Prólogo.

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Tudo o que restou do antigo mundo agora são lembranças, que lentamente se esvaem com o passar do tempo, como cinzas ao soprar do vento. Os lugares que antes eram cheios de vida, agora são desérticos, tomados por poeira que se acumula cada vez mais e mais, vegetação que por sua vez toma de volta o que uma vez foi da natureza, animais que por vezes tem coragem o suficiente para explorar o desconhecido e zumbis, eles estão por toda parte, não importando para onde você vá, eles sempre estarão lá, famintos. É estranho pensar que, em algum momento, eles já foram pessoas normais, que tinham família e amores, pessoas com quem se importavam e pessoas que se importavam com eles. Mas agora não passam de corpos vazios perambulando em busca de sua próxima vítima, em busca da próxima pessoa que vão violentamente dilacerar até a morte, ou quase morte. Lares, escolas, hospitais, agora não são nada além de simples edifícios fantasmas, sem nenhum significado, lhes restando apenas histórias a serem contadas e passadas de geração em geração. A humanidade que antes corria por nossas veias, nos lembrando a cada segundo de que no final todos somos seres humanos, não existe mais. O lado mais primitivo e selvagem de nós agora emerge do lugar onde estava escondido, só esperando para que ele pudesse ser finalmente livre e distribuir todo o ódio e violência, que estava guardada há tanto tempo. Sobreviver é a única coisa que importa, porque no final de tudo, os fins justificam os meios. Desde que você sobreviva, nada mais importa. Eu pensava assim, então, aquilo aconteceu... Nunca sequer imaginei que fosse possível sentir tamanha dor.

Cinzas do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora