Uma nova missão, Yuna já estava acostumada a fazer isso, ela rapidamente cumpria a missão e voltava para os seus estudos mas, as coisas ficaram um pouco diferentes depois que ela conheceu Shinzo Yozakura e sua família de espiões.
Ao ver a mansão Yozakura os olhos de Yuna se arregalaram. Era muito maior do que qualquer coisa que ela já tinha imaginado. A entrada principal era adornada por um belo jardim, e as janelas altas refletiam o céu noturno. Tudo parecia ter uma organização impecáveis.
"Uau... Esse lugar é enorme."
Shinzo, ao seu lado, percebe sua expressão e dá um sorriso discreto. Ele abre a porta principal.
— Bem-vinda à mansão Yozakura.
Eles entram e Yuna mal tem tempo de absorver os detalhes, pois os irmãos de Shinzo aparecem.
Shinzo aponta para cada um explicando:
— Esses são meus irmãos. Futaba, minha irmã mais velha, Kyoichiro, meu irmão mais velho, Shion, Mutsumi, Nanao o mais novo e está faltando o Kengo...
Shion, cruza os braços:
— Kengo? Ele deve estar sendo insuportável em algum lugar. Mas não se preocupe, ele aparece. Sempre faz isso.
— É um prazer conhecer todos vocês — Yuna fala um pouco envergonhada.
— Quem é ela Shinzo — Kyoichiro pergunta com sua calma habitual.
— Ela é a Yuna, eu avisei por mensagem antes de chegarmos, nos conhecemos a um tempo atrás e ela acabou se machucando enquanto eu executava a minha missão hoje, então me senti responsável e decidi traze-la para ser tratada pelo Nanao.
— Então ela é a assassina que você falou?
— Sim...
Kyoichiro encara Yuna com seriedade, porém essa seriedade é quebrada quando ele diz animado:
— Shinzo finalmente está fazendo novos amigos, muito bem Shinzo.
Yuna fica um pouco confusa com todo aquele momento, até que Nanao diz:
— Seu braço... venha comigo.
No laboratório de Nanao ele faz um curativo no ferimento e aplica um remédio para que Yuna não sinta dor, ela observa o quando ele é cuidadoso e não conseguindo conter a curiosidade pergunta:
— O Shinzo disse que você era o mais novo, certo?
— Sim.
— Me desculpa dizer, mas você não é meio grandinho para ser o irmão mais novo?
Nanao sorri inocentemente.
— É que não estou na minha forma real.
— Forma real?
— Sim, um momento... — Nanao injeta um soro em seu braço e o seu corpo muda de tamanho, ele revela ser apenas um garotinho — Essa é minha forma real, é que na forma maior é mais fácil de manter minhas mutações em controle.
— Mutações? Então é verdade? — Yuna esfrega os olhos tentando processar o que acabou de ver — Eu pesquisei sobre a sua família, eu achei algumas coisas estranhas, mas pensei que era tudo inventado, então realmente é verdade, vocês têm tipo... superpoderes?
— É quase isso — Nanao sorri.
— Você é uma gracinha, sabia?
— Obrigada...
— Você me lembra as crianças do orfanato onde cresci.
— Você cresceu em um orfanato?
— Sim, eu sempre cuidava das crianças, mas... elas sempre eram adotadas em algum momento e eu ficava sozinha, eu sentia muita saudade mas..tive que aprender a conviver com isso, eu nunca tive família e essas crianças foram o mais perto que eu tive de uma família.
Nanao escuta em silêncio, seus olhos grandes e cheios de emoção. Quando ela termina de falar, ele não consegue segurar as lágrimas que começam a escorrer por seu rosto.
— Isso é muito triste... — ele diz com a voz tremendo.
Quase instintivamente, Yuna se abaixa e o pega no colo, num gesto cheio de afeto. Ela o segura com cuidado, tentando acalmá-lo enquanto passa as mãos pelos cabelos dele, da mesma forma que fazia com as crianças no orfanato.
— Está tudo bem, querido... está tudo bem, não precisa chorar... está tudo bem.
Ao sentir o calor e a segurança do colo de Yuna, Nanao foi invadido por uma sensação familiar que o levou de volta a memórias distantes de sua mãe. O toque gentil e o carinho que ela oferecia o lembravam de quando ele era pequeno e encontrava conforto nos braços maternos. Com o cansaço e o alívio que sentia, ele acabou fechando os olhos lentamente. Aos poucos, a respiração de Nanao ficou mais leve e regular, até que ele adormeceu, aninhado no colo de Yuna, que continuou acariciando seus cabelos com delicadeza.
NANAO
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