram em silêncio por alguns minutos, o som abafado de passos ecoando pelas paredes de pedra do templo. O espaço à frente se alargou, revelando um salão circular com símbolos esculpidos no chão e tochas apagadas presas às paredes. O som de passos havia desaparecido, substituído por uma quietude incômoda. O coração de Dyana acelerou, e ela sentiu a adrenalina começar a subir. Estava à espera de uma armadilha, algo que as pegasse desprevenidas. Mas o que veio foi o silêncio.

- Isso não é bom...

murmurou Eleanor, interrompendo o silêncio sepulcral.

Dyana franziu o cenho.

- Tá me dizendo que a gente veio até aqui pra nada? Isso não tá cheirando bem.

De repente, uma voz suave e misteriosa ecoou pelas paredes.

- Ah, as duas adversárias se uniram, afinal. Que interessante.

As duas imediatamente se viraram em direção ao som, seus instintos em alerta máximo. Uma figura encapuzada emergiu das sombras, caminhando lentamente até o centro do salão. Os olhos da criatura brilharam em um vermelho intenso, e a energia ao redor dele parecia vibrar com poder maligno.

- Quem diabos é você?!

Dyana avançou, já pronta para a luta, seus olhos se transformando no amarelo lupino.

Eleanor, por outro lado, permaneceu parada, estudando o novo inimigo.

- Devemos presumir que você é um dos líderes da seita.

A figura riu baixinho, a voz ecoando pela sala.

- Você está certa, vampira. Mas não sou apenas um líder. Sou aquele que controla o equilíbrio. E vocês, pequenas criaturas presunçosas, estão se intrometendo em algo muito maior do que podem compreender.

Dyana rosnou baixo.

- Eu odeio esse tipo de discurso. Se vai atacar, então ataca logo, porra!

Antes que a situação pudesse escalar, outro som surgiu da escuridão, mas dessa vez não era ameaçador. Era mais como o som de uma porta rangendo e, em seguida, uma luz forte cortou o ambiente, dissipando parte da escuridão. Uma figura alta e musculosa, com longos cabelos negros e um olhar severo, entrou no salão.

- Vocês duas, saiam daqui, agora!

Dyana olhou para a pessoa com uma mistura de confusão e irritação.

- Quem é você pra mandar na gente?!

O homem parou na entrada, revelando uma armadura feita de couro e metal brilhante. Ao seu lado, uma jovem com cabelos curtos e olhos brilhantes carregava uma tocha acesa, lançando um olhar rápido para a figura encapuzada.

- Não há tempo para perguntas. Este lugar vai desmoronar se vocês continuarem aqui.

Eleanor, sempre calculista, avaliou a situação rapidamente.

𝐌inha LobisomemOnde histórias criam vida. Descubra agora